Este texto
trata do tema dificuldades de aprendizagem, colocando em foco o papel do
professor enquanto o profissional responsável pela educação formal do aluno X o
aluno no papel de aprendiz.
- Toda vez que um aluno apresenta baixo rendimento escolar a culpa é dele ou do professor? Eis a questão: Será uma dificuldade de aprendizagem ou dificuldade de ensinagem!
Devemos
levantar várias hipóteses quando o tema é a dificuldade em aprender. Pois
muitos são os casos em que o aluno não aprende por causa do professor. Sendo
assim, vou comentar sobre os dois temas.
Dificuldade de Ensinagem
Mui/tos são aqueles que escolhem a profissão por
amor, dinheiro ou oportunidade, muitas vezes alcançada em um concurso público.
De fato aquele que escolhe por amor, tem tudo para ser um excelente
profissional, seja em qual área for. Enquanto aquele, que escolhe por dinheiro,
poderá muitas vezes se perder, não encontrar identificação e dái desencadear
uma dificuldade em transmitir o que sabe. Como ocorre naquela famosa frase dita
por alguns alunos: Sinto que meu professor(a) sabe muito sobre determinado
assunto, mas não sabe explicar! Quem nunca ouviu essa frase? Aqueles que veem
no concurso público a oportunidade de ter um emprego estável, ótimo pensar assim.
Mas se ainda não tiver amor e desejo pela profissão dificilmente obterá com
êxito o sucesso escolar. Além disso, podemos dizer que tal dificuldade ocorre
por outros motivos: falta de qualificação profissional, falta de atualização,
desmotivação, desinteresse pela profissão. Sendo esses motivos, muitas vezes
ocasionados pela desvalorização que infelizmente a educação apresenta. De fato,
quando a dificuldade de aprendizagem ocasionada ao aluno tem como ensinante o
causador, devemos sinalizar o alerta. E provavelmente, não só um aluno será
prejudicado e sim vários.
Dificuldades de Aprendizagem:
Após descartar a dificuldade de aprendizagem
pela dificuldade de ensinar do professor, buscamos outras causas.Essas poderão
ser de origem: cognitiva, emocional e
orgânico. E é importante que sejam descobertas a fim de auxiliar o
desenvolvimento do processo educativo, percebendo se estão associadas à
preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação, desordem, dentre outros,
considerados fatores que também desmotivam o aprendizado.
- Origem orgânica, pode ser bastante definidas e claras, levando- nos a supor que a área emocional e o ambiente familiar tiveram pouca ou nenhuma participação no seu aparecimento e determinação. Seria o caso dos distúrbios de ordem neurológica ou metabólica, que implicam numa perda da capacidade de aprendizagem.
- Origem emocional, quando a dificuldade ocorre por causa do fator emocional, é preciso detectar o que pode ser a causa dessa dificuldade. Uma separação dos pais, mudança de escola, mudança de residência, entre outros. Será preciso trabalhar essa causa, para então a criança apresentar o sucesso escolar.
- Origem cognitiva, a criança nasce com distúrbio ou transtorno que dificultará o seu processo de aprendizagem. Entre eles mais comum são: Dislexia, Discalculia, Disortografia, TDAH, Disgrafia, Dislalia.
Principais Distúrbio e Transtorno que dificultam o processo
de aprendizagem:
Dislexia: É um distúrbio específico de origem
constitucional caracterizado por uma dificuldade na decodificação de palavras
simples que, como regra, mostra uma insuficiência no processamento fonológico.
Se manifesta por várias dificuldades em diferentes formas de linguagem
freqüentemente incluindo, além das dificuldades com leitura, uma dificuldade de
escrita e de soletração. Existe várias classificações para dislexia: dislexia
adquirida, dislexia de desenvolvimento, dislexia central , dislexia
periférica, dislexia profunda, dislexia de superfície.
Discalculia: É um problema causado por má formação
neurológica que se manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números.
Essa dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má
escolarização, déficits visuais ou auditivos, e não tem nenhuma ligação com
níveis de QI e inteligência. Crianças portadoras de discalculia são
incapazes de identificar sinais matemáticos, montar operações, classificar
números, entender princípios de medida, seguir sequências, compreender
conceitos matemáticos, relacionar o valor de moedas entre outros. Existe seis
tipos de discalculia: a discalculia léxica, discalculia verbal, discalculia
gráfica, discalculia operacional, discalculia practognóstica e discalculia
ideognóstica.
Disortografia: A característica principal de um
sujeito com disortografia são as confusões de letras, sílabas de palavras, e
trocas ortográficas já conhecidas e trabalhadas pelo professor. Exº.:Troca de
letras que se parecem sonoramente: faca/vaca, chinelo/jinelo, porta/borta;
Confusão de sílabas como: encontraram/encontrarão; Adições: ventitilador; Omissões:
cadeira/cadera, prato/pato; Fragmentações: en saiar, a noitecer;
Inversões: pipoca/picoca; Junções: No diaseguinte, sairei maistarde.
TDAH:
Ocorre devido à uma diminuição dos neurotransmissores, dopamina e
noradrenalina (substâncias químicas do cérebro que transmitem informações
entre as células nervosas), fazendo com que a atividade do córtex pré-frontal
seja menor. É uma disfunção neurobiológica. Essa região é a parte mais
evoluída do cérebro e supervisiona as funções executivas: observa, guia, direciona
e/ou inibe o comportamento, organiza,
planeja, e faz a manutenção da atenção e do auto-controle. Essa disfunção é crônica, herdada na grande maioria das vezes, daí sua presença desde a infância. Em menor grau há fatores do meio ambiente que podem estar relacionados ao TDAH (DDA):A nicotina de cigarros fumados pela mãe gestante bem como bebidas alcoólicas consumidas, podem ser causas significativas de anormalidades no desenvolvimento da região frontal do cérebro da criança em gestação. Crianças expostas ao chumbo entre 12 e 36 meses de idade pode ser outro fator.Traumatismos neonatais como hipoxia (privação de oxigênio), traumas obstétricos, rubéola intra-uterino, encefalite, meningite pós-natal, subnutrição e traumatismo craniano são fatores que também podem contribuir para o surgimento do distúrbio. Os principais sintomas são: falta de atenção, impulsividade e hiperatividade ou uma “energia nervosa”. Tipos de TDAH: desatento; hiperativo/impulsivo e combinado.
planeja, e faz a manutenção da atenção e do auto-controle. Essa disfunção é crônica, herdada na grande maioria das vezes, daí sua presença desde a infância. Em menor grau há fatores do meio ambiente que podem estar relacionados ao TDAH (DDA):A nicotina de cigarros fumados pela mãe gestante bem como bebidas alcoólicas consumidas, podem ser causas significativas de anormalidades no desenvolvimento da região frontal do cérebro da criança em gestação. Crianças expostas ao chumbo entre 12 e 36 meses de idade pode ser outro fator.Traumatismos neonatais como hipoxia (privação de oxigênio), traumas obstétricos, rubéola intra-uterino, encefalite, meningite pós-natal, subnutrição e traumatismo craniano são fatores que também podem contribuir para o surgimento do distúrbio. Os principais sintomas são: falta de atenção, impulsividade e hiperatividade ou uma “energia nervosa”. Tipos de TDAH: desatento; hiperativo/impulsivo e combinado.
Disgrafia: É
o transtorno da escrita, de origens funcionais. Disgrafia surge nas crianças
com adequado desenvolvimento emocional e afetivo, onde não existem problemas de
lesão cerebral, alterações sensoriais ou história de ensino deficiente do
grafismo da escrita. Existe dois
tipos: como disgrafia do tipo maturativa, desenvolvida a partir de fatores
próprios do desenvolvimento do indivíduo e disgrafia “provocada”, de causa
pedagógica, cujo substrato é o ensino inadequado da escrita. Ambos, neste caso,
reportam-se tanto ao excesso de exigência quanto à deficiente orientação no
processo de aquisição do grafismo da escrita.
Dislalia: A dislalia é um
distúrbio que acomete a fala, caracterizado pela dificuldade em articular as
palavras. A pessoa portadora de dislalia, troca as palavras por outras
similares na pronuncia, fala erroneamente as palavras, omitindo ou trocando as
letras. Resumidamente, as manifestações clínicas da dislalia consistem em
omissão, substituição ou deformação dos fonemas.
O caso clássico desse distúrbio é o
Cebolinha, personagem da Turma da Mônica.O tratamento da dislalia é feita
com o auxilio de um fonoaudiólogo e
varia de acordo com a necessidade de cada criança.
Ao apresentar dificuldades de
aprendizagem, muitas vezes o aluno, ao perceber passa a demonstrar
desinteresse, desatenção, agressividade, desmotivação...etc. Tais dificuldades
acarretam sofrimentos e a verdade é que nenhum aluno apresenta baixo rendimento
por vontade própria.
É preciso também considerar os efeitos
emocionais que essas dificuldades acarretam,
agravando o problema. Se seu rendimento escolar for sofrível, a criança talvez seja vista como um fracasso
pelos professores ou colegas, e até pela
própria família.
Infelizmente, muitas
dessas crianças desenvolvem uma autoestima negativa, que agrava em muito a
situação, e, que poderia ser evitada, com o auxílio da família e de uma escola
adequada. É essencial que as crianças
recebam apoio dos pais, pois quando sabem que têm pais que dão suporte emocional,
a criança desenvolve uma base sólida e um senso de competência que a leva a um
autoestima satisfatória.
Ao ser concebida, a criança já é depositária
de uma série de expectativas tanto do casal, quanto das famílias de origem dos
pais.
"Quando um indivíduo nasce,
ele não vem ao mundo como uma tela em branco, mas sim,
inserido numa história familiar que compreende várias gerações e recebe
uma série de missões e projeções dos pais,
avós e família extensiva"(Bowen, in Groisman, 1996).(pag. 29)
Os primeiros ensinantes são os pais,
com eles aprendem-se as primeiras interações e ao longo do desenvolvimento,
aperfeiçoa. Estas relações, já estão constituídas na criança, ao chegar à
escola, que influenciará consideravelmente no poder de produção deste sujeito.
É preciso uma dinâmica familiar saudável, uma relação positiva de cooperação,
de alegria e motivação.Torna-se necessário orientar aluno, família e professor,
para que juntos, possam buscar orientações para lidar com alunos/filhos, que
apresentam dificuldades e/ou que fogem ao padrão, buscando a intervenção de um
profissional especializado. O Psicopedagogo é um dos profissionais recomendados
para procurar diante uma dificuldade de aprendizagem. Em alguns casos, deverá ser
solicitada ajuda a mais de um profissional, temos assim a equipe
multidisciplinar, esta poderá ser composta por: Neurologista ou Neuropediatra,
Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo.
Dicas para os pais:
✅Estabelecer uma
relação de confiança e colaboração com a escola;
✅Escute mais e fale
menos;
✅Informe aos
professores sobre os progressos feitos em casa em áreas de interesse mútuo;
✅Estabelecer
horários para estudar e realizar as tarefas de casa;
✅Sirva de exemplo,
mostre seu interesse e entusiasmo pelos estudos;
✅Desenvolver
estratégias de modelação, por exemplo, existe um problema para ser solucionado,
pense em voz alta;
✅Aprenda com eles
ao invés de só querer ensinar;
✅Valorize sempre o
que o seu filho faz, mesmo que não tenha feito o que você pediu;
✅Disponibilizar
materiais para auxiliar na aprendizagem;
✅É preciso
conversar, informar e discutir com o seu filho sobre quaisquer observações e
comentários emitidos sobre ele.
✅Cada pessoa é uma.
Uma vida é uma história de vida. É preciso saber o aluno que se tem, como ele
aprende. Se ele construiu uma coisa, não pode-se destruí-la. O psicopedagogo
ajuda a promover mudanças, intervindo diante das dificuldades que a escola nos
coloca, trabalhando com os equilíbrios/desequilíbrios e resgatando o desejo de
aprender.
Por Karla Carvalho - Pedagoga e Psicopedaga.Próibida a reprodução deste artigo sem prévia autorização do próprietário da autora. Sob pena da Lei 9610/19-02-1989 .
Por Karla Carvalho - Pedagoga e Psicopedaga.Próibida a reprodução deste artigo sem prévia autorização do próprietário da autora. Sob pena da Lei 9610/19-02-1989 .
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