domingo, 30 de novembro de 2014

Atraso do bebê para falar pode estar relacionado a mimo dos pais

Falta de estímulo prejudica o desenvolvimento neurológico da criança.

Um ano e meio e já conseguem balbuciar "mama" ou "papa". É assim que acontece com a maioria dos bebês, que deixam os pais em um misto de alegria e ansiedade para ouvir a próxima palavra. Porém, para algumas crianças, essa fase pode demorar bastante para se iniciar, deixando a ansiedade dos pais dar lugar à preocupação. 
Falar, para nós, é tão natural que é difícil perceber o quanto é complexo esse processo. Imagine você converter movimento em vibrações nas cordas vocais, que produzem sons. Como se não bastasse, você ainda precisa articular muito bem a boca e os lábios, para que esse som saia em forma de palavra. É muito difícil. 
Por isso, a fonoaudióloga e pediatra Amariles Muniz, da Unesp, explica que os pais exercem papel fundamental na hora de estimular a criança. "Conversar bastante com ela, desde pequena, faz com que ela queira imitar e acaba facilitando o processo. Quando a criança não é estimulada a falar pelos pais, pode ficar preguiçosa e acaba demorando mais do que o normal. Se os pais dão tudo o que ela quer, ela não sente a necessidade de falar", completa. 

Crianças imitam os pais - Foto: Getty Images
Filha imitando a mãe

Passou da hora?

A especialista explica que, a partir dos cinco meses de idade, os bebês já começam a emitir alguns sons na tentativa de se comunicar, mas é por volta dos dez meses que eles começam a falar palavras bilabiais, tipo, "ma" e "pa". "Com um ano, as crianças já falam palavras que são reconhecidas pelos adultos. As meninas, normalmente, começam a falar mais cedo que os meninos", diz a especialista da Unesp. 
Com dois anos, dois anos e meio, a criança já é capaz de formular pequenas frases e de sair tagarelando por aí. Se chegar a essa fase e o bebê ainda não tentar falar, a mãe já deve notar que há algo errado. A fonoaudióloga Amariles alerta: "Os pais precisam se certificar de que o filho não esteja sofrendo com alguma patologia associada. A surdez, por exemplo, é muito fácil de ser percebida pelos pais. É só notar se o bebê reage aos sons do cotidiano, como uma porta batendo, adulto que fala alto, cachorro latindo". 
Caso os pais, ao levaram a criança a um especialista, descobrirem que não há nenhum problema físico, não tenha dúvida de que o motivo do silêncio está ligado ao psicológico e os próprios pais podem ser, em grande parte, os responsáveis. "O excesso de zelo ou de mimo com a criança pode ser o fator responsável. Um dos exemplos mais claros são aqueles pais que dão tudo que o filho quer assim que ele aponta o dedinho. Não deixam, portanto, espaço para ele falar e pedir. Isso, para a criança, dá a impressão de que a comunicação é desnecessária", conta a profissional. 


Filhos imitam os pais - Foto: Getty Images
Filha imitando a mãe

Para essas crianças com "preguiça" de falar, Amariles diz ser muito importante o trabalho de um fonoaudiólogo. "Ele vai descobrir o que está errado na relação entre pais e filhos e vai indicar a melhor maneira para que os pais estimulem seus filhos, substituindo práticas comuns, por corretas", esclarece. 

A solução é conversar

Desde bem cedo, o bebê já começa a ouvir os sons. "O nenê, mesmo na barriga da mãe, consegue escutar alguns ruídos quando os pais falam com ele. Esse passo é muito importante, pois o ajuda a já ir reconhecendo a voz da mãe e do pai, através da percepção de sons agudos e graves", ensina a fonoaudióloga da Unesp. 
É por isso que conversar com seu bebê desde sempre nunca é demais. Mas atenção! Nada de falar "quiancinha", em vez de criancinha, ou "bincá", em vez de brincar. Amariles explica que, a partir de um ano, o ideal é falar corretamente o nome das coisas, na entonação correta. "Se os pais infantilizam demais ao falar com o bebê, pode ser que ele cresça carregando uma fala infantilizada. Existem casos também de a criança crescer no tamanho, mas não amadurecer. Quer ficar sendo sempre o bebê e expressa isso na fala", conta a especialista.


Se o bebê não quer falar, não se afobe, estimule! 

Os pais ficam muito ansiosos e, por isso, podem acabar pressionando a criança e intimidando o desenvolvimento dela. "A linguagem é importante porque, além de tudo, desenvolve também a parte neurológica da criança. Sons, ruídos, fala e articulação da boca, tudo isso ajuda a criança a estimular uma série de coisas no corpo e no cérebro dela", ensina a especialista. 

Se o bebê está se esforçando bastante para falar, não precisa se assustar. O segredo é continuar incentivando a fala, mas sem exagerar. A seguir, veja como fazer o pequeno se sentir mais seguro: 

1. Abaixe-se até ficar na altura da criança toda vez que for falar com ela. Assim, ela poderá enxergar melhor os seus movimentos de lábio e mandíbula; 
2. Fale sempre a forma correta das palavras; 
3. Se você perceber que ela tem dificuldade para falar certas palavras, tente usá-las com mais frequencia quando estiver conversando. Não se esqueça de que a criança aprende por repetição; 
4. Incentive-a a conversar mais quando ela disser alguma palavra. Faça sempre pequenas perguntas enquanto estiver conversando com ela e espere a tentativa de resposta.     


POR ANDRESSA BASILIO

SÍNDROME DE ANGELMAN



A Síndrome de Angelman (S.A) é um distúrbio neurológico que causa retardo mental, alterações do comportamento e algumas características físicas distintivas.
O diagnóstico é em geral estabelecido por geneticista ou neurologista, e baseia-se em elementos clínicos, especialmente o retardo no desenvolvimento neuromotor, a ocorrência de crises convulsivas e a presença de características físicas peculiares. Nas crianças que já adquiriram a marcha, chama a atenção o andar bastante desequilibrado, com as pernas abertas e com os membros superiores afastados do corpo, como se tentando melhorar o equilíbrio, acompanhado de movimentos trêmulos e imprecisos. O comportamento caracteriza-se por expansividade e riso fácil e frequente. A comunicação é bastante prejudicada, com a capacidade de expressão pela fala muito reduzida. A S.A. pode ser confundida com deficiência mental de causa indeterminada, autismo infantil ou paralisia cerebral.
Além do quadro clínico, alguns exames podem contribuir para o diagnóstico de S.A. O EEG, avaliado por neurofisiologista com experiência nesta doença, poderá mostrar alterações fortemente sugestivas da S.A. Os exames de imagem do crânio, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, são normais ou apresentam alterações pouco específicas, pouco contribuindo para o diagnóstico de S.A. Os exames genéticos são particularmente importantes, sendo que em aproximadamente 80% dos casos, usando-se diferentes técnicas laboratoriais, pode-se confirmar a existência de deficiência em um dos cromossomos 15. Em 20% dos casos, o diagnóstico é baseado apenas em dados clínicos e de outros exames complementares, sendo o estudo genético normal.
Caracteristicas
Atraso na aquisição motora (sentar, andar etc.)
- Ausência da fala;
- Falta de atenção e hiperatividade;
- Andar desequilibrado, com pernas afastadas e esticadas;
- Natureza afetiva e risos freqüentes;
- Sono entrecortado e difícil;
- Redução do tamanho da cabeça e achatamento de sua porção posterior;
- Características faciais distintivas: boca grande com protusão da língua, queixo proeminente, lábio superior fino, dentes espaçados;
- Redução da pigmentação cutânea, com pele mais clara do que o padrão familiar e maior freqüência de cabelos -finos e loiros e olhos claros;
- Estrabismo (40%dos casos) e mais raramente (10%) desvio na coluna (escoliose);
- Crises epiléticas, especialmente ausências, associadas a padrão característico do eletroencefalograma (EEG).
Não há cura para a Síndrome de Angelman, mas, há alguns tratamentos para os seus sintomas. A epilepsia pode ser controlada através do uso de medicação, a fisioterapia é uma aliada importante para estimular as articulações prevenindo sua rigidez. Terapia ocupacional ajuda a melhorar a motricidade fina e controlar a conduta motoro-bucal. Terapias de comunicação e Fonoaudiologia também são essenciais para se trabalhar a fala. A hidroterapia e musicoterapia também são muito utilizadas na melhoria dos sintomas desta síndrome. Modificação da conduta tanto em casa, quanto na escola, podem permitir que a criança possa desenvolver, ela mesma, a capacidade de realizar a maioria das tarefas relacionadas com o comer, o vestir e realizar inclusive atividades de casa, neste caso a ajuda, compreensão e paciência dos familiares é essencial para essa conduta.
A Síndrome de Angelman (S.A) é um distúrbio neurológico que causa retardo mental, alterações do comportamento e algumas características físicas distintivas.
O diagnóstico é em geral estabelecido por geneticista ou neurologista, e baseia-se em elementos clínicos, especialmente o retardo no desenvolvimento neuromotor, a ocorrência de crises convulsivas e a presença de características físicas peculiares. Nas crianças que já adquiriram a marcha, chama a atenção o andar bastante desequilibrado, com as pernas abertas e com os membros superiores afastados do corpo, como se tentando melhorar o equilíbrio, acompanhado de movimentos trêmulos e imprecisos. O comportamento caracteriza-se por expansividade e riso fácil e frequente. A comunicação é bastante prejudicada, com a capacidade de expressão pela fala muito reduzida. A S.A. pode ser confundida com deficiência mental de causa indeterminada, autismo infantil ou paralisia cerebral.
Além do quadro clínico, alguns exames podem contribuir para o diagnóstico de S.A. O EEG, avaliado por neurofisiologista com experiência nesta doença, poderá mostrar alterações fortemente sugestivas da S.A. Os exames de imagem do crânio, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, são normais ou apresentam alterações pouco específicas, pouco contribuindo para o diagnóstico de S.A. Os exames genéticos são particularmente importantes, sendo que em aproximadamente 80% dos casos, usando-se diferentes técnicas laboratoriais, pode-se confirmar a existência de deficiência em um dos cromossomos 15. Em 20% dos casos, o diagnóstico é baseado apenas em dados clínicos e de outros exames complementares, sendo o estudo genético normal.
Caracteristicas
Atraso na aquisição motora (sentar, andar etc.)
- Ausência da fala;
- Falta de atenção e hiperatividade;
- Andar desequilibrado, com pernas afastadas e esticadas;
- Natureza afetiva e risos freqüentes;
- Sono entrecortado e difícil;
- Redução do tamanho da cabeça e achatamento de sua porção posterior;
- Características faciais distintivas: boca grande com protusão da língua, queixo proeminente, lábio superior fino, dentes espaçados;
- Redução da pigmentação cutânea, com pele mais clara do que o padrão familiar e maior freqüência de cabelos -finos e loiros e olhos claros;
- Estrabismo (40%dos casos) e mais raramente (10%) desvio na coluna (escoliose);
- Crises epiléticas, especialmente ausências, associadas a padrão característico do eletroencefalograma (EEG).
Não há cura para a Síndrome de Angelman, mas, há alguns tratamentos para os seus sintomas. A epilepsia pode ser controlada através do uso de medicação, a fisioterapia é uma aliada importante para estimular as articulações prevenindo sua rigidez. Terapia ocupacional ajuda a melhorar a motricidade fina e controlar a conduta motoro-bucal. Terapias de comunicação e Fonoaudiologia também são essenciais para se trabalhar a fala. A hidroterapia e musicoterapia também são muito utilizadas na melhoria dos sintomas desta síndrome. Modificação da conduta tanto em casa, quanto na escola, podem permitir que a criança possa desenvolver, ela mesma, a capacidade de realizar a maioria das tarefas relacionadas com o comer, o vestir e realizar inclusive atividades de casa, neste caso a ajuda, compreensão e paciência dos familiares é essencial para essa conduta.


http://angelman.org.br/

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

10 coisas que não devemos dizer para as crianças.


1 – Não rotule seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjetivo agressivo, mesmo que de... brincadeira. Isso fará com que ele se torne realmente isso.

2 – Não diga apenas sim. Os nãos e porquês fazem parte da relação de amizade que os pais querem construir com os filhos.

3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma atividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.

4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma, ensinando assim a lidar com suas emoções.

5 – Não diga que a injeção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que seja gotinha, diga que será rápido ou apenas uma picadinha, mas não engane.

6 – Não diga palavrões. Seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.

7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.

8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.

9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário. Quando acontecer um sonho ruim, acalme seu filho e leve-o para a cama, fazendo companhia até dormir.

10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Por que não é bom discutir na frente dos filhos?

Quando o objetivo de uma conversa é agredir o outro e não se entender, é bom os filhos não estarem por perto. E existem três grandes razões para isso. A primeira delas é que crianças menores de cinco anos são egocêntricas. Acreditam que tudo o que acontece tem a ver com elas. "Quando os pais brigam na sua frente, mesmo que não tenha nada a ver com ela, a criança acha que é a culpada. Ela cria uma culpa em seu imaginário e acredita que a desarmonia da casa acontece por sua causa", explica Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo Pompeia, em São Paulo. E isso acontece mesmo com as bem pequenas, que sentem o clima ruim e ficam angustiadas. É preciso mudar a energia do casal para ela ter a sensação de amor e segurança de volta. Para as que já entendem um pouco, é necessário explicações. Quando o assunto não é conversado - ou é mal conversado -, o resultado é uma criança culpada, um verdadeiro estrago em sua autoestima em construção.

O segundo motivo: crianças com menos de 3 anos não entendem o que é ironia. E por que isso é um problema? Porque as discussões raramente começam explosivas. Geralmente são dois adultos conversando, que começam a trocar farpas, com direito até a algumas risadas. Em determinado momento, um dos dois perde a paciência e explode. Do ponto de vista infantil, não há como entender por que duas pessoas que conversam (ela não capta que já estão discutindo) de repente começam a gritar e chorar. Fica a referência de que os diálogos dos pais sempre terminarão em gritos e isso gera o sentimento de instabilidade. Ela começa a desconfiar dos adultos, já que não sabe como eles irão reagir. A criança passa a ter um sentimento de impotência e insegurança. Ama os pais, sabe que precisa deles e, quando assiste às brigas, fica com a sensação de que as relações são muito frágeis. Para piorar, dependendo da idade, ela pode até tentar entrar na discussão e muitas vezes, no calor da raiva, o adulto pede para ela se calar, não vendo que o objetivo é apenas proteger a unidade familiar. Além disso, muitas vezes o filho pensa que deve sair em defesa de um dos pais, o que causa bastante sofrimento.

Por último, é sempre bom lembrar que os pais servem como uma referência. Eles são os tradutores da vida. A criança vai imitá-los, tentando resolver seus problemas com outras crianças também com gritos e choro. Pode acabar repetindo os mesmos padrões de hostilidade em suas relações sociais.

O que fazer depois que uma discussão acontece.

Pronto, vocês perderam a cabeça e acabaram discutindo na frente das crianças. Tão importante quanto tentar não repetir o ato é agir da forma correta depois que ele aconteceu. Não dá para os dois gritarem, baterem a porta, saírem dirigindo pela cidade ou se trancarem no quarto. Um dos pais - quem estiver mais calmo, claro - deve conversar com a criança, explicar o que aconteceu e aliviar sua culpa imaginária. Não precisa pedir desculpas. Basta explicar que isso faz parte das relações familiares. Faça isso mesmo que sejam três dias depois, mas não deixe passar em branco. "É necessário assegurá-la, explicando que adultos se desentendem, mesmo quando se gostam muito, e que eles vão se resolver e não precisam que a criança se preocupe com isso. O filho pode fazer perguntas, demonstrar tensão. Fique ao seu lado, mas evite pedir ajuda ou trazê-lo para o seu lado", explica a psicóloga Daniela da Rocha Paes Peres. E escute a criança. Deixe-a desabafar, tirar dúvidas, criar teorias sobre o ocorrido. O importante é sempre mostrar que está tudo bem ou caminhando para ficar. É importante fazer isso mesmo quando se trata de uma criança de 2, 3 anos, que parece não entender nada. Adapte a explicação com palavras que ela entenda e demonstre o seu carinho para ela se sentir segura.

Quando as discussões ocorrem com certa frequência, a criança pode ser mais afetada e apresentar mudanças físicas e emocionais, como falta de apetite, sono difícil, humor irritadiço e dificuldades de relacionamento com outras crianças. É importante conversar com ela, explicar, de forma coerente a sua idade, que o casamento passa por ajustes e essas discussões são para arrumá-lo. Em casos mais sérios, o melhor é consultar um especialista para ajudar vocês.

Cuidado com as crianças que não perguntam nada. Pode-se achar que elas nem prestaram atenção na briga ou simplesmente não ligaram para o que assistiram. O fato de ficarem quietas não significa que não estão assustadas. Elas podem estar em pânico e nem conseguir se expressar. Não deixe uma discussão sem explicação mesmo que o filho não se manifeste.

O lado bom das discussões.

Discutir nem sempre é brigar. Assistir a uma conversa em que os adultos usam um tom relativamente normal, expõem seus argumentos e trocam ideias para chegar a um acordo pode ser saudável e educativo para a criança. Ela aprenderá como é importante defender suas opiniões, sempre de forma gentil e educada. Também saberá que o pai pode ter uma posição sobre determinado assunto, a mãe outra e ele poderá ter outra ainda. E tudo bem. Com o tempo, vai desenvolver sua capacidade de argumentação, de raciocínio, de crítica e de lógica. E também saberá ser mais tolerante e aceitar o ponto de vista do outro.

Nunca ver uma discussão saudável entre os pais cria um ambiente que não é verdadeiro. A criança não aprende que pode lutar por suas ideias. Não saberá como funciona uma discussão - lembre-se de que ela aprende por imitação. Ou, o que pode ser pior: se um dos pais, para manter a paz familiar, decide simplesmente acatar a opinião do outro sem discutir ou dar vazão aos seus sentimentos, isso também ensina algo que não é legal. A criança corre o risco de fazer o mesmo no futuro, achando que o correto é esconder o que sente para evitar discussões.

Mas atenção! Quando o assunto é a criança, como questões referentes à sua educação ou ao comportamento, jamais o faça na frente dela, mesmo que a forma de discussão seja saudável. "Isso fragiliza o modelo parental. As divergências devem ser sanadas e, posteriormente, deve ser informada aos filhos qual a posição dos pais como uma unidade. Isso faz com que exista uma consistência e passa para a criança a ideia de unidade, segurança", explica Ricardo Halpern, pediatra e presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Como agir quando a discussão é mais violenta.

Brigas mais sérias, envolvendo palavrões e até atos de violência, podem acontecer. Nesse caso, a situação merece uma atenção ainda mais especial. "Quando a discussão for muito agressiva, destemperada, com palavrões e às vezes com atos violentos, é importante conversar com a criança num momento mais calmo, explicando que o que aconteceu não é normal, nem natural, nem desejável, mas às vezes acontece. E vale a regra de explicar que ela não precisa se preocupar nem procurar ajudar, pois os adultos vão resolver entre eles", avisa a psicóloga Daniela. Mas realmente aguarde vocês se acalmarem. Em um primeiro momento, apenas a tire da cena, explicando que está tudo bem, que vocês apenas perderam a calma e que mais tarde vocês irão conversar. Durante esse tempo, mantenha-a fazendo algo de que goste. Vale até pedir a ajuda discreta de um amigo ou parente, enquanto os adultos resolvem a situação.

Quando você briga com os seus pais na frente dos seus filhos.

Trata-se de uma situação bastante complicada, pois, além de presenciar uma discussão do tipo não saudável, ela envolve pais e avós e serve de exemplo direto de como papai e mamãe tratam os próprios pais. Como exigir respeito do seu filho se você acaba de demonstrar que não respeita os seus pais? "O efeito sobre a criança é perverso. Ela vê que os próprios pais não conseguiram ter uma relação equilibrada e adulta com seus genitores, o que abala a crença de que os conflitos que vivem serão sanados com a maturidade", diz a psicóloga Daniela. O melhor é sempre dizer a verdade de forma coerente com a idade da criança. É o momento de explicar que as relações podem ser diferentes, mostrar que você e sua mãe, por exemplo, ainda estão tentando encontrar um caminho bacana para conversar e que o aconteceu não foi legal, mas pode ocorrer. Mostre que muitos sentimentos serão mais bem entendidos e administrados quando se torna adulto, mas que é normal adultos, inclusive pais e filhos, ainda precisarem discutir para chegar à boa convivência. Não faça muitos dramas e aprenda a separar sua relação com os seus pais da relação deles como avôs. Isso significa que, mesmo se entendendo mal ou discutindo, seus filhos irão ver e passear com os avôs. A relação é outra.

(Daniela da Rocha Paes Peres, psicóloga; Ricardo Halpern, pediatra e Presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria; Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo Pompeia) Fonte: Bebe.com.br

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Papel dos pais na educação dos filhos.

O que é educação?

A palavra educação pode assumir diferentes significados. Entre eles, implica falar em hábitos e valores de determinada sociedade, em determinado momento histórico, que é transmitida para gerações posteriores. Além de ser algo da vida em sociedade, a educação também compreende o aprendizado das experiências individuais.
O processo educativo, ou a educação, pode ser ainda compreendido como o desenvolvimento intelectual, físico ou moral dos indivíduos com vistas à adaptação e à socialização. Para alguns autores, a educação pode ser dividida em: Educação Formal e Educação Não Formal. A primeira refere-se ao aprendizado escolar, que possui objetivos claros e específicos, amplamente conhecidos. Já a segunda compreende uma forma mais difusa de educação, com menos características hierárquicas. Assim, a educação não formal não pode ser entendida no sistema de progressão, já que não é algo sistematizado. Nos dias atuais, é difícil comparar as forças desses dois tipos de educação que, muitas vezes, agem em direções opostas: uma para formar e a outra para informar.

O que é educar?

Nos sentidos da palavra educação que discutimos, educar pode compreender tanto o processo de transmissão de conhecimentos, hábitos e valores, como também criar condições para que o sujeito experiencie o mundo. Educar é acompanhar e influenciar, de alguma forma, o desenvolvimento da aprendizagem, das capacidades físicas e intelectuais.


Os pais são educadores?

Alguns autores entendem que toda atuação familiar é educativa. Para exemplificar essa ideia, podemos usar o comportamento dos pais diante do comportamento dos filhos. A forma como os pais reagem ou não, ensina à criança as consequências de seu comportamento, mesmo que essa não seja a intenção. Os pais tem muita importância na educação dos filhos, pois são responsáveis por legitimar ou rechaçar conhecimentos e valores adquiridos pelas crianças no processo civilizatório. Exercem, portanto, importante mediação na relação da criança com o mundo.

Qual é o papel dos pais na educação?

Independente da ação da uma vontade consciente, os pais estão sempre participando da educação de seus filhos; desde o começo da vida, quando o comportamento dos pais pode influenciar a forma como os filhos irão se relacionar com o mundo e com as pessoas. Um exemplo disso é a educação sexual, muitos pais acreditam que não influenciam o comportamento dos filhos, ou, que pelo contrário, tem total domínio sobre isso. A questão é que o comportamento dos filhos diz muito sobre a forma como os pais agiram sobre determinado assunto. No exemplo que estamos discutindo: pais que não falam sobre o assunto, educam para o silêncio. Pais que falam, educam para a discussão. Isso é muito diferente de dizer que pais que falam sobre sexo, liberam os filhos para fazerem o que quiserem, como muitos tendem a crer. Educar para o diálogo, pressupõe que os pais tenham uma boa relação estabelecida com o objeto de discussão ou, quando isso não acontece, tenham coragem para ser sinceros e expressar limites e incapacidades.
Assim também acontece com relação à educação formal, a participação dos pais depende, antes de qualquer coisa, da relação que estes mesmo pais têm com o conhecimento. Pais que valorizam a formação científica e cultural tendem a influenciar positivamente a relação estabelecida entre os filhos e o processo de aprendizagem. A participação ativa no processo educacional indica esse interesse. Quando os pais se aproximam dos conteúdos aprendidos na escola e demonstram interesse, essa atitude reflete diretamente no comportamento dos filhos. O papel dos pais na educação dos filhos é, portanto, emocional. É o peso da relação familiar estabelecida com o mundo, com a ciência, com o conhecimento e, por isso, tão importante e determinante no direcionamento da formação dos filhos.

(Texto de Juliana Spinelli Ferrari-Graduada em psicologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista. Curso de psicoterapia breve pela FUNDEB - Fundação para o Desenvolvimento de Bauru Mestranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP-Universidade de São Paulo.)

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Brincadeiras para ajudar a processar os sentidos e a coordenação motora com imaginação: caminhos sensoriais

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Trago a dica para a construção dos caminhos sensoriais como parte de brincadeiras infantis que beneficiam especialmente algumas crianças com dificuldades no processamento dos sentidos, mas de uma forma lúdica e rica na complexidade que pode ir acontecendo.
Utilizar materiais diferentes em textura, solidez, formato, visual e de sons que possam se transformar também em matéria de imaginação de um conto de fadas ou simplesmente experimentar as sensações do próprio corpo. O som do estourar das bolhas do plástico pode ser convidativo para pisar com maior precisão e fornecer alimento sensorial tátil e proprioceptivo para os pés. Vale a pena investigar como cada criança recebe o estímulo, pois para algumas pode até ser aversivo .
Mas…quem sabe esse som não pode se transformar em barulho de chuva ou um pó-de-pirlimpimpim?
Vai da possibilidade da criança e criatividade do adulto.
Vai como?
Investigando territórios…

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Sempre deixe a criança experimentar do jeito dela, e incentive variações!
Enquanto para umas o desafio seja trilhar um limite para outras pode ser desafiar a gravidade e o equilíbrio.
São formas diferentes para se conhecer e se integrar aos ambientes.
Investigando possibilidades…

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Estas brincadeiras contribuem para o domínio do corpo  no espaço e no tempo que vão sendo interiorizados em ritmos próprios.
Vai com quem?

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Outra dica de brincadeira é andando no caminho sensorial com o outro podendo brincar de trem, minhoca ou fazendo de conta de estar passeando na rua, no parque ou shopping.

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Inverter os lugares e papéis.
Quem conduz e quem é conduzido, ajustando os ritmos.

Para algumas crianças essa brincadeira pode ser uma ótima oportunidade para incentivar o controle do ritmo no andar, aprender a parar o corpo quando necessário, ter uma frequência regular no caminhar.Tudo na base da brincadeira. Com músicas, fazendo “espetáculos interessantes”.
Para crianças maiores podemos simular o andar na rua com obstáculos e as reações esperadas para própria segurança. São noções para o desenvolvimento da autonomia.

Fonte: Gente miúda.

Autismo. Dificuldade dos Pais de uma Criança Diferente

Na escola em que trabalho, tivemos uma aluna autista durante uns 5 anos, e percebo que os pais muitas vezes vendam os próprios olhos para não enxergar a diferença, é uma situação muito triste, mas estes pais precisam de ajuda... tanto quanto os filhos. Achei este texto muito interesse, ler sobre o assunto é sempre bom...

Todos imaginam os seus filhos como bons alunos na escola, a correr e a brincar com outras crianças, a falar pelos cotovelos ou a fazer birras. Ter uma criança diferente pode ser difícil de aceitar. Principalmente quando essa criança tem características que a afastam do mundo dos outros, inclusive do mundo dos seus pais. Ter um filho autista é um desafio que ninguém pretende, mas por que alguns passam. É disso que vamos falar hoje.

Alguns relatos soltos
A descrição dos pais do Gonçalo, de quatro anos, é sugestiva. É uma criança sozinha. Vive no seu mundo. Tem uma enorme dificuldade em fazer amigos porque está sempre metido consigo próprio. Muitas vezes não responde quando o chamamos.

A maioria das vezes não olha directamente para nós e parece focar algo no infinito. E sorrir, isso só por milagre. Parece não ter interesse nas brincadeiras das outras crianças e tem uma enorme dificuldade em comunicar com elas. Muitas vezes, tenho a sensação de que não o faz de propósito, simplesmente não é capaz de estabelecer contacto com outras pessoas. Não temos dúvidas que, para ele, a qualidade de um relacionamento é incomparavelmente mais importante que o número de amigos.

A Catarina, de cinco anos, sempre teve dificuldades na linguagem. Com um ano de vida ainda não palrava. Pelos dezoito meses ainda não dizia uma única palavra e aos dois anos, quando as restantes crianças da escola já se faziam entender razoavelmente, ela ainda apenas repetia os sons. Chegada aos três anos não consegue construir frases com mais do que 3 palavras e por isso não é capaz de comunicar de forma eficaz com os seus colegas ou irmãos.

A mãe da Rita anda desesperada pois a sua filha não consegue evitar fazer repetidamente movimentos de rodar as mãos uma sobre a outra, como se de um tique se tratasse. Para a Rita, tudo deve obedecer a regras precisas.

A forma como se veste, ou como se despe, aquilo que deve ser o seu pequeno-almoço, o local dos móveis do seu quarto ou a forma como os livros estão arrumados, de forma decrescente de altura, ao longo das prateleiras. Qualquer alteração a estas regras e a Rita torna-se extremamente ansiosa. Ultimamente começou a querer que a mãe vestisse sempre a mesma saia e faz birra quando a mãe veste algo diferente.

A Vera nunca foi uma criança completamente normal. Talvez aquilo que chamasse mais atenção fosse o facto de ser um pouco preguiçosa. Começou a sentar-se mais tarde, nunca gatinhou, foi necessário um longo período até se saber apoiar de pé e começou a andar quando os pais já estavam desesperados, por volta dos 18 meses.

Com 3 anos e continua a necessitar de tomar diariamente um laxante para que os intestinos funcionem correctamente. Agora, começaram a surgir os comportamentos repetitivos, a dificuldade na linguagem e a extrema dificuldade em lidar com outros, fechando-se no seu mundo.

Quais as principais características de uma criança autista?O autismo nasce com a criança, mas pode ser aparente em diferentes idades, consoante a gravidade e a profundidade das suas manifestações. Alguns pais notam alguns sinais ainda no primeiro ou segundo ano de vida dos seus filhos, e na maioria dos casos o autismo torna-se evidente antes da criança ter atingido os três anos de idade.

É uma doença contínua, sem volta atrás. A partir do momento que se manifesta a criança vai ficar com ela para toda a vida.

As suas principais características são uma grande dificuldade em desenvolver relações sociais com outras crianças ou adultos, enormes dificuldades na comunicação com os outros e a existência de comportamentos limitados e muito repetitivos.

Fisicamente, pelo contrário, são crianças com uma aparência completamente normal e saudável. A incapacidade em desenvolver as relações sociais é uma das marcas características da criança autista.

A incapacidade em desenvolver as relações sociais é uma das marcas características da criança autista. A criança vive como que fechada no seu mundo e não entende que outros possam ter um ponto de vista ou uma opinião diferente da sua.


O desenvolvimento da linguagem está sempre comprometido nestas crianças e cerca de metade delas nunca chegam a desenvolver uma linguagem que lhes permita a comunicação essencial para o dia-a-dia. Mais grave ainda, uma em cada dez destas crianças nunca chega a desenvolver a linguagem de todo.

Todas estas crianças apresentam comportamentos estereotipados, sem objectivo definido, como movimentos de lavar as mãos, rodar a cabeça, ou abanar o corpo lentamente. Estes movimentos surgem repetidamente e continuamente, principalmente em situações em que a criança se sente sob stress.

Algumas crianças têm igualmente comportamentos obsessivos como o de arrumar os seus brinquedos sempre da mesma forma, e uma enorme resistência à mudança seja nos hábitos, nas roupas ou na decoração do seu quarto. Muitas vezes, apenas se interessam por uma característica de um objecto, ignorando por completo as restantes.

Que outros problemas podem apresentar as crianças autistas?Para além das características principais de que falámos atrás, a criança autista pode apresentar muitos outros problemas, incluindo dificuldades motoras com atraso na aquisição de algumas competências como o sentar, gatinhar ou andar.

Algumas crianças apresentam problemas alimentares, recusando sistematicamente alguns alimentos ou apenas comendo outros, sendo extremamente selectivas e levando os pais ao desespero.

Também os problemas com o sono são mais frequentes nestas crianças, principalmente a dificuldade em adormecer, acordarem muitas vezes durante a noite e a facilidade com que acordam, ainda de madrugada, prontas para um novo dia.
Se bem que a maioria das crianças autistas sofra de algum grau de atraso mental, algumas desenvolvem capacidades extraordinárias em algumas áreas como a música, as artes ou a matemática.

Cerca de um quarto das crianças autistas desenvolve epilepsia nos primeiros anos de vida ou, mais tarde, durante a adolescência.

Metade destas crianças apresenta também uma obstipação crónica com necessidade de tomar regularmente um laxante para que os seus intestinos funcionem de forma adequada.

Porque surge o autismo?
Há décadas atrás, alguns defendiam a teoria que as crianças se tornavam autistas por receberem pouco carinho das suas mães. Poucas teorias terão sido tão cruéis para muitas mães, incapazes de lidar com a situação de terem um filho autista e serem ainda responsabilizadas por isso.

Hoje sabemos que a causa do autismo está, esmagadoramente, nos genes. Em mais de 90% dos casos são alterações genéticas que provocam esta doença. Estas alterações genéticas são complexas e mais de vinte genes já foram implicados.

Isto significa que, ao contrário de outras doenças genéticas em que apenas um gene está danificado, na criança autista são muitos os genes que funcionam defeituosamente, nem sempre os mesmos em crianças diferentes, tornando difícil o diagnóstico mesmo com as tecnologias genéticas mais sofisticadas.

A maior parte destas mutações genéticas surge por acaso, por erro da natureza. Isto significa que são variações genéticas que surgem na criança, mas que não existem nos seus pais.

De uma forma geral, em cada cinco crianças autistas, quatro são rapazes. Não sabemos o porquê desta relação, mas é um facto que a maioria das doenças mentais com atraso de desenvolvimento em crianças ocorre com maior frequência no sexo masculino.

Na criança com autismo, muitas das zonas cerebrais não funcionam correctamente. Esta doença não afecta uma zona particular do cérebro da criança mas diferentes áreas em simultâneo.

Muitas outras possíveis causas têm sido incriminadas no aparecimento desta doença, como por exemplo, a utilização de determinados fármacos durante a gravidez, mas estes casos são os mais raros e não são fáceis de provar.

A causa mais insistentemente comentada tem sido o papel das vacinas, nomeadamente a vacina tríplice para o sarampo, papeira e rubéola, que todas as crianças fazem cerca dos 15 meses. Provavelmente porque muitas vezes os primeiros sinais da doença na criança aparecem depois dessa idade. No entanto, e apesar de muitos alarmes, nenhum trabalho científico demonstrou esta possibilidade e ela continua ainda a ser uma teoria por provar.


O autismo é frequente?
Estima-se que esta doença afecte uma criança em cada mil. Mas existem outras doenças que são «próximas» do autismo e que partilham com ele algumas (mas não todas) as características que falámos atrás. É o caso da doença de Asperger ou da doença de Rett.

As crianças com doença de Asperger, por exemplo, possuem muitas características das crianças autistas, embora mais atenuadas, com uma diferença fundamental: não apresentam problemas no desenvolvimento da linguagem. Se juntarmos o autismo com estas doenças com ele relacionadas, no seu conjunto elas afectam seis em cada mil crianças.

O que fazer a estas crianças?
O primeiro passo, na presença da mais pequena suspeita, é falar com o Pediatra que habitualmente segue a criança. Se a suspeita se mantém, a criança deve ser avaliada por um Pediatra especialista na área do Desenvolvimento Infantil.

Quanto mais depressa o diagnóstico for feito e mais depressa se começar a actuar, melhores serão os resultados. O ideal seria uma criança autista ser identificada antes dos três anos. Na prática, os estudos científicos mostram que a consulta com um especialista em Desenvolvimento só ocorre por volta dos quatro anos e que o diagnóstico é muitas vezes feito apenas aos cinco anos de idade.

Após o diagnóstico estar confirmado a criança deve entrar num programa intensivo de estimulação e modificação comportamental e de desenvolvimento da linguagem. Existem já protocolos internacionais bem definidos e com resultados satisfatórios.

Esta estimulação poderá permitir à criança desenvolver algumas competências e desta forma melhorar a sua qualidade de vida. Também aqui, cada criança é uma criança e cada caso é um caso e a resposta aos programas de desenvolvimento é muito variável.

O programa de estimulação deve ser adaptado a cada criança e mesmo a cada família e não ser «cega» a sua aplicação. Não existe um programa de actuação ideal para ser aplicado a todas as crianças. Existe sim, seguramente, um programa de actuação ideal para uma criança em particular.

Trata-se de um tratamento caro, pois envolve vários especialistas e muitas horas de intervenção sobre a criança. O objectivo é tornar a criança o mais independente possível, se possível tornando-a num membro colaborante da sociedade.

O autismo tem cura?Não se conhece uma cura para o autismo. Mas a intervenção psicológica e comportamental podem ter um efeito muito benéfico nestas crianças.

Não existem medicamentos que possam curar esta doença, mas alguns fármacos podem ser utilizados quando estão presentes algumas manifestações como a agressividade, depressão, ansiedade, hiperactividade ou convulsões. Nenhum medicamento, no entanto, consegue curar o autismo, nomeadamente as dificuldades em estabelecer contactos sociais ou em desenvolver a linguagem.

Qual o futuro para estas crianças?
Tudo depende da gravidade das manifestações. O autismo não é uma doença simples e pode revestir-se de muitas formas, umas mais graves, outras mais leves. Umas com mais dificuldades na interacção social, outras com predomínio dos movimentos repetitivos. Nuns casos com alguma linguagem, noutros sem capacidade de comunicar.

A evolução é imprevisível e com a idade algumas crianças agravam os seus sintomas enquanto outras melhoram. Provavelmente porque se trata de uma doença com diferentes graus de gravidade, podendo envolver diferentes grupos de genes e dependendo da idade em que as intervenções começam a ser feitas.

Para os casos mais graves, a vida independente é impossível. Mas existem muitos casos mais suaves de crianças que conseguem frequentar a escola no ensino regular e adultos autistas vivendo com alguma independência seja em centros comunitários ou hospitais residenciais, seja mesmo em suas casas. O número destes casos tem vindo, graças a uma intervenção cada vez mais precoce, a aumentar.

Em conclusão
O autismo é uma doença grave pelas consequências que representa para a criança e sua família. As suas características fundamentais são a incapacidade em estabelecer contacto com outros, dificuldades na linguagem e comportamentos estereotipados e repetitivos. Não tem cura mas muito pode ser feito se um programa de estimulação psicológica e da linguagem for iniciado precocemente.

retirado do site:
http://www.paisefilhos.pt 

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Fonte: Gente Miúda.