sexta-feira, 30 de maio de 2014

Trabalhando com Material Dourado


O material dourado foi criado pela médica e educadora Maria Montessori para que as crianças pudessem perceber através de um material concreto como é o sistema de numeração decimal e para facilitar a compreensão  sobre as operações(adição, subtração, multiplicação e divisão).
Esse material é normalmente confeccionado em madeira e composto por cubos, placas, barras e cubinhos.
Para que as crianças conhecessem melhor e tivesse mais intimidade com este material, deixei que brincassem de forma livre e foi um sucesso. Criaram ruas, casinha, estrada, prédios, cubinhos viraram joaninhas e a construção virou arte.


O próximo passo foi utilizar os cubinhos e barrinhas para fazer agrupamentos de 10 em 10, a cada 10 cubinhos, trocamos por uma barrinha. Vivenciando o conceito de unidades e dezenas.
Também aproveitamos o material para as atividades de adição e subtração, com o material concreto as operações puderam ser melhor compreendidas.

Com o material dourado podemos criar diversas atividades. Logo trarei outras dicas...

Ditados? Uma atividade legal e divertida!


Quando falamos em ditado de palavras, o que vem a mente são alunos sentados, uma folha de papel e a professora ditando 10/20 palavras sequenciais. Isso ainda existe e não devemos acreditar que está errado pois ditado é uma forma de avaliar e desafiar o aluno a pensar e repensar sua aprendizagem.
Mas hoje existem também outras estratégias de trabalhar com ditado, abaixo seguem algumas sugestões 


  • Ditado oral pelo professor: palavras, frases ou textos.
  • Ditado oral pelas crianças para outras crianças (Exemplo: dividir a turma em grupos; cada grupo dita as palavras escolhidas, para que as outras equipes discutam sobre como escrever as palavras ditadas. Nos grupos, elas comparam escritas diversas, justificam suas escolhas. No final, o professor pode discutir cada palavra).
  • Ditado em que as crianças ditam as palavras para o professor e esse problematiza coletivamente como a palavra vai ser escrita.
  • Ditado de textos, em que os alunos comparam os modos como cada um escreveu o texto, com foco em ortografia, concordância ou pontuação.
  • Ditado de lacunas: o aluno recebe um texto com algumas lacunas. O professor vai lendo o texto e os alunos, ao ouvirem o que deve preencher as lacunas, escrevem para reflexão posterior.
  • Coloque as crianças dentro do círculo e de a ordem: CADA MACACO NA SUA PALAVRA Cada criança deverá correr para uma palavra;
  • Separar a turma em dois grupos, colocar sobre uma mesa, no centro da sala, palavras cortadas em sílabas,o professor diz uma palavra e o aluno do grupo 1 vai na mesa e pega as sílabas que formam a palavra (se quiser pode estipular tempo) e mostra para os colegas se acertou o grupo ganha 1 ponto, se errou passa a mesma palavra para um aluno do outro grupo formar e assim sucessivamente até todos os alunos terem formado pelo menos uma palavra.
Fonte: Educação em Foco.

A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Estudos e pesquisas têm comprovado a importância das atividades lúdicas, no desenvolvimento das potencialidades humanas das crianças, proporcionando condições adequadas ao seu desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo, e social. Atividade lúdica é toda e qualquer animação que tem como intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica. São lúdicas as atividades que propiciam a experiência completa do momento, associando o ato, o pensamento e o sentimento. A criança se expressa, assimila conhecimentos e constrói a sua realidade quanto está praticando alguma atividade lúdica. Ela também espelha a sua experiência, modificando a realidade de acordo com seus gostos e interesses.
Na educação Infantil podemos comprovar a influência positiva das atividades lúdicas em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças. 
Os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que a criança está construindo sua identidade e grande parte de sua estrutura física, socioafetiva e intelectual. É, sobretudo, nesta fase que se deve adotar várias estratégias, entre elas as atividades lúdicas, que são capazes de intervir positivamente no desenvolvimento da criança, suprindo suas necessidades biopsicossociais, assegurando-lhe condições adequadas para desenvolver suas competências.
Todas as instituições que atendem crianças de 0 a 5 anos, deve promover o seu  desenvolvimento integral, ampliando suas experiências e conhecimentos, de forma a estimular o interesse pela dinâmica da vida social e contribuir para que sua integração e convivência na sociedade sejam produtivas e marcadas pelos valores de solidariedade, liberdade, cooperação e respeito. As intuições infantis precisam ser acolhedoras, atraentes, estimuladoras, acessíveis ás crianças e ainda oferecer condições de atendimento ás famílias, possibilitando a realização de ações sócioeducativas.

As crianças necessitam receber nas instituições de educação infantil:
  • Ações sistemáticas e continuadas que visam a fornecer informações;
  • Realizar vivências através de atividades lúdicas;
  • Aprimorar conhecimentos.
São vários os benefícios das atividades lúdicas, entre eles estão:
  • Assimilação de valores;
  • Aquisição de comportamentos;
  • Desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento
  • Aprimoramento de habilidades;
  • Socialização.
Quanto ao tipo de atividades lúdicas existentes, são muitas, podemos citar:
  • Desenhar;
  • Brincadeiras;
  • Jogos;
  • Danças;
  • Construir coletivamente;
  • Leituras;
  • Softwares educativos;
  • Passeios;
  • Dramatizações;
  • Cantos;
  • Teatro de fantoches, etc.
As atividades lúdicas podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que permita tentar uma situação de interação. Porém, mais importante do que o tipo de atividade lúdica é a forma como é dirigida e como é vivenciada, e o porquê de estar sendo realizada.
Toda criança que participa de atividades lúdicas, adquire novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, que gera um forte interesse em aprender e garante o prazer.
Na educação infantil, por meio das atividades lúdicas a criança brinca, joga e se diverte. Ela também age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. As atividades lúdicas podem ser consideradas, tarefas do dia-a-dia na educação infantil.
De acordo com Teixeira (1995), vários são os motivo que induzi os educadores a apelar às atividades lúdicas e utilizá-las como um recurso pedagógico no processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Schwartz (2002), a criança é automotivada para qualquer prática, principalmente a lúdica, sendo que tendem a notar a importância de atividades para o seu desenvolvimento, assim sendo, favorece a procura pelo retorno e pela manutenção de determinadas atividades.
Huizinga (1996), diz que numa atividade lúdica, existe algo “em jogo” que transcende as necessidades imediatas da vida e confere um sentido à ação.
Para  Schaefer (1994), as atividades lúdicas promovem ou restabelecem o bem estar psicológico da criança. No contexto de desenvolvimento social da criança é parte do repertório infantil e integra dimensões da interação humana necessária na análise psicológica (regras, cadeias comportamentais, simulações ou faz-de-conta aprendizagem observacional e modelagem).
Toda a atividade lúdica pode ser aplicada em diversas faixas etárias, mas pode sofrer intervenção em sua metodologia de aplicação, na organização e no prover de suas estratégias, de acordo com as necessidades peculiares das faixas etárias. As atividades lúdicas têm capacidade sobre a criança de gerar desenvolvimento de várias habilidades, proporcionando a criança divertimento, prazer, convívio profícuo, estímulo intelectivo, desenvolvimento harmonioso, autocontrole, e auto-realização.
O educador deverá propiciar a exploração da curiosidade infantil, incentivando o desenvolvimento da criatividade, das diferentes formas de linguagem, do senso crítico e de progressiva autonomia.  Como também ser ativo quanto às crianças,
criativo e interessado em ajudá-las a crescerem e serem felizes, fazendo das atividades lúdicas na educação Infantil excelentes instrumentos facilitadores do ensino-aprendizagem.
As atividades lúdicas, juntamente com a boa pretensão dos educadores, são caminhos que contribuem para o bem-estar, entretenimento das crianças, garantindo-lhes uma agradável estadia na creche ou escola.  Certamente, a experiência dos educadores, além de somar-se ao que estou propondo, irá contribuir para maior alcance de objetivos em seu plano educativo.

Fonte: Educação em Foco.

A importância da rotina na Educação Infantil

Todos nós sabemos como é importante para uma criança ter rotina, na escola ela também é necessária. A Educação Infantil deve considerar a organização do cotidiano enquanto a criança está no ambiente escolar.
A rotina proporciona estabilidade e segurança, maior facilidade na organização espaço-temporal e evita o sentimento de ansiedade que um dia inteiro na escola pode causar.
É importante sempre no início da aula conversar com os alunos sobre quais atividades teremos, registrar em uma lista(para os maiores) ou mostrar através de figuras(veja a imagem abaixo) como será o dia na escola.



Eu fazia muito com meus alunos as fichas utilizando o próprio desenho deles: escrevia a atividade e pedia para desenharem. Ficava muito legal e ainda tinha a participação da criança.

O momento da escolha das atividades é feito após um planejamento da professora. Essa rotina pode ser modificada, porém é importante que os alunos participem dessa mudança!

Fonte: Educação em Foco.

Letramento: o começo da alfabetização em suas mãos

Letramento: o começo da alfabetização em suas mãos


A criança, ainda pequena, é capaz de entender letras, números e fazer associações. Esse processo, de letramento, é o primeiro passo à alfabetização. De essencial importância, pode ser um exercício cotidiano no trabalho que você realiza com os pequenos, na creche.
A partir dos três anos, a criança já pode receber estímulos ao seu processo de alfabetização por meio de exercícios com letras e números. Essa prática, conhecida como letramento, já acontece nas escolas particulares, mas nem sempre faz parte do dia a dia das creches públicas, mais focadas no cuidado e nas brincadeiras do que em propostas mais pedagógicas.
No entanto, levar a esses espaços algumas atividades pode ajudar crianças que estão em “desvantagem” para que desenvolvam habilidades de essencial importância no aprendizado nos anos seguintes, na escola. Meninos e meninas que convivem em ambientes familiares, onde pais e irmãos não são adeptos à leitura frequente, são os que mais precisam de estímulos de letramento para evitar uma desigualdade de aprendizado quando finalizarem o terceiro ano do ensino fundamental, apresentando deficiências de escrita e leitura, comumente detectadas em avaliações.
Alguns educadores criticam o letramento nessa fase da vida, mas, outra parcela de estudiosos o defendem, justamente porque prepara as crianças para encarar os desafios do ensino fundamental com mais segurança.
Quando falamos em letramento, não estamos nos referindo apenas à Língua Portuguesa. A Matemática também exige um processo de alfabetização que essa experiência anterior pode ajudar a fortalecer. Por exemplo, na creche, brincar de comparar o maior com o menor (uma cadeira com outra, uma mesa com outra, uma pessoa com outra) é levar à criança noções do sistema métrico. Cantar músicas que contam até dez já inseri o conceito de dezena no cotidiano dos menorzinhos.
No que se refere à Língua Portuguesa, ler diferentes textos, como livros, gibis, cartas, papéis de propaganda, cartazes, jornais, ajuda a contextualizar a linguagem e dar sentido ao que essas crianças já veem em seu dia a dia, tanto em casa como na creche.
Mas, existe uma questão, levantada por especialistas, que precisa ser levada em conta: a capacitação dos educadores de creches para trabalhar o letramento. Pelo que se sabe, uma boa parte desses profissionais (35%, segundo o Censo Escolar de 2012) têm até o ensino médio. Por isso, a didática, quando se fala em letramento, não é o forte dos professores do ensino infantil que, também em 2012, reunia 7,3 milhões de crianças matriculadas.
Você, que é educador de creche, concorda com essa visão, sobre a importância do letramento nessa fase da vida da criança? Você se sente preparado a ajudá-la nesse processo? Dê aqui a sua opinião. E fique ligado porque, em próximos posts, falaremos mais sobre o assunto, com dicas práticas para a sua atuação em sala de aula.

Fonte: Fundação Maria Cecilia.

FAZENDO COLEÇÃO DE SELOS

ESSES SÃO OS SELOS QUE FIZ PARA A ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO E ALGUNS MAIS... ACEITO SUGESTÃO DE OUTROS PERSONAGENS...


































































segunda-feira, 19 de maio de 2014

Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio

Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais

João Guilherme dos Santos, aluno defiente físico, com seus colegas da Unidade Integrada Alberico Silva. Foto: Maurício Moreira

Daniela Alonso, especialista em Educação Inclusiva e selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10
O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no Brasil é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação dessas pessoas e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21, o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a escola especial - ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, nosso sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.
A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.
Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos.
A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser incentivado.
Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.
Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.
Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005).

Fonte:Revista Nova Escola.

domingo, 18 de maio de 2014

A criança de zero a três anos de idade

Compreender cada etapa do desenvolvimento da criança e não tentar acelerar é muito importante para a criança e prazeroso para quem acompanha de perto essa evolução natural. O desenvolvimento da criança se inicia a partir da concepção e evolui abrangendo aspectos neurológicos, cognitivos, afetivos, motores e perceptivos. Podemos fazer uma analogia do cérebro da criança como uma clareira, enorme, disponível e receptiva. É como se fosse uma esponja pronta para absorver experiências, perceber e fazer sinapses. Toda experiência vivida por esses pequenos será parte integrante e importante da formação da personalidade do adulto que virá a ser. Por isso, conhecendo um pouco de como se desenvolvem poderemos auxiliar estimulando adequadamente sem exigir algo que não é apropriado para a etapa de desenvolvimento e também sem desprezar o aparato neuropsicomotor e cognitivo que têm, pronto para aprender e crescer de forma saudável.

Bebê mexendo no computador - Foto: Ezz Mika Elya/Shutterstock.com

SER PENSANTE

A criança, de acordo com a teoria piagetiana, até os dois anos de idade experimenta o período sensório motor em que a aquisição do conhecimento acontece por meio dos sentidos. A criança nessa fase necessita tocar e levar tudo à boca, maneira que conhece e experimenta o mundo. Essas ações acontecem de uma forma reflexiva, não há intenção nos atos. 
Após essa etapa, a criança passa ao estágio pré-operatório que perdura  aproximadamente até os sete anos de idade. No início dessa fase, a criança ainda acha - na verdade tem certeza - de que é o centro do universo. Egocêntrica, crê que tudo o que acontece é em função dela, as ações são irreversíveis e o raciocínio lógico ainda está em desenvolvimento. Ela não compreende as transformações e a reversibilidade, mesmo que ocorram na sua frente. Ao pegarmos, por exemplo, uma bola de massinha de modelar e esticá-la em uma cobrinha, a criança acreditará que na cobrinha há mais massinha. Ao colocarmos um fantoche do lobo nas mãos, a criança dará vida a ele ignorando que o viu sendo vestido pela mamãe ou professora. O jogo do faz de conta é importante para que os pequenos simbolizem o que sentem e elaborem seus conflitos, recriando experiências do seu dia a dia, representando o imaginário no mundo real, utilizando suas habilidades cognitivas e motoras.

SER EM MOVIMENTO

Até por volta dos três meses, o bebê ainda não consegue segurar objetos intencionalmente, somente por reflexos. Nesta fase é importante estimular os sentidos cantando, abraçando e acariciando o bebê. Os pais podem exagerar nas fisionomias bem próximas ao rosto da criança, demonstrando alegria e satisfação. Será um prazer único receber um sorriso de volta!
Em seguida, o bebê passa do estado de quase inércia para as primeiras reações intencionais.  Ele diverte-se quando é levado ao alto e gosta de fixar o olhar em objetos atraentes e coloridos e permanece maior tempo fixando o olhar nesses objetos. 
Dos oito meses até o primeiro aniversário, aproximadamente, o bebê aprecia interagir com jogos simples e buscar por algum objeto de desejo. Gosta de bichinhos de pelúcia e bonecos, com muita cor.
De um ano a um ano e meio adora brincar de espalhar e guardar tudo, claro que a seu modo. Por volta de um ano a criança normalmente já tem seu aparato motor pronto para andar, mas se ela andar aos dez meses ou um ano e meio, ainda não é o caso de se preocupar, pois há diferenças individuais. É importante que ela passe por todas as fases de se arrastar, segurar, trepar, engatinhar e andar.
Um impulso que muitos pais têm nesse momento é oferecer o andador para a criança. Cuidado !!!!!! O andador só serve para dar sossego aos pais e é um dos maiores causadores de acidentes infantis graves e muitas vezes irreversíveis. Há países em que sua comercialização é proibida. O andador força a passagem das fases do arrastar para o andar, pulando etapas importantes na maturação motora. Estudos comprovam que essa antecipação pode comprometer também o desenvolvimento de outras áreas como a fala, por exemplo. Todas as etapas são imprescindíveis e a evolução de cada um deve ser respeitada e estimulada adequadamente.
Depois disso e até cerca dos dois anos de idade começa a reconhecer algumas cores e formas. Sabe procurar e encontrar objetos que guardou. Gosta de brinquedos que possa empurrar, puxar, encaixar e explorar com os dedos. É uma verdadeira pesquisadora referenciada tentando descobrir como as coisas funcionam. Os pais podem achar que não é cuidadosa, que destrói brinquedos, mas na verdade ela os multiplica e o faz para compreender o funcionamento. Por isso, brinquedos caros nessa fase nem pensar. Sucata e brinquedinhos de plástico (com os devidos cuidados com peças pequenas) são ideais para atender a essa curiosidade.
Dos dois aos três anos a coordenação fina está mais segura e é, geralmente, nessa época que a lateralidade (destra ou canhota) normalmente se define.

SER EM COMUNICAÇÃO

O desenvolvimento da fala e da linguagem têm início no nascimento e evoluirá por toda a vida. Os diferentes choros são as primeiras interlocuções. Os pais nos primeiros dias de contato com o bebê, já conseguem distinguir os significados de dor, fome, incômodo ou manha em cada choro.
Então vêm os primeiros balbucios, aos três ou quatro meses. Aos cinco ou seis as primeiras palavras decorrentes dos balbucios “mãããmãmã“ “papapa”, “dadada” e as interações quando se volta para a direção de onde vem o som e já emite alguns ruídos com o intuito de chamar atenção. Gritinhos e gargalhadas tornam a rotina, muitas vezes exaustiva, num prazer inexplicável. Aos sete meses já atende e se volta, ao ser chamado pelo nome.
Por volta dos oito meses o pequeno começa a concentrar-se por um pequeno período de tempo, cinco ou dez minutos, ouvindo uma história e repetindo a seu modo tudo o que escuta, demonstrando aprovação. Gosta de reproduzir o que aprendeu com o telefone ao ouvido. 
De um ano a um ano e meio adora imitar sons e aumenta seu vocabulário, mas ainda não muito extenso. 
Após os dois anos a criança começa a descobrir o prazer em brincar com o outro. O egocentrismo começa a sair de cena e então começa o processo de socialização. Até os dois anos e meio a criança assimila centenas de palavras em pouco tempo. Já é capaz de construir frases simples completas e de verbalizar muitas palavras, mesmo que com erros fonéticos. Já anda por todo lado e é muito curiosa.
Compreende perfeitamente o significado da palavra “NÃO” e outras palavras de ordem. Reconhece e classifica formas, cores e espessuras.
Exagerem na cantoria, brinquem com palavras, músicas e poesias!
Dos dois anos e meio aos três anos, papais e mamães precisam ter bastante disponibilidade para responder a todos os questionamentos da criança: “Como?”, “Quando?” e o preferido “Por quê?”. Apesar da linguagem ainda estar em desenvolvimento, seu vocabulário já é bastante extenso. Consegue comunicar-se com perfeição. 
O aparelho neuropsicomotor amadurece aos poucos, no sentido céfalo-caudal, ou seja, da cabeça para os pés. Por isso, primeiro o bebê levanta sua cabeça, o tronco, senta-se para depois andar. Há uma hierarquia e um amadurecimento motor a ser completado antes de acontecer a etapa seguinte.  Sabemos que uma criança não irá andar aos dois meses de idade certo? 
Por isso é preciso curtir os pequenos e aproveitar cada fase sem ansiedade, evitando esperar resultados que ela ainda não está madura para tal.
Cada etapa é única e não volta mais. Então, se deliciem com o prazer de cada uma delas o que fará com que cresçam felizes e saudáveis física, emocional e cognitivamente!


Karen Kaufmann Sacchetto

Como organizar os brinquedos?

Faça uma brinquedoteca

O quarto do seu filho é uma bagunça? Tem brinquedo espalhado pela casa inteira? Ele não coloca no lugar os seus brinquedos? Quebra, joga, pisa em cima? Como organizar tudo e, ao mesmo tempo, ensiná-lo como se faz uma boa arrumação no seu quarto?
Valorizar as atividades lúdicas e recreativas; proporcionar um espaço onde a criança possa brincar espontaneamente, sossegada e sem cobranças; resgatar a capacidade de concentrar a atenção; desenvolver a inteligência, a criatividade, a autonomia, a sociabilidade, as experiências e descobertas são características de crianças que se tornam responsáveis, tanto pelos brinquedos - seus cuidados e sua arrumação - quanto pelo espaço, assumindo e incorporando regras básicas de organização e sociabilização, tais como: a guarda de brinquedos no seu respectivo lugar - quando do término da brincadeira - e respeito pelos brinquedos de outras crianças (irmão, primos, amigos). Os pais podem, junto com a criança, organizar os espaços temáticos no próprio quarto, um cantinho da sala, quintal, onde surgirá um espaço mágico e colorido com cantinhos especiais: fantasia(roupas antigas dos pais), casinha(utensílios domésticos em miniatura) consultório médico(kit médico em miniatura), construção(blocos de encaixe), carrinho, leitura(livros de historinhas), músicas infantis, bonecas, além de cantinho para desenhar e criar algum brinquedo feito pela própria criança com sucata.

Menina brincando com blocos de encaixar - Foto: Serhiy Kobyakov/Shutterstock.com

Perguntas mais frequentes sobre espaços para os brinquedos, segurança, decoração, comportamento dos filhos:
1 - Como escolher o lugar ideal dos brinquedos e brincadeiras?
A escolha do lugar pode ser feita em conjunto com seu filho, no quarto, na sala de TV, na lavanderia, no quintal, em um canto da sala.
2 - O que se deve observar em relação à segurança desse local?
Deve ser um lugar arejado; se próximos à janela, colocar grade de proteção, boa iluminação, tomadas vedadas, cantos de mesa arredondadas, além do cuidado com escadas, degraus.
3 - Como devo decorar? Quais são as cores ideais ? Que tipo de material utilizar?
Pode-se utilizar prateleiras ou caixas plásticas coloridas que podem ser empilhadas. O material mais adequado é o plástico, ou também caixas de madeira pintadas, caixas de papelão forradas com papel contact colorido.
4 - Como ensinar o meu filho a ter responsabilidade sobre os brinquedos dele?
Os brinquedos organizados em caixas plásticas ou prateleiras, com um visual bonito vai atrair a criança para a brincadeira. Os pais devem ensinar que após o uso dos brinquedos, a criança deve guardá-lo no mesmo lugar para o cantinho dos brinquedos continuar com aspecto bonito, legal, etc.
Os pais devem insistir, pois não será na primeira vez que a criança começará a guardar seus brinquedos. Deve-se começar a ensinar desde pequeno, incentive a criança na organização, de exemplos baseados na sua rotina, como você costuma arrumar uma cama, guardar a roupa no armário, guardar os sapatos na sapateira, a criança imita o adulto, quando menos esperar ela estará arrumando seu quarto, organizando o seu espaço. Mas lembre-se de que a criança imita o adulto, portanto procure dar bons exemplos.
5 - Como convencê-lo a guardá-los após o uso? Que palavras utilizar?
Deve-se convencer uma criança com exemplos: primeiro o espaço dos brinquedos arrumado, e depois desarrumado. "Meu filho, vamos arrumar os brinquedos? Coloca esta peça aqui nesta caixa, pega aquele carrinho e vamos colocar na prateleira, está na hora de guardar ." Aos poucos a criança vai acostumando a guardar seus brinquedos. Os pais devem incentivar as crianças a guardar, e não pegar os brinquedos para arrumar tudo rapidamente e pronto; a criança deve participar.
6 - Como convencê-lo a respeitar o direito do amiguinho de se recusar a emprestar os brinquedos? Que palavras utilizar?
Explique que o amiguinho está brincando com aquele brinquedo, portanto ofereça outro brinquedo semelhante ou chame a atenção dele para outra atividade. Pelos brinquedos as crianças costumam entrar em atritos, batem umas nas outras, mordem , choram... Então, para que esta cena não aconteça, o melhor é contornar a situação e ficar por perto.
7 - Como estimular no meu filho o fim do sentimento de egoísmo? Como convencê-lo a emprestar um brinquedo para um amiguinho que se recusa a emprestar para ele? (o "dar "sem receber nada em troca)
A melhor solução é conversar com a criança. Não tire o brinquedo à força de sua mão para emprestar ao amiguinho: a situação em que se encontram é delicada e merece atenção dos adultos para que as crianças não entrem em atrito. Portanto, ofereça outros brinquedos... comece a contar uma história... desperte o interesse da criança para outras atividades.
8 - A brinquedoteca é a solução para estimular o meu filho a brincar com os brinquedos e não destruí-los?
Sim, é uma boa oportunidade para ele aprender a brincar e guardar os brinquedos, portanto comece logo, desperte a criatividade que existe em você, no seu filho, em sua família.

Débora Beni

Boneca para menina e carrinho para menino, certo?

Se for do interesse deles, está certo. E se o interesse for o contrário, também está certo.

Crianças adoram descobrir coisas novas, experimentar o desconhecido. E isso é muito saudável. Então, se você flagrar sua menininha brincando de carrinho, ou o seu filhão encantado com uma boneca, não se preocupe. Isso é absolutamente natural.
Há anos que se determinou que meninas brincam de boneca e meninos de carrinho. Mas na verdade, qualquer brinquedo atrai a atenção dos pequenos, inclusive aqueles que, teoricamente, não são apropriados para eles.
O problema é que os pais, acostumados com os conceitos impostos sobre sexualidade, acabam se preocupando e não sabem como agir nessas situações. O que será melhor: fingir que não viu, dar uma bronca ou deixar a criança brincar com o que quiser?
Psicólogos e educadores afirmam que reprimir a vontade dos filhos não é a atitude correta. Os pais devem sempre se policiar para não autorizar ou proibir brincadeiras e atitudes baseadas em “coisas de menina” e “coisas de menino”. Se a filha gostar de jogar futebol e o filho tiver vontade de brincar de casinha, os pais não devem intervir.
As escolhas no brincar não têm nada a ver com a sexualidade da criança e sim com novas experiências e descobertas, que são importantes para o desenvolvimento natural durante a infância.
As crianças devem apenas ser orientadas pelos pais e ter livre arbítrio para fazer suas escolhas. Essa diferença na criação de meninos e meninas só cria uma expectativa nos pequenos quanto ao papel que devem assumir e impede que se desenvolvam normalmente.
Então, esqueça essa história que meninos não choram e que meninas são mais frágeis e deixe que seus filhotes cresçam livres, sem preconceitos. O importante é que os pequenos aprendam a conviver junto com crianças do sexo oposto, entendam e respeitem as pequenas diferenças.

Paula R. F. Dabus
 

Aprendendo e Brincando com a Música

Uma das formas mais saudáveis e eficientes de educar e ensinar crianças pequenas é através da música e melhor ainda se ela envolver brincadeiras.

Quando a criança completa dois ou três anos de idade, sua linguagem já está bem desenvolvida e seu vocabulário é vasto. Nessa fase, eles são atraídos não apenas pela melodia das canções, como quando eram bebês, mas também pela letra das músicas.
As letras podem sugerir coreografias e gestos que ajudam a compreender a mensagem. “Cabeeeça, ombro, joelho e pé...joelho e pé”, diz a canção. E a criança aponta as partes do corpo. “E o pequeno bote dos indiozinhos, quase, quase que virou”, e a garotada sentada no chão joga o corpo para trás.
Em geral, as canções infantis sugerem que as crianças se movimentem, pulem, rebolem, balancem os braços, façam roda, imitem os bichos.
A música ajuda a criança a desenvolver a expressão corporal e verbal, enriquece o vocabulário, ajuda na compreensão, na coordenação motora, na memória e até no comportamento. 
Não é à toa que nas escolinhas infantis a maioria das atividades propostas pelas professoras às turmas dos alunos mais novinhos envolve músicas. Cantando, a criança encara as obrigações e as atividades rotineiras de uma forma mais divertida. 
Na hora do recreio as crianças cantam “meu lanchinho, meu lanchinho, vou comer, vou comer...”. E assim vai. Quando é hora de arrumar a bagunça, as professoras entoam “tá na hora de guardar, de guardar, de guardar”. E a criançada já sabe o que deve fazer. Existe musica para tudo: para fazer fila, para dar bom dia para os amiguinhos, para agradecer a comida e para se despedir.
Em casa, os pais podem aprender as canções infantis com os filhos e dar continuidade ao aprendizado da escolinha. Peça para a criança ensinar as letras e as coreografias, e cante e dance com ela.
Se quiser aumentar o seu repertório, procure discos de músicas infantis. As crianças vão se interessar tanto pelas cantigas de roda quanto pelas músicas mais atuais e animadas.
Lembre-se de selecionar bem as músicas. Se a letra da canção não tiver nada de bom para ensinar ao seu filhote, pule para a próxima! 

Paula R. F. Dabus