sábado, 27 de junho de 2020

O QUE É DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E COMO CONTORNÁ-LA?

Profissionais da área de educação precisam lidar com alunos que apresentam os mais diversos históricos. Para isso, é importante encontrar metodologias que se encaixem com o perfil de cada um dos estudantes. Entretanto, alguns dos alunos podem apresentar dificuldades de aprendizagem, pela não adaptação aos métodos pedagógicos.Entenda neste texto o que é a dificuldade de aprendizagem, como identificá-la e como a escola pode lidar com o assunto. Confira!

O que é dificuldade de aprendizagem?


A dificuldade de aprendizagem pode estar relacionada com inúmeros fatores, tais como: a metodologia utilizada, os métodos pedagógicos, o ambiente físico e até mesmo motivos relacionadas com o próprio aluno e seu contexto de vida. O termo se refere a um aluno que possui uma maneira diferente de aprender, devido a um barreira que pode ser cultural, cognitiva ou emocional. Por se tratar de questões psicopedagógicas, as dificuldades de aprendizagem podem ser resolvidas no ambiente escolar.

O que é um distúrbio de aprendizagem?


Os transtornos relacionados ao processo de aprendizagem estão entre as dificuldades de aprendizagem que o aluno pode manifestar, entretanto, correspondem a um padrão muito abaixo da expectativa em relação à capacidade cognitiva esperada para determinada etapa escolar.
Os distúrbios de aprendizagem estão relacionados a problemas que não decorrem de causas educativas. Isso significa que, mesmo após uma mudança na abordagem educacional do professor, o aluno continua apresentando os mesmos sintomas. Isso aponta para a necessidade de uma investigação mais aprofundada, que determinará quais são as causas da dificuldade em questão.


Essas dificuldades são pontuais e específicas, caracterizadas pela presença de uma disfunção neurológica, geralmente associadas a algum comprometimento no funcionamento de certas áreas do cérebro. Porém, é arriscado falar somente em uma causa biológica. Frequentemente, alunos que apresentam sintomas relativos a problemas de atenção, ansiedade ou agitação desenvolvem esses problemas por causa de algum conflito pessoal ou familiar — e não unicamente por razões de ordem fisiológica.


Quais são os principais distúrbios de aprendizagem?Alguns exemplos de transtornos de aprendizagem mais conhecidos são:
  • Dislexia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam, tipicamente, uma dificuldade de leitura. É muito comum, apresentando mais de 2 milhões de casos relatados por ano no Brasil.
  • Disgrafia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam dificuldade na escrita. Isso inclui, principalmente, erros de ortografia, como trocar, omitir, acrescentar ou inverter letras.
  • Discalculia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio são afetados, principalmente, em sua relação com a matemática. Portanto, os sinais envolvem dificuldade em organizar, classificar e realizar operações com números.
  • Dislalia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio demonstram dificuldades na fala. Eles podem ter alterações da formação normal dos órgãos fonadores, dificultando a produção de certos sons da língua.
  • Disortografia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio geralmente também são afetados pela dislexia. Ainda que se relacione à linguagem escrita, a disortografia é mais ampla do que a disgrafia. Pode envolver desde a falta de vontade de escrever até a dificuldade em concatenar orações.
  • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam baixa concentração, inquietude e impulsividade. Foi constatado que uma das causas do TDAH é genética e que há implicações neurológicas. O TDAH já é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um transtorno legítimo.
Antes de lançar qualquer possibilidade de diagnóstico de distúrbio, é preciso que o aluno passe por uma avaliação especializada com profissionais da área de saúde.
 Essa equipe deve incluir médicos, especialmente neurologistas, além de psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos e até mesmo fonoaudiólogos. Essa é uma medida indispensável, pois a realização de avaliações superficiais tem causado um aumento no número de crianças e adolescentes que são desnecessariamente submetidos a tratamentos medicamentosos.


Qual o papel da escola diante da dificuldade de aprendizagem dos alunos?



Em primeiro lugar, a escola deve compreender que os alunos com dificuldade de aprendizagem não são incapazes de aprender.
Para a identificação de alguma possível dificuldade de aprendizagem, o papel do professor é fundamental. Afinal, ele tem contato diário e próximo com o aluno, além de ter fácil acesso aos grupos que o cercam — família, amigos e outros professores. A rotina da escola —realização de tarefas em grupo, simulados e outras atividades — também é muito propícia para identificar queixas dos alunos que podem apontar (ou não) para casos de dificuldade de aprendizagem.
Também é papel da instituição promover maior integração do aluno com o restante da comunidade escolar. Vale a pena reforçar que, se a integração não ocorre, o próprio isolamento pode dar margem a uma queda no desempenho do aluno; não por causa das dificuldades em si, mas devido à desmotivação e frustração com a vida escolar.
Finalmente, também é papel da escola, por meio da figura do professor, adaptar a metodologia de ensino para ajudar o aluno. Não apenas em relação à adoção de práticas ou instrumentos para contornar as dificuldades de aprendizagem. Na realidade, é necessário buscar a dinamicidade e inovação na sala de aula, integrando atividades lúdicas e adotando ferramentas tecnológicas de apoio ao ensino, por exemplo. O objetivo é estimular o aluno, de uma forma despretensiosa, a desafiar sua concepção sobre as próprias limitações.



Conclusão



As dificuldades de aprendizagem são bastante recorrentes na vida escolar. Como forma de contorná-las é importante que toda a equipe trabalhe em conjunto para amenizar tal impasse. Vale ressaltar que quando a dificuldade do aluno está relacionada com algum distúrbio, é fundamental que os profissionais da área da saúde sejam envolvidos.
Outro ponto importante é incluir a família do estudante para que ela participe do processo de ensino-aprendizagem e compreenda quais as dificuldades dos estudantes, a fim de que eles recebam também o apoio familiar. Para facilitar essa comunicação com os pais e responsáveis, é importante que a escola mantenha um relacionamento próximo e aberto com as famílias dos alunos. Preparamos um material para ajudar a melhorar esse relacionamento.


Por Luísa França
-ESTAR DO ALUNO