segunda-feira, 16 de julho de 2018

Métodos para integração de crianças com TDAH

O TDAH é mais uma síndrome, um quadro caracterizado basicamente por distração, inquietude e impulsividade na criança ou adolescente e adultos, dificuldade com o controle inibitório manifestada por impulsividade comportamental e cognitiva. É relativamente freqüente e está presente em toda as áreas do mundo.
O TDAH na infância associa-se geralmente as dificuldades escolares, onde a criança se desconcentra facilmente, e na convivência com outras crianças, incluindo também professores e pais. Certas crianças também possui um comportamento desafiador e opositivo, não respeitando os limites e enfrentando os adultos.
Já com os adultos a dificuldade de atenção acontece no dia-a-dia, coisas habituais e no trabalho, bem como a memória (tem facilidade para o esquecimento), inquietos, ou seja parecem relaxar somente quando dormem, são instáveis (fazem mudanças de coisas o tempo todo), impulsivos e não conseguem avaliar o seu comportamento. Possuem também facilidade para envolvimentos com problemas ligados a álcool e drogas, ansiedade e depressão.
Quando se procura o tratamento do TDAH, o primeiro passo é o esclarecimento dos detalhes, a variedade de sintomas, para que se possa identificar. Os transtornos podem ter causa biológica e tem forte influência genética. A maioria dos médicos especialista indica o tratamento com medicamentos associada a uma psicoterapia para abrandar as conseqüências na vida do indivíduo. A terapia mais indicada no caso de TDAH é a cognitiva comportamental que ensina técnicas específicas para ser usada no dia-a-dia. No caso de adultos casados o tratamento deve ser acompanhado pelo conjugue. Já no caso de crianças e adolescente o tratamento deve ser feito com pais e professores.
O TDAH é um transtorno multifatorial, ou seja causado por vários fatores, podendo ser ambientais ou biológico e o que determina o desenvolvimento da doença é a combinação de diferentes fatores.
Com a criança acontece principalmente na idade pré escolar, onde mostram-se agitadas nas atitudes em geral, seus comportamentos parecem exagerados quando comparados aos de outras crianças da mesma idade. Elas têm dificuldade para manter a atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não estejam lhe agradando. São muito impulsivas (não esperam sua vez e interrompem as outras, agem sem pensar), nas provas são visíveis os erros de distração (erram sinais, vírgulas, acentos e não lêem as perguntas ate o final).
Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como esquecidas, esquecem recados, aquilo que estudaram na véspera da prova, material escolar, etc.
Em adultos não se pode falar em hiperatividade, eles são no máximo inquietos, e também são desatentos e impulsivos. A existência da forma adulta do TDAH foi oficialmente reconhecida em 1980, por ocasião da psiquiatria Americana.
Acredita-se que o desaparecimento ou a melhora da hiperatividade e impulsividade no final da adolescência corresponderia ao desaparecimento do transtorno
A atenção e um requisito fundamental para o processo de aprendizagem, devendo ser seletiva e contínua, isto é, orientada para um estímulo relevante entre outros e manter-se nele por um certo período.
É de suma importância, para os educadores, possuírem esse conhecimento, pois avaliações errôneas sobre o comportamento de crianças com TDAH são feitas freqüentemente, havendo uma grande rotulação dos alunos.
Dentre as funções mentais mais estudadas na atualidade encontra-se a atenção, quer em suas características de normalidade quer psicopatológicas. O distúrbio da atenção tem sido um dos aspectos clinicamente mais evidentes e mais amplamente estudados na psicopatologia, apesar de ser um distúrbio recente que pode ocasionar em vários tipos de conseqüências.
As listas de verificação que se seguem visam oferecer alguns exemplos de modificações que podem ser operadas no ambiente da sala de aula e nos métodos de trabalho do professor para facilitar a integração e o sucesso escolar da criança com TDAH.
Adaptações no ambiente da aprendizagem
  • Sentar a criança numa área com poucos estímulos que possam distraí-la;
  • Ajudar a manter a área de trabalho da criança livre de materiais desnecessários;
  • Dar oportunidades à criança para se movimentar;
  • Identificar sons do exterior que possam perturbar o aluno;
  • Proporcionar um local na sala onde a criança possa trabalhar isoladamente, se necessário;
  • Manter na sala “cantinhos”, onde a criança possa fazer alguma atividade manual ou artística;
  • Estabelecer e realizar tarefas de forma rotineira;
  • Estabelecer regras bem claras e exigir o seu cumprimento;
  • Construir listas de verificação para que o aluno se organize;
Adaptações para obter a atenção dos alunos
  • Fazer uma pergunta interessante, especulativa, usar uma imagem, contar uma pequena história ou ler um poema para gerar a discussão e o interesse na lição que se seguirá;
  • Experimentar uma brincadeira, uma bobagem, uma dramatização para despertar a atenção e aguçar a curiosidade;
  • Contar uma história. As crianças de todas as idades gostam de ouvir histórias, especialmente histórias pessoais. É a forma mais eficaz de ganhar a atenção;
  • Adicionar um pouco de mistério. Levar um objeto relevante para a aula numa caixa ou num saco. É uma forma fantástica de despertar a curiosidade e a vontade de adivinhar e pode conduzir a excelentes discussões ou servir de motivação para a expressão escrita;
  • Chamar a atenção dos alunos com algum som: uma campainha, um despertador, etc.
  • Variar o tom de voz: alto, suave, sussurrante. Experimentar dar uma ordem num tom de voz elevado “Atenção! Parados! Prontos!” seguido de alguns segundos de silêncio antes de prosseguir num tom de voz normal para dar instruções;
  • Usar sinais visuais: acender e apagar as luzes ou levantar as mãos o que indicará aos alunos que devem levantar a sua mão e fechar a boca até que todos estejam calados;
  • Enquadrar o material visual para o qual se pretende a atenção dos alunos com as mãos ou com outro material colorido;
  • Usar a cor para despertar a atenção;
  • Demonstrar e modelar entusiasmo e excitação sobre a lição que se seguirá;
  • Usar o contato visual. Fazer com que os alunos olhem para o professor quando este se lhes dirige.
Adaptações para focar a atenção dos alunos
  • Empregar estratégias multi-sensoriais quando falar para os alunos;
  • Projetar a voz, tendo a certeza de que se está sendo ouvido por todos;
  • Chamar os alunos para frente, para perto do professor, se o objetivo é uma lição expositiva;
  • Explicar a finalidade e a relevância da aula para prender a atenção;
  • Incorporar demonstrações e atividades manuais na lição;
  • Usar uma lanterna de bolso ou um apontador laser: desligar a luz e captar a atenção para a atividade proposta;
  • Usar guias de estudo incompletos que serão preenchidos pelos alunos à medida que for prosseguindo a aula. Estes preencherão as lacunas com base no que o professor for dizendo ou escrevendo;
  • Usar material visual. Escrever palavras-chave ou desenhos no quadro enquanto dá a aula. Usar material apelativo como desenhos, gestos, diagramas, objetos;
  • Ilustrar profusamente. Não importa que não desenhe bem. Encorajar os alunos a desenhar também, mesmo que não haja talento para o desenho. Os desenhos desajeitados, às vezes são melhores para ajudar a lembrar determinada matéria.
  • Usar um apontador cômico para orientar a atenção dos alunos para o que se quer mostrar.
  • Levar os alunos a escreverem pequenas notas ou ilustrações sobre aspectos chave da aula.
Adaptações no ritmo de trabalho
  • Ajustar o ritmo da aula à capacidade de compreensão do aluno;
  • Alternar atividades paradas com atividades mais ativas;
  • Conceder mais tempo para completar as tarefas;
  • Reduzir a quantidade e a extensão do trabalho e dos testes;
  • Espaçar pequenos períodos de trabalho com paragens ou mudança de tarefa;
  • Estabelecer limites precisos para terminar as tarefas;
  • Estabelecer contratos escritos com prêmios para a finalização de determinadas tarefas.
Adaptações para manter a atenção dos alunos
  • Deslocar-se pela sala para manter a visibilidade;
  • Organizar a matéria temas, sempre que possível, permitindo que se estabeleçam ligações entre os diferentes aspectos;
  • Fazer a apresentação da matéria de uma forma viva e a um ritmo ligeiro, evitando momentos parados na aula;
  • Permitir que os alunos falem e não se limitem a ouvir, reduzindo ao máximo possível o tempo que o professor passa a falar;
  • Estruturar a aula de maneira que se formem pequenos grupos ou pares de alunos para maximizar o envolvimento e a atenção dos alunos;
  • Fazer uso freqüente de respostas em coro, sobretudo quando é possível uma resposta com poucas palavras. Durante a aula, parar com freqüência e levar os alunos a repetir em coro uma ou duas palavras-chave.
  • Usar o computador, sempre que disponível, para desenvolver determinadas competências. O computador pode ser uma ferramenta muito apelativa.
Adaptações nos métodos de ensino
  • Fazer uma apresentação geral da lição antes de a começar;
  • Relacionar a informação nova com a experiência da criança;
  • Usar exemplos concretos antes de seguir para o abstrato;
  • Dividir as tarefas complexas em tarefas menores;
  • Reduzir o número de conceitos apresentados de uma vez;
  • Levar os alunos a verbalizarem as instruções e os conteúdos aprendidos;
  • Complementar as instruções orais com instruções escritas.
Adaptações nas estratégias
  • Evitar o uso de linguagem abstrata como metáforas ou trocadilhos;
  • Destacar a informação mais importante;
  • Usar frases curtas e reduzidas ao essencial do assunto em estudo;
  • Familiarizar o aluno com o novo vocabulário;
  • Evitar que seja necessário tomar muitas notas do quadro ou copiar muita informação dos livros;
  • Usar fichas de aplicação bem organizadas, evitando a confusão de elementos;
  • Dar pistas ou dicas ao aluno para que ele inicie o trabalho.
Adaptações para manter os alunos em atividade
  • Estabelecer na classe um ambiente mais cooperativo e menos competitivo;
  • Usar o trabalho de grupo de forma adequada, não apenas trabalhar em grupo. As crianças com TDAH têm dificuldade em integrar-se em grupos mal estruturados em que os papeis não estão bem definidos;
  • Ter a certeza de que todos os alunos compreendem o trabalho que têm de fazer antes de iniciá-lo;
  • Designar um colega para acompanhar o aluno verificando se este compreendeu as tarefas;
  • Providenciar outro trabalho de fácil execução no caso de o aluno ter de esperar pela ajuda do professor;
  • Utilizar os alunos para ajudar outros alunos enquanto o professor está ocupado com um determinado grupo;
  • Fazer comentários positivos com freqüência e elogiar os alunos;
  • Estabelecer um sistema de prêmios, em que os alunos recebem um determinado brinde se atingirem um objetivo previamente definido.
Adaptações na avaliação
  • Permitir instrumentos de avaliação alternativos (apresentação oral, resposta múltipla, etc.);
  • Estabelecer, de comum acordo, expectativas realistas quanto aos resultados a alcançar;
  • Aceitar respostas com as palavras chave apenas.
Adaptações no tratamento de comportamentos inadequados
  • Antecipar e prevenir os problemas, sempre que possível;
  • Estabelecer regras precisas e conseqüências claras;
  • Evitar uma linguagem de confronto;
  • Estabelecer alternativas para comportamentos inadequados;
  • Estabelecer na sala um local para “esfriar”;
  • Elogiar generosamente os comportamentos adequados;
  • Evitar, tanto quanto possível, dar atenção a comportamentos inadequados iniciados apenas com esse objetivo;
  • Evitar criticar o aluno;
  • Verificar os níveis de tolerância e ser compreensivo perante sinais de frustração; – Falar em privado com o aluno acerca dos seus comportamentos inapropriados;
  • Remover objetos que possam iniciar um comportamento não desejado;
  • Reagir com humor em momentos de tensão para a aliviar.
Fonte: PDD Pela paixão de educar e o desafio de inovar.

CURIOSIDADES SOBRE LIBRAS/SURDOS



Excesso de cera nas orelhas atrai os pernilongos.


A cera é uma secreção natural produzida pela orelha para protegê-la de contaminações ou ferimentos. Quanto mais retiramos a cera, mais ela será produzida, o que pode levar ao exesso de produção e à formação de uma rolha de cera.

Como resolver: a rolha de cera deve ser removida por um otorrinolaringologista.

Como evitar: não fazer uso diário das hastes flexíveis; a higiene das orelhas deve ser feitta com uma tolha envolta no dedo mínimo.

Curiosidade: Nada mais chato do que um mosquito zumbindo no nosso ouvido quando estamos tentando dormir. Como se não bastasse o inseto sugar o nosso sangue para se alimentar, ele ainda fica sobrevoando a nossa cabeça antes do ataque, como para checar se não estamos mesmo acordados. O que atrai o pernilongo para perto de nossas orelhas quando estamos dormindo é o cheiro da cera.




Você Sabia????

O Surdo não tem distúrbio intelectual e, sim atraso no desenvolvimento cognitivo devido a grande barreira da comunicação.







CARACTERÍSTICAS APRESENTADAS PELOS SURDOS


De forma geral,

    ...a imagem que normalmente os surdos têm de si próprios é a imagem que lhes conferem os outros: família, amigos, professores etc., através das atitudes que perante eles assume, podendo ser positivas ou negativas com consequências repercussões no equilíbrio psicológico. De forma geral, as figuras parentais reagem perante a criança deficiente ou com uma rejeição ou superproteção, ambas, nocivas ao desenvolvimento global harmonioso.




1. No geral são muito autênticos e objetivos;
3.  Não assimilam muitas regras da sociedade;
4.  Entendem uma linguagem básica, com ideias lógicas e concretas;
5. Campo de conhecimento limitado;
6. Procuram vantagens próprias de forma objetiva;
7. Respondem a amizades fortes e sinceras;
8. Sentido de visão desenvolvido (desenhistas, artesãos, programadores de computador etc.);
9. Desenvolvem habilidades manuais;
10. Podem nos assumir como figuras parentais;
11. Perda de relacionamento afetivo pode acarretar consequências gravíssimas;
12.Dados a extremismos (os surdos não trabalhados apresentam muitos ciclos emocionais);
13. Pouco pacientes e extremamente egocêntricos;
14. Uma grande parte encontra dificuldades de relacionamento profissional com chefes e colegas;
15. Os surdos não preparados levam uma vida imoral por falta de informação;
16. Amam e odeiam com muita facilidade;
17. Para se esconder, usam muito a mentira;
18. Por falta de orientação, geralmente são muito influenciados pelo grupo;
19. Alguns sofrem com labirintite;
20. Agressividade gerada por falta de comunicação eficaz;
21. Por falta de conteúdo e informação, o tema predileto da conversa é a vida alheia;
22. Excelentes atores (sensibilidade artística – poesia em libras, teatro, artes plásticas – talento natural);
23. Empatia pelo sofrimento alheio;
24. Eficiência e inteligência, tanto quanto os ouvintes;
25. Fuga da comunicação visual como meio para evitar confronto;
26. Sensibilidade ao toque e a luz;




    Alguns se destacam pela força de vontade, determinação e liderança. 



Você sabia que ...???

O termo Surdo-mudo é incorreto?

Sim!

Surdez e mutismo são diferentes e, a maioria dos surdos podem falar.
O mais correto é usar o termo separado.
Surdos para os que não ouvem, por tanto, não desenvolvem a fala e mudos para os que não conseguem falar por terem problemas relacionados com as cordas vocais entre outros.

Fonte: Blog Língua Brasileira de Sinais.

domingo, 15 de julho de 2018

Inclusão de alunos com deficiências visuais nas escolas de ensino regular


(o termo regular pode levar a pensar que se uma escola é regularizada, então o ensino que ela oferece é também regular)
A exclusão escolar remete a toda uma série de problemas que importa discutir, e é preciso resistir para não ceder à moda que busca explicar a exclusão do aluno por meio das ideias consolidadas sobre a desigualdade das oportunidades escolares.
Além de reproduzir as desigualdades sociais a escola acrescenta e alia fatores de desigualdade e de exclusão que ultrapassam a simples reprodução das desigualdades encontradas na sociedade.
A exclusão é efetivamente uma das dimensões da experiência escolar dos alunos que provoca realmente uma relativa exclusão social e numa sociedade em que uma parcela significativa da população economicamente ativa constitui-se de desempregados, os mais desqualificados do ponto de vista da escolarização têm todas as chances de conhecer a exclusão social.
A seletividade escolar encaminha os alunos mais fracos para as trajetórias de trabalho menos qualificadas, o que, por sua vez, aumenta suas “chances” de desemprego e de precariedade de vida enquanto, no outro extremo, os diplomas nos níveis mais elevados oferecem uma proteção relativa diante do desemprego.
Observa-se que os alunos com dificuldades são orientados para trajetórias escolares mais ou menos desvalorizadas no interior de uma hierarquia extremamente rígida, que impede, quase por completo, o retorno para as carreiras prestigiadas.
No que concerne aos mecanismos propriamente escolares que engendram percursos de exclusão a escola deve se interrogar sobre as finalidades da educação e sobre como os currículos e os métodos pedagógicos devem transformar-se a fim de atenuar a exclusão escolar.
Não é possível resolver os problemas que a educação brasileira vem acumulando há décadas sem que se ouça o docente, que é o responsável por executar na prática as decisões dos políticos.
Algumas ideias, propostas como soluções, se colocadas em prática, podem representar um enorme salto de qualidade da educação no país, porém outras resultariam num retrocesso descabido.
Precisamos de grau maior de realismo e objetividade no diagnóstico de nossos problemas educacionais, assim como de soluções concretas, corretas, responsáveis e viáveis.
Uma ação educativa, comprometida com a cidadania e com a formação de uma sociedade democrática e não excludente, deve, necessariamente, promover o convívio com a diversidade, que é marca da vida social brasileira. Aprender a conviver e a relacionar-se com pessoas que possuem habilidades e competências diferentes é condição necessária para o desenvolvimento de valores éticos como a dignidade do ser humano, o respeito ao outro, a igualdade e a solidariedade.
Na perspectiva da educação inclusiva, não se espera mais que a pessoa com deficiência se integre por si mesma, mas que a escola se transforme para possibilitar essa inserção. Por isso a inclusão defende que a aprendizagem em grupo é a melhor forma de beneficiar a todos, não somente às crianças rotuladas como diferentes, posto que incluir significa ser parte de algo, formar parte do todo, enquanto que excluir significa manter fora, apartar, expulsar.
Maria da Glória de Souza Almeida afirma que “A pessoa com deficiência, tanto quanto outros indivíduos, que integram grupos, vítimas da exclusão em vários níveis, não se pode deixar amesquinhar pela deficiência que o afeta, antes, precisa estar cônscio das suas possibilidades, precisa aprender a enfrentar obstáculos, precisa aceitar desafios, precisa entender e conviver com limites e impedimentos”. Espera-se que a Escola seja o lugar que propicie tudo isto. No entanto, o que se constata é que ela não tem sido capaz de desempenhar a contento suas funções, nem mesmo com os alunos ditos “normais”, quanto mais com aqueles com deficiência, e mais acentuadamente com o deficiente visual, posto que estes possuem necessidades educacionais especiais que a Escola Regular não está pronta para oferecer.
O tema inclusão de crianças deficientes está cada vez mais presente no cotidiano da educação e os professores estão percebendo que as diferenças devem ser aceitas e acolhidas como subsidio para montar ou completar o cenário escolar, mas ainda é difícil encontrar professores que afirmem estar preparados para receber em classe um estudante deficiente e a inclusão exige aperfeiçoamento constante.
A inclusão de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais na rede regular representa a possibilidade de revermos concepções e paradigmas, num profundo respeito pelas diferenças.
A verdadeira inclusão é uma tarefa possível de ser realizada, mas não por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar e sim pela transformação geral das escolas, visando a atender aos princípios deste novo paradigma educacional.
Em relação à educação dos alunos com necessidades especiais, observa-se a emergência de uma educação inclusiva que deve ser entendida como uma tentativa de atender as dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional e como um meio de assegurar que os alunos que apresentem alguma deficiência tenham os mesmos direitos que os outros e que todos sejam cidadãos de direito nas escolas regulares, bem-vindos e aceitos, formando parte da vida daquela comunidade.
Da Declaração de Salamanca, cujo princípio fundamental “(…) é de que as escolas devem acolher todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (p.17), ressaltamos o seguinte trecho: “As escolas que se centralizam na criança representam a base para a construção de uma sociedade centrada nas pessoas, que respeite tanto a dignidade como as diferenças de todos os seres humanos;” (p. 18)
Para Adorno, uma democracia efetiva só pode ser imaginada como uma sociedade de pessoas emancipadas.
O processo de inclusão na Escola Brasileira ainda é insipiente e se limita a cumprir o que determina a legislação no que concerne a matrícula de alunos com necessidades especiais na escola de ensino regular.
Para a educação ser inclusiva de fato não basta matricular os alunos. A escola precisa estar organizada com os recursos didático-pedagógicos específicos e profissionais da educação qualificados para lidar com a diversidade dos alunos. Precisamos ter como objetivo reestruturar as escolas, de modo a que respondam às necessidades de todas as crianças. Para tanto, a figura do professor ganha destaque, pois a educação inclusiva supõe, sobretudo, uma mudança em nós, em nosso trabalho, das estratégias que utilizamos, dos objetivos e do modo como organizamos o espaço e o tempo na sala de aula. Temos que rever as estratégias para ensinar, a grade curricular, os critérios de promoção ou de avaliação, nossa posição ou lugar frente a esses “outros”, outrora excluídos, que agora fazem parte do todo ao qual pertencemos. A educação inclusiva possibilita-nos trabalhar com diferenças, com insuficiências, com o aperfeiçoamento, não só em nossos alunos, mas especialmente em nós mesmos, como profissionais e como seres humanos.
É preciso prover todos os meios (inclusive formação de professores) necessários para que todos os alunos possam desenvolver seu máximo potencial de aprendizagem, tenham ou não necessidades especiais. Cada aluno deve ser incentivado a aprender tudo que lhe for possível, e para tanto, existem inúmeros recursos nem sempre materiais (como equipamentos caros). Muitas vezes basta criatividade por parte do professor e neste caso, os recursos a que me refiro são os pedagógicos.
O contraturno deveria funcionar como reforço ou complemento proporcionando o aprendizado das disciplinas necessárias ao aluno com deficiência, mas não é o que acontece. Geralmente o aluno que deveria ser incluído fica à parte do aprendizado.
As maiores dificuldades enfrentadas pelo professor frente ao processo de inclusão das crianças com deficiência na Rede Regular de Ensino são principalmente devidas ao excessivo número de alunos em sala de aula, além da falta de capacitação para lidar com o aluno com deficiência.
A Declaração de Salamanca destaca: “O princípio fundamental que rege as escolas integradoras é de que todas as crianças, (…) devem aprender juntas, independentemente de suas dificuldades e diferenças. Nas escolas integradoras, as crianças com necessidades educativas especiais devem receber todo apoio adicional necessário para garantir uma educação eficaz”; (p. 23)
A alfabetização de uma criança cega nas escolas regulares, especialmente as da Rede Pública poderá vir a ser realidade se o professor regente usar em sala de aula, com todos os alunos, o recurso de materiais concretos, aguçando a curiosidade do aluno, ao mesmo tempo em que o capacita a ser alfabetizado em Braille.
O incentivo ao aprendizado de Braille é fundamental para a continuidade do ensino nas séries subsequentes, preparando este aluno para a futura inserção no mercado de trabalho e ao efetivo exercício da cidadania, meta maior da educação inclusiva.
O aprendizado do código Braille deveria ser feito no contraturno. O professor de recurso é muito importante, pois ele traz o conhecimento sobre a deficiência e orienta o professor regular, atuando como facilitador da inclusão, ajudando o aluno a interagir com o meio e com o professor, e vice-versa.
No caso da criança cega, o profissional especialista da sala de recursos pode, por exemplo, ajudar o professor regente de sala de aula a elaborar materiais concretos para ensinar os conteúdos (figuras geométricas feitas em relevo com tinta plástica ou sementes coladas no papel, por exemplo, material em braile ou com textos ampliados).
Na sala de apoio a professora recebe os alunos cegos e com baixa visão para aulas de reforço, prepara textos em braile ou com caracteres ampliados, desenhos e mapas em alto relevo, usados nas aulas regulares.
De acordo com especialistas, o conhecimento de recursos específicos para o aluno com deficiência visual, como o braile e o soroban (ábaco utilizado para a realização de operações matemáticas) é função do professor da sala de recursos e não do professor da classe regular.
Com relação à educação de alunos com deficiência visual, a Portaria n.º 3.284 de 07/11/2003, MEC, nos requisitos de acessibilidade, dispõe: “Compromisso formal da instituição de proporcionar, caso seja solicitada, desde o acesso até a conclusão do curso, sala de apoio contendo: máquina de datilografia Braille, impressora Braille acoplada a computador, sistema de síntese de voz; gravador e fotocopiadora que amplie textos; plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico em fitas de áudio; software de ampliação de tela; equipamento para ampliação de textos para atendimento a alunos com visão subnormal; lupas, régua de leitura; scanner acoplado a computador; plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico dos conteúdos básicos do Braille”.
O que se observa é que, embora muitos dos recursos estejam presentes nas escolas eles estão fechados em salas, encaixotados e sem uso, num flagrante descaso com o patrimônio público.
  • CAMPBELL, Selma Inês. MÚLTIPLAS FACES DA INCLUSÃO. Rio de Janeiro. RJ. WAK Editora, 2009.

sábado, 14 de julho de 2018

Projeto João e Maria – contar história, um recurso pedagógico

A função do conto de fadas esta ativa no domínio da inteligência e coopera para a evolução do pensamento e de todas as funções mentais superiores. A estrutura da narrativa dos contos auxilia na formatação mental da estrutura do discurso pessoal e seu conteúdo simbólico projeta, através do imaginário da criança, um espelhamento dos conteúdos inconscientes de seu universo. Desta forma, os contos são auxiliares na formação do caráter e na transformação pessoal do indivíduo. Através dos contos, conteúdos pedagógicos podem ser assimilados de forma criativa, estimulando a criatividade e a construção do conhecimento acadêmico de forma dinâmica.

Ser educador, nos dias de hoje, é um desafio.
Mais que isso, é um caminho pedregoso e longo, onde, mais que conhecimento, necessita-se de criatividade.
Atônitos diante das patologias socioculturais que dominam nossa estrutura educacional, como reflexo da deterioração de nossos parâmetros de identidade e autoridade, os educadores  sentem-se obrigados a atuar nas diversas áreas terapêuticas para estabelecer, da melhor forma possível, que o alcance de suas formações acadêmicas lhes permitem, o desenvolvimento afetivo-emocional-cultural que nossos educandos necessitam.
Em meio a esta crise de valores, várias técnicas vem sendo desenvolvidas para atuar como coadjuvantes no trabalho educacional.
A biblioterapia é uma delas. Através dos contos de fadas podemos alcançar transformações, não só pessoais, mas estruturais que se tornam facilitadoras do processo de aprendizagem. Pode-se estabelecer relações mútuas de confiança, entre educador e educando, sem contudo, expor o aluno à situações emocionalmente desgastantes. Resgata-se valores, reconstrói-se a individualidade, o “quem sou”, “para onde irei”, “que caminhos seguir”.
A arte fortalece o aprendizado…
Esperamos estar contribuindo para a formação da cidadania com ética e moralidade, sem pieguices, mas certos de estabelecer novos paradigmas que possam caracterizar um novo educador para um novo educando viver numa nova sociedade.
Esperamos, ainda, que eles, educandos e educadores, possam reconhecer que o “papel mágico da arte foi progressivamente cedendo lugar ao papel de clarificação das relações sociais, ao papel de iluminação dos homens em sociedades que se tornavam opacas, ao papel de ajudar o homem a reconhecer e transformar a realidade social”, e que ainda, associadas aos contos de fadas, sua “tarefa principal é a de restaurar um significado na vida”, para que ambos possam seguir em diferentes caminhos conscientes destas transformações.

Contos de Fada – Trabalhando Crianças

A função do conto de fada não se limita, apenas, ao mundo da imaginação, das emoções e da sensibilidade. Ele aparece ativo também no domínio da inteligência e coopera para a evolução do pensamento e de todas as funções mentais superiores.
Utiliza-se histórias porque implica na invenção tão comum às crianças.
Ostrower diferencia criação e invenção: “toda criação é uma invenção, mas nem toda invenção é uma criação, porque a criação transcende a invenção, porque o indivíduo une a porção sensível com sua porção inteligível, através do ato criativo”.
Através da criação o indivíduo consegue se transformar porque, por e na criação ele consegue estar todo o tempo buscando a transformação interior.
Na arteterapia visa a criação inventiva não por uma mistura de tintas, tornando-se uma experiência da ordem do sensível, onde o indivíduo destaca os pontos do trabalho pela sensibilidade. as crianças inventam para serem inseridas no contexto social, imitando modelos, experimentando-os através da repetição inventiva, onde ela reconta, utilizando partes do que lhes tocou através do canal amoroso, já iniciando o caminho da criatividade.
Os mitos e contos de fada e lendas e invenções de histórias devem ser pertinentes à faixa etária e ao conteúdo da história, associadas às técnicas e materiais adequados.
Qualquer criança gosta de ouvir o contar de histórias. toda vez que uma criança conta ou repete uma historia ela esta falando de uma projeção de si mesma, inconsciente.
A forma como a criança encerra a história determina a forma como ela resolve seus conflitos internos e a quantidade de energia disponível para resolver estas questões. Aí é que sabemos se é um delírio ou um ato de criatividade que pode vir a se concretizar. Cada personagem da história, mesmo as não utilizadas são parte dela. Só que naquele momento o conteúdo não esta maduro para emergir na consciência, porém, esta próximo dela. Se utilizar todos os personagens deve-se analisar se é uma incapacidade de fazer seleções por uma confusão interna ou se ela quer nos confundir apenas.
Mesmo que os personagens sejam antagônicos ela mostra o que esta em conflito dentro dela.
Quando se conhece a criança e sua história pode-se recontar a historia que ela fez mudando o final, ou se pode tomar um personagem para si, atuando sempre a partir da fala da criança . quando solicitamos um novo final estamos fazendo com que ele a encontre uma solução.
Quando finalizamos estamos dando novas visões e possibilidade que ela não percebeu. Neste caso, só.

Diferenças de estruturas de narrativas

FÁBULA  relato ou história, tendo como personagens animais (objetos, pessoas) personificados, encerrando-se com uma lição de moral ou com conselhos sobre modos de agir.
CONTO- história curta de fatos reais ou imaginários.
LENDAS- narrativa oral ou escrita, popular, que conta fatos históricos ou imaginários, de maneira fantasiosa.

Estrutura dos Contos

Fruto da sua origem oral, estes contos têm quase sempre uma estrutura muito simples e fixa. As próprias fórmulas inicial (“Era uma vez…”) e final (“…e foram felizes para sempre.”) revelam isso. Essa estrutura pode ser traduzida da seguinte forma:
  • ordem existente — situação inicial;
  • ordem perturbada — a situação de equilíbrio inicial é destruída, o que dá origem a uma série de peripécias que só se interrompem com o aparecimento de uma força retificadora;
  • ordem restabelecida.
A fórmula inicial (“Era uma vez…” ou outra equivalente) remete para o passado e, desse modo, funciona como um sinal de que se vai passar do mundo real para um mundo irreal, o mundo da fantasia, onde tudo é possível. Esse mergulho no imaginário termina com a fórmula final: “…e viveram felizes para sempre.”
Ao longo do conto as indicações de natureza temporal são sempre limitadas e vagas, não permitindo determinar com rigor a duração da ação ou a localização num contexto histórico preciso. O mesmo acontece relativamente ao espaço: um palácio, uma casa, uma fonte, uma floresta…
Na verdade, as vagas referências espaciais e temporais aparecem apenas porque são uma exigência da narrativa, visto que nada acontece fora do tempo e do espaço. Não é o onde nem o quando que interessa, mas sim o que acontece, a ação. As próprias personagens são um mero suporte da ação, daí a sua caracterização estereotipada.
A conjugação dessas características (personagens estereotipadas e espaço e tempo indeterminados) concede às histórias um caráter atemporal e universal, que permite a sua atualização permanente: é algo que poderia acontecer em qualquer tempo e em qualquer lugar.

Contos com Temas Psicossociais

O trabalho com Contos pode ser desenvolvido com pessoas de todas as idades que apresentem interesse para se integrarem através da dinâmica das artes com os Contos de Fada por possuírem pontos que integram a sua estrutura e que são encontrados no desenvolvimento do indivíduo em seu processo de constituição do Self, que são:
  • “Era uma vez…”, que significa o rito de entrada na magia, levando a um lugar fora do tempo e do espaço.
  • Os personagens (homens ou mulheres), traduzem as energias feminina (ânima, presente no homem) e masculina (ânimus, presente na mulher).
  • O elemento que falta ao herói ou à heroina no processo de Individuação, quando ele(a) sai de casa, do âmbito familiar em sua busca.
  • Apresentação do problema do conto: a crise.
  • Símbolos do Self, são os elementos mágicos ou pessoas com poderes mágicos com quem o herói ou a heroina se encontra.
  • Final, quando o herói ou heroina encontra a solução. É o famoso “e foram felizes para sempre.”
  • Chapeuzinho Vermelho
  • Baba Yaga
  • Edemengarda
  • Peter Pan

Contos com Conteúdos Pedagógicos

Vigotski afirma que “o conto ajuda a explicar complexas relações praticas: suas imagens iluminam o problema vital e o que não podia fazer a fria prosa fê-lo o conto com sua linguagem figurada e emocional”.
Permitir à criança entender seus sentimento e reestruturá-los é uma forma de favorecer o aprendizado dos elementos lingüísticos e favorecer seu amadurecimento tornando-a, mais tarde, um adulto capaz de revalidar situações de risco emocional, proporcionando, desta forma, o contato com a realidade facilitando a construção dos saberes e permitindo sua apreensão.
  • Geografia : Romeu e Julieta, Peter Pan…
  • Ciências : As Estrelas no Céu
  • Matemática: Malba Tahan
  • História: Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda
  • Português: qualquer conto
  • Inglês: Sonhos de uma Noite de Verão
  • Ética: João mata 7; João e o pé de feijão.

Apresentação de Projeto Terapêutico

Conto utilizado: João e Maria – de Hans Christian Andersen
Público Alvo: alunos na faixa etária de 10 à 17 anos, portadores de necessidades educacionais especiais. (neste caso, o projeto foi desenvolvido na APAE-Rio no ano de 2005)

Conteúdos pedagógicos: geografia, ciências, português, matemática.

Temas transversais trabalhados: companheirismo, solidariedade, compaixão, coragem, valentia.
O conto  narra a aventura de dois irmãos que enfrentam os perigos da floresta e são submetidos às maldades de uma velha senhora que mora sozinha e que utiliza sua casa de doces como argumento sedutor para aprisioná-los. Vencidos pelo medo e pela fome, os irmãos se deixam prender pela velha e são obrigados, Maria a servir de escrava e João a um regime de engorda para saciar a fome da velha. Os irmãos buscam coragem e valentia para enfrentar a perversidade e após vencerem, são recompensados e podem finalmente encontrar o caminho de casa.

Justificativa do tema

Originariamente compilada pelos irmãos Grimm, com o nome de Hazel e Gretel, a conhecida história de João e Maria possui várias outras versões, também alteradas pelo cunho religioso característico dos autores que compilaram as lendas populares transformando-as nos contos de fadas como conhecemos.
João e Maria é um mais um rito de passagem dos vários que se apresentam através dos contos e, novamente, a alusão ao alimento se faz presente.
Neste, em especial, temos a história de dois irmãos que, abandonados na floresta pelo pai – que fora influenciado pela “má-drasta” – precisam encontrar o caminho de volta para casa e deparam-se com as dificuldades e os perigos da sedução do mundo externo.
Podemos interpretar o encontro da “Casa de Doces” como as seduções e ilusões oferecidas pela vida aos adolescentes que saem em busca da felicidade, pelo mundo.
A bruxa é a imagem da mãe má, que impõe castigos e restrições, bem como a “difícil” vida do adolescente que não consegue identificar em que estágio de vida se encontra: não ser mais criança, mas ainda não ter se tornado adulto.
Na história original, além de libertar João, Maria tem a idéia de ludibriar a velha e jogá-la no forno. O fogo que queima para oferecer nova vida.
Depois de aprendida a lição, o encontro do tesouro que “salva” a família da fome e da miséria (onde podemos subentender a falta de sabedoria e amadurecimento) e permite a João e Maria encontrarem o caminho de volta à casa, onde a madrasta não mais existe, apenas o pai culpado e arrependido.

Desenvolvimento das Atividades.

O primeiro momento foi a contação da história de João e Maria com a contadora caracterizada na “bruxa”.
Após a atividade, cada profissional envolvido trabalhou sua área.
A Psicologia trabalhou os temas gerados pelo abandono, pela violência doméstica, pela falta de segurança e pela necessidade de procura de sustento pelas famílias dos alunos envolvidos. O tema é bastante comum na escola, uma vez que a maior parte dos alunos envolvidos no projeto são moradores de área de risco social (favelas) e já estiveram envolvidos ou alguns de seus familiares em situações de perda de vida ou do lar.
A Arte-educação trabalho, além dos símbolos projetados em atividades plásticas, os temas educacionais de artes – formas geométricas, cores, perspectiva.
A Pedagogia junto com a professora regente da classe trabalharam os conteúdos pedagógicos: matemática, ciências, geografia, português. Bem como a produção escrita, individual, pelos alunos, e verbal em grupo, recontando a história, oferecendo um novo final.
A Musicoterapia fez um trabalho de corpo coma utilização do tema “João e Maria” de Chico Buarque e Sivuca.
A Fonoaudiologia buscou a organização do pensamento e a construção do discurso à partir da re-contagem da história.
A culminância ocorreu, então, com a escolha do símbolo, pelo grupo, que melhor representasse o0s sentimentos coletivos. O símbolo em questão foi a escolha da Casa de Doces.
Assim, a Terapia Ocupacional junto com a Cozinha Experimental e a Pedagogia, confeccionaram um bolo recheado, e cada aluno participou com a compra de cobertura, para a construção da casa. Foram utilizados biscoitos de várias formas e sabores, confeitos de chocolate e barra de chocolate para cobertura das “paredes da casa”.

Referências Bibliográficas

  1. CASCUDO, Câmara; Contos Tradicionais do Brasil. Ediouro, RJ, 1999. Coleção Terra Brasilis.
  2. ESTÉS, C. P. Mulheres que Correm com os Lobos. Editora Rocco. RJ. 1994. Coleção Arco do Tempo
  3. BETTELHEIM, B. A psicanálise dos Contos de Fadas. Editora Paz e Terra. RJ. 1980.
  4. PIGNATARI, D. Informação, Linguagem, Comunicação. Editora Cultrix. SP. 1989
  5. LEAL, José Carlos. O Universo do Mito. Mahatma Gandhi Espaço Cultural. RJ. 1996.
  6. FRANZ, M. L. Interpretação dos Contos de Fadas. Achimé. RJ. 1981.
  7. O ROSACRUZ, n.º 241. 3º trimestre 2002. O Poder da Palavra. Pág. 28. Université Rose-Croix Internationale. França. Ordem Rosacruz. AMORC. Curitiba.

Para saber mais

  • BRANCO, S e MEDEIROS, A. Contos de Fada – vivencia e técnicas em arteterapia. WAK Editora. 2008. RJ
  • BRANCO, S. Deuses e Fadas – arteterapia e arquétipos no dia a dia. WAK Editora. 2010. RJ