O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e
intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde o mais
remoto tempo. Através deles, as crianças desenvolvem a linguagem, o
pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se
para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na
construção de um mundo melhor. O jogo, nas suas diversas formas, auxilia
no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor,
isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no
desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a
interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de
hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e
dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando
jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa
competição, etc. (CAMPOS, 1985, p125)
Segundo PIAGET (1967) citado por, “o jogo não pode ser visto
apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele
favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”. Através
dele se processa a construção de conhecimento, principalmente nos
períodos sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as
crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo,
desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à representação e,
finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para usar a
inteligência, pois querem jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos
tanto cognitivos como emocionais.
O jogo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os
alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e
ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. Estimula
o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as
faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e
o progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as
coisas do ambiente em que se vive. Através do jogo o indivíduo pode
brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua
espontaneidade criativa. O jogo é essencial para que a criança manifeste
sua criatividade, utilizando suas potencialidades de maneira integral.
Somente sendo criativa que a criança descobre seu próprio eu (TEZANI,
2004).
O jogo é mais importante das atividades da infância, pois a
criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu
equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utilização dos
brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade
que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só para
lazer, mas também como elementos bastantes enriquecedores para promover a
aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra
apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu
relacionamento com o mundo. Os professores precisam estar cientes de que
a brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o
desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar. (CAMPOS, 1985, p115)
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