Crises de birra: o que eu faço agora?
Essa
cena, mamãe, você certamente já deve ter presenciado: seu filho
esperneia e faz birra em algum lugar público, na maioria das vezes por
um motivo aparentemente fútil. Choro, chutes, gritos, xingamentos e
atiramento ao chão são as reações mais comuns. Você não sabe onde
esconder o rosto.
A grande dúvida dos pais é o que fazer
quando a criança começa com uma crise de birra. Só que vamos puxar para
uma outra questão: o porquê das crises de birra acontecerem.
Se
for a primeira vez que isso ocorre, a criança pequena ainda não sabe
lidar com grande parte de seus sentimentos, principalmente no que diz
respeito à frustração. Ela não consegue expressar isso através da
linguagem e age na forma de birra. Cabe aos pais continuar firmemente
em sua opinião e não ceder às vontades da criança.
Mas é num
gesto teoricamente de carinho que pode servir de entrada para uma
criança “pentelhinha”. O “teatrinho” em lugar público acontece em
grande parte em razão do sim dos pais às vontades da criança.
Os
pais dão ao filho o controle de toda situação e a criança não é capaz
de lidar com todo esse controle. Cada vez que ouvirem um não, as
crianças agirão sempre da mesma forma, pois sabem que dessa maneira
conseguirão o que querem.
De quem é a culpa? -
Pais, será que não são vocês o culpado por uma atitude malcriada de
seu filho? O sentimento de por trabalhar fora e ter pouco tempo com os
filhos fazem os pais serem permissivos demais. Essa culpa dos pais
pode formar crianças sem limites, autoritárias e chatas, sem saber lidar
com as frustrações da vida.
Comodidade ou pais que não tem
paciência preferem ceder aos desejos do filho a que ter que arcar com a
frustração da criança de levar um não. É muito mais fácil fazer as
vontades da criança do que impor limites.
Apesar de resistente
às regras, a criança precisa delas para crescer e se sentir segura.
Essa regra deve ser imposta de um mesmo modo. O certo e errado ficará
confuso quando a mãe disser sim e o pai, não. A criança percebe esse
desequilíbrio e sempre recorrerá àquele que vai ceder ao seu desejo.
Deve haver um consenso entre os pais, um não deve desautorizar o
outro.
Sinais de um “cri-cri” - Esse
comportamento pode aparecer na escola, onde a criança poderá ter
problemas de relacionamento com os outros coleguinhas por ser muito
mandona ou, ainda, os pais perceberão que na escola o filho é um
“santinho”, pois lá existem regras a serem seguidas e em casa são
desobedientes e autoritários devido à falta de limites.
Outra
questão é querer proteger a criança de qualquer perda, tristeza ou
frustração. Assim, quando os pequenos entram em contato com algum
desses sentimentos, pois não ficarão para sempre debaixo da proteção
dos pais, não sabem suportar a situação e lidam de um modo exagerado.
Nem
tudo o que é radical é bom. Pais muito autoritários, por exemplo,
acabam gerando filhos tímidos e com pouca criatividade. O bom senso e o
meio termo dos pais é o que vai contar.
Quando tem uma crise de
birra, criança mal consegue ouvir o que lhe dizemos e muito menos
compreender. Os pais devem ser firmes com o filho e jamais ceder ou
bater na criança. Bater gera mais raiva e medo e o que os pais devem
querer e saber tirar de uma criança é o respeito. Ninguém disse que
seria fácil ser mãe, que o diga uma criança birrenta.
Dicas
Pais
são pais e não amigos. Podem ser pais amigos, mas nunca devem deixar
de ser pais. Sempre existe uma vovó ou um vovô para satisfazer as
crianças, seja como for. Ainda bem!
Brinquedo é diferente de
brincadeira. A criança precisa de brincadeira com os pais e não que os
pais comprem um brinquedo. É através da brincadeira que os pais
impõem limites, dão carinho, atenção e amor.
Até os três anos
de idade a criança entende mais uma a ação do que uma ordem. Quando
disser “não mexa” também retire a mão da criança do lugar inadequado.
Bruno Rodrigues
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