quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Fique de olho nos pequenos que caminham na ponta dos pés


Fique de olho nos pequenos que caminham na ponta dos pés
Algumas crianças que caminham na ponta dos pés podem sofrer de um problema que atinge meninos e meninas nos primeiros anos de vida. Especialistas tiram dúvidas sobre o assunto.

O jeitinho desastrado das crianças quando começam a dar os primeiros passos é visto como bonitinho e fofinho pelos pais. Às vezes falta o equilíbrio e são as pontas dos pés que impulsionam o caminhar infantil.
No entanto, essa “mania” de andar na ponta dos pés deixa de ser normal em determinado estágio do desenvolvimento da criança e os responsáveis devem ficar atentos.
A revista NA MOCHILA tirou dúvidas com médicos ortopedistas sobre a marcha equina, como o problema é conhecido cientificamente.

IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
O acompanhamento regular por um pediatra é essencial para as crianças. Os pais mais preocupados costumam levar os filhos ao médico a qualquer sintoma diferente. Mas não são apenas sintomas como tosse e febre que devem ser vistos com atenção. Algumas características físicas e comportamentais podem ser um alerta de disfunções, e o acompanhamento médico adequado faz a diferença no futuro.
A marcha na ponta dos pés é um dos problemas que pode ser identificado fisicamente, ou seja, papais e mamães percebem que algo está errado ao olhar com cuidado para o jeitinho de andar do filho.
Após a percepção dos responsáveis, o diagnóstico é dado pelo ortopedista, que acompanhará o desenvolvimento da criança de perto, indicando os melhores tratamentos como fisioterapia e até mesmo cirurgia.
O ortopedista Luiz Alberto Nakao Iha ressalta que esta é uma alteração comum em crianças de 1 a 4 anos, quando elas estão começando a andar e estão desenvolvendo a coordenação motora necessária. Se passar disso, então é preciso procurar um especialista para avaliar se é apenas uma mania da criança andar ou se é um caso mais grave, como encurtamento do tendão.

CAUSAS
As causas da marcha equina nem sempre são possíveis de identificação mesmo que haja acompanhamento médico, principalmente se o problema desaparece após 4 anos de idade. Neste caso, o problema é tratado como idiopático, ou seja, sem explicação. Esse é o tipo mais comum e muitas vezes não é necessário tratamento.
Ortopedistas explicam que a marcha equina tem como causa principal uma alteração postural da criança. “Apesar de ser comum, não apresenta grande repercussão a médio ou longo prazo, já que na maior parte das vezes essa alteração desaparece com o crescimento”, conta Luiz Alberto.
No entanto, problemas neurológicos, psicológicos e má formação muscular podem provocar a marcha. O histórico da criança com a análise das condições de nascimento também auxilia na identificação de possíveis causas, tais como: prematuridade, dificuldade respiratória e permanência em UTI neonatal.
Exames físicos que definem força nos membros inferiores também podem levar ao diagnóstico da marcha equina oriunda de fraqueza muscular.

TRATAMENTO
Em casos em que a marcha equina não desaparece com o desenvolvimento, o tratamento é necessário. “Podemos indicar fisioterapia para alongar o tendão do calcâneo (antigo tendão de Aquiles ) ou a correção cirúrgica com seu alongamento”, explica o ortopedista Maurício Mod.


OUTRAS DÚVIDAS
- O problema pode ter fundo psicológico?
Alterações psicológicas nessa fase são de difícil avaliação. Quando esse tipo de marcha aparece em outras fases da vida da criança, essa hipótese deve ser investigada.
- O problema pode ser hereditário?
Geralmente não se trata de um problema hereditário, uma vez que a causa é postura do próprio desenvolvimento, mas sempre deve ser avaliado por um médico ortopedista.
- O que pode acontecer se o problema não for tratado? Nos casos em que existe uma alteração no corpo da criança, como um encurtamento muscular ou alterações articulares, a falta de tratamento pode levar a uma dificuldade para andar na fase adulta, seja por problemas articulares, dores musculares ou mesmo encurtamentos não redutíveis.


Por Karla Torralba (Revista NA MOCHILA)

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