Encaixar, montar, empilhar, chacoalhar... Com esse tipo de atividade, crianças de até 3 anos começam a explorar o mundo.
Para turmas de creche, brincar e jogar não são passatempos: trata-se de atividades fundamentais para a construção de conhecimentos sobre o mundo. Com elas, os pequenos aprendem a estar com os outros e consigo mesmos. A constatação, que está no Referêncial Curricular Nacional para a Educação Infantil e mereceu tratamento detalhado na reportagem de capa de NOVA ESCOLA em novembro, foi iluminada de maneira notável pelo suíço Jean Piaget (1896-1980). Entre suas contribuições ao assunto, o cientista e psicólogo dividiu as atividades lúdicas infantis em três tipos: jogos simbólicos, de regras e de exercício.
É preciso garantir a variedade de materiais
Para potencializar a atividade, deve-se escolher brinquedos que estimulem os sentidos e o movimento - quanto mais variadas as cores, texturas, materiais e os estímulos que eles permitirem, melhor. As ressalvas de segurança são assegurar que as peças tenham tamanho maior que o da boca do bebê aberta e sejam feitos com tinta atóxica e não solúvel.
Para potencializar a atividade, deve-se escolher brinquedos que estimulem os sentidos e o movimento - quanto mais variadas as cores, texturas, materiais e os estímulos que eles permitirem, melhor. As ressalvas de segurança são assegurar que as peças tenham tamanho maior que o da boca do bebê aberta e sejam feitos com tinta atóxica e não solúvel.
Como favorecer o deslocamento
Outro cuidado é fazer com que esses ambientes sejam integrados, permitindo o deslocamento das crianças - e, se possível, surpreendendo-as. Na Creche Carochinha, da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto, entre dois cantos diferentes, há cortinas de náilon produzidas na própria creche. "Além de tornar o ambiente mais agradável, as cortinas promovem o toque e a percepção dos sons. Acabam funcionando como um jogo a mais", conta a diretora, Regina Célia da Silva Marques Teles.
Outro cuidado é fazer com que esses ambientes sejam integrados, permitindo o deslocamento das crianças - e, se possível, surpreendendo-as. Na Creche Carochinha, da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto, entre dois cantos diferentes, há cortinas de náilon produzidas na própria creche. "Além de tornar o ambiente mais agradável, as cortinas promovem o toque e a percepção dos sons. Acabam funcionando como um jogo a mais", conta a diretora, Regina Célia da Silva Marques Teles.
Tipos de brinquedos:
Cortina de Náilon
Para que serve Os
fios favorecem a percepção de diferentes texturas, estimulando o tato.
Colocada no centro da sala pendurada no teto, ela integra o ambiente.
Enquanto
nos jogos simbólicos a criança viaja no faz-de-conta, assumindo o papel
de herói, professor, astronauta e todos os outros que a imaginação
mandar, nos jogos de regras ela toma contato com o cumprimento de
normas, o que exige concentração, raciocínio e uma dose de sorte. As
duas modalidades, entretanto, convivem com um estágio anterior: o dos
jogos de exercício.
Garrafas coloridas
Para que servem
Recipientes preenchidos com diferentes materiais (líquidos, grãos,
areia etc.) ajudam as crianças a perceber diferenças de forma, peso, cor
e som.
Brinquedos de encaixar, montar, lançar, rebater,
chacoalhar, empilhar... As possibilidades são muitas (leia nos quadros
desta reportagem exemplos de seis tipos de jogo de exercício essenciais
nas creches). "Interagindo com eles, as crianças percebem a função e as
propriedades dos objetos: quais deles se movem, quais fazem barulho, os f
lexíveis, os rígidos, os pequenos, os grandes, os coloridos e assim por
diante", explica Adriana Klisys, consultora em Educação Infantil.
Jogos de encaixar
Para que servem
As peças podem ser empilhadas, montadas e encaixadas, criando novos
formatos. Permitem aos pequenos testar seus limites e descobrir o que
podem fazer com elas.
Os pequenos entendem as ligações entre suas
ações e o resultado que elas provocam - ou seja, têm um primeiro
contato com a noção de causa e conseqüência. Mas a compreensão leva
tempo e depende da repetição. Quando um bebê mexe em um chocalho pela
primeira vez, leva um susto e não entende de onde veio o barulho que
escutou. Só depois de balançá-lo várias vezes, associa o som ao
movimento que ele mesmo fez. É interessante notar que as crianças se
apropriam dos jogos de exercício de formas diferentes, obecedendo a uma
gama de comportamentos geralmente relacionados à faixa de idade.
Enquanto bebês se entretêm com a exploração de texturas, formas, cheiros
e cores, crianças de 2 e 3 anos já conseguem conceber novas funções
para os objetos por meio da experimentação. É possível observar, por
exemplo, turmas que montam torres para ver até onde chegam sem cair,
depois as desmontam e as reconstroem.
Bolas
Para que servem
Favorecem uma grande variedade de movimentos e interações: chutar e
acertar em minicestas ou na boca do palhaço, lançar e recebê-las de
amigos ou do professor.
Instrumentos musicais
Para que servem Chocalhos,
pandeiros, xilofones e tambores com baquetas de ponta arredondada levam
as crianças a descobrir a relação entre os sons e os movimentos que
elas mesmas produzem.
Outro ponto essencial para desenvolver esse
tipo de atividade é a organização do espaço (leia o projeto
institucional). Uma preocupação que deve estar sempre presente é
garantir que os objetos escolhidos instiguem, de fato, a curiosidade da
turminha. "Os pequenos são os maiores juízes desse processo. Basta que o
professor esteja atento, por exemplo, aos cantos de brinquedos aonde
ninguém vai e substituí-los por outros mais interessantes", diz Roselene
Crepaldi, que trabalhou no Laboratório de Brinquedos e Materiais
Pedagógicos da Universidade de São Paulo.
Rolos de espuma
Para que servem Funcionam
como apoio para os pequenos firmarem o tronco e começarem a treinar o
equilíbrio do corpo. Almofadas, bolas e colchões também podem ser usados
com a mesma função.
Fonte: Nova Escola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário