terça-feira, 13 de maio de 2014

As Perguntas Complicadas que as Crianças Fazem

  • As Perguntas Complicadas que as Crianças Fazem
    Por que os meninos fazem xixi de pé e as meninas não? Perguntas como essa costumam vir das crianças entre os 3 e 6 anos. De acordo com Carla Oliveira, psicóloga, pedagoga, professora de educação infantil e mestranda na Universidade Etadual de Campina, essa fase deve ser valoriza porque, apesar de deixar os pais “loucos” sem saberem o que responder as vezes, é a fase em que o mundo, aos olhos das crianças, parece um grande mistério a ser desvendado.
    No passado, as principais questões que surgiam nessa idade era a origem, a morte, a diferença entre os gêneros, divindades e religiões, mas hoje, devido ao grande estimulo que as crianças recebem de todas as partes, as questões podem surgir de acordo com uma experiência que vivenciam. Dessa forma, pode-se adicionar a essa lista de questionamentos temas como pedofilia, bebidas, drogas, homossexualidade, questões existenciais ou assistencialistas. Tudo que basta para que a dúvida surja é que a criança veja na mídia, ou ouça um colega, vizinho ou amiguinho mais velho falar sobre.
    Para Lucila de Jesus Mello Gonçalves, psicóloga infantil, os pais precisam ser francos, mesmo porque muitas das questões não tem uma única resposta, isso vai depender da cultura, crença e valores da família. Carla Oliveira orienta os pais a, primeiro, saberem exatamente o que a criança quer saber e, então, responder a pergunta da maneira mais franca e clara possível, em frases curtas e adequadas a maturidade e nível de compreensão dos pequenos. Respostas muito curtas podem não satisfazer, e muito longas podem confundir, por isso a dica é dosar a resposta com cuidado e esperar que a criança formule toda a pergunta, sem atropelar o ritmo dela.
    De acordo com Déborah Guedes, neuropsicóloga pela Universidade de São Paulo e doutoranda em Ciências da Saúde pela UNIFESP, o que não pode acontecer é o adulto falar que não sabe a resposta ou enrolar a criança. Ela sabe quando isso acontece e, se você sinceramente não souber a resposta, é sempre uma oportunidade para pesquisarem e descobrirem juntos.
    Carla Oliveira também salienta que jamais deve-se brigar com a criança por ter feito uma pergunta. Quando a criança pergunta, ela está elaborando hipóteses, organizando seus pensamentos e, quando o adulto a repreende, isso pode reprimi-la e, posteriormente, prejudicar sua relação com a aprendizagem formal. Essa é uma fase de curiosidade e descoberta e, ao ter suas investigações e descobertas barradas e desmotivadas pelos adultos ela pode se sentir desvalorizada e perder o interesse e novas descobertas.
    Para ajudar você a lidar com algumas perguntas complicadas, trouxemos alguma dicas de respostas para você ajudar os pequenos:
    1. “Mãe, você já nasceu grande?”
    Para Lucila Gonçalves, ao responder que a mãe nasceu pequena como a criança, pode ser interessante contar histórias sobre sua infância e mostrar fotos para os pequenos.
    1. “Onde eu Estava quando eu não existia?”
    Para Lucila Gonçalves, esta é uma pergunta cuja resposta depende muito da crença pessoal da família e deve ser respondida de acordo com o que a família acredita. A psicóloga sugere uma resposta bastante simples, “quando você não existia você estava na cabeça da mamãe e do papai, planejando e desejando você”.
    1. “Mãe, quando você vai morrer?”
    Nessa questão, é interessante perguntar a criança o que ela acredita que é morrer. Segundo Carla Oliveira, o bom é oferecer respostas concretas como responder que todo mundo morre um dia, mas que a maioria das pessoas morre bem velhinha, para evitar preocupações desnecessárias dos pequenos.
    1. “Mãe, os meninos são diferentes das meninas?”
    Carla Oliveira orienta a ser direta, clara e honesta. Explicar que o corpo dos meninos é diferente das meninas. “Meninos tem pênis; meninas, vaginas.” Lucila Gonçalves diz que é possível, ainda, adotar nomes menos formais ao falar dos órgãos genitais.
    1. “Mãe, é verdade que gente malvada mora longe?”
    De acordo com Lucila Gonçalves, essa é uma pergunta que merece atenção. Geralmente as crianças se referem as bruxas das historinhas que ouvem e, nessa ocasião, é importante salientar que sim, elas moram longe. Mas é importante investigar e perguntar a criança se ela conhece alguém malvado, pois ela pode estar se referindo a algo real.

    Fonte: Educar para Crescer

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