Há algumas décadas, acreditava-se que a família era a responsável
pelo surgimento do autismo nas crianças. Usava-se o conceito “mãe
geladeira”, atribuindo às mães a culpa por serem frias e distantes no
relacionamento com os filhos. Algumas crianças portadoras do transtorno
eram retiradas de suas casas. E com o tempo percebeu-se que elas não
apresentavam melhora no quadro de seu desenvolvimento.
Essas teorias caíram por terra quando novos estudos foram sendo
feitos e provando que o autismo já nasce com a criança, ninguém “se
torna” autista.
Muitos pais ainda se sentem culpados quando descobrem o diagnóstico,
se indagando aonde podem ter errado. Mas não há motivo para alimentar
essa culpa!
São
muitos os estudos voltados para definir o que exatamente causa o
autismo. Até hoje não existe uma explicação conclusiva, muitas são as
hipóteses. A principal causa apontada hoje é a genética, apesar de não
ser a única. Existem também estudos apontando para fatores ambientais
que influenciam na formação do bebê ainda na barriga da mãe, como
medicamentos (principalmente antidepressivos), contato com substâncias
tóxicas, infecções e outras complicações na gestação, como o diabetes e a
pressão alta.
O que sabemos é que o autismo ainda não tem cura e não se trata de
uma doença. Ele é, na verdade, um funcionamento cerebral diferente,
causado por um comprometimento no sistema nervoso central. Alguns em
graus mais leves, outros em graus mais severos. Independente do grau de
comprometimento, todos têm os mesmos direitos e precisam de auxílio e
tratamentos. Errado é acreditar que autistas de grau leve não precisam
de tratamento! Todos os esforços se voltam para que estas pessoas
conquistem sua autonomia e desenvolvam-se com mais qualidade de vida.
AUTISMO EM MENINAS
Outro dado interessante é a predominância de diagnósticos no sexo
masculino, falando-se em 1 no gênero feminino para cada 4 no gênero
masculino. A cor azul representa o autismo justamente por essa
predominância.
Porém, o que tem se observado é que existem muitos casos de autismo
em meninas que não foram identificados. O diagnóstico feminino é mais
difícil. É mais “aceitável” que as meninas sejam tímidas, introspectivas
e sensíveis. Dessa forma, os sintomas ficam disfarçados, se confundindo
com características tipicamente femininas. Deduz-se então que o número
de casos de TEA no gênero feminino pode ser muito maior do que os dados
que temos hoje.
Por Amanda Puly
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