Por: Débora Carvalho Meldau
O mutismo seletivo, também denominado mutismo eletivo,
consiste em um distúrbio psicológico caracterizado pela recusa em falar
em certas situações, mas que, em outras, o indivíduo é capaz de falar.
Costuma ocorrer em crianças tímidas, introvertidas e ansiosas que falam
apenas com um ou ambos os pais, outras crianças ou animais.
Este transtorno ocorre em ambos os gêneros, mas é mais comum nos
indivíduos do sexo feminino. Em adultos, este distúrbio é diagnosticado
como fobia social.
Trata-se de uma das desordens psicológicas mais frequentes nas
crianças. Indivíduos com este distúrbio conseguem falar e compreender a
linguagem, mas o fazem somente em situações escolhidas por eles. Em
outras áreas de aprendizagem e comportamento, a criança costuma se desenvolver normalmente.
Até pouco tempo, acreditava-se que este distúrbio afetava 1 em cada
1000 crianças. Todavia, mais recentemente pesquisas realizadas pela American Academy of Child and Adolescent Phychiatry apontaram
que a proporção é de sete para cada 1000, tornando o mutismo duas vezes
mais prevalente do que o autismo. Já no Brasil, os estudos a respeito
do mutismo seletivo são escassos, bem como profissionais especializados no diagnóstico precoce e tratamento do mesmo.
Habitualmente, este transtorno está relacionado com
a existência de um elevado nível de ansiedade, que pode ter origem
genética e associação com a atividade mais intensa da amígdala
cerebelar. A ausência da fala também pode apontar a presença de
transtorno de comunicação, envolvendo tartamudez, dificuldade auditiva,
transtorno de aprendizagem, transtorno de adaptação ou de separação,
depressão nervosa, autismo ou transtorno de ansiedade. Também pode estar
ligado a um trauma psicológico.
Além da recusa em falar em certas situações sociais, as crianças com mutismo seletivo apresentam:
- Dificuldade em manter contato visual;
- Não costumam sorrir em público ou permanecem com expressões vazias;
- Movimentam-se de forma rígida;
- Não são capazes de lidar com situações nas quais deveriam falar normalmente, como saudações, despedida ou agradecimentos;
- Tendem a ter uma preocupação mais exagerada com as coisas quando em comparação com o população em geral;
- Costumam ser mais sensíveis ao ruído e a locais lotados;
- Apresentam dificuldade em falar sobre si ou expressar sentimentos.
Contudo, também apresentam alguns pontos positivos, como a maior
sensibilidade aos pensamentos e emoções alheias e inteligência e
percepção superior aos demais.
Para ser diagnosticado como mutismo seletivo, o quadro tem que
persistir por pelo menos um mês, sem contar o primeiro mês de
escolarização, uma vez que nessa época as crianças costumam ficar mais
tímidas e evitam interagir com o professor.
Os pais costumam após meses ou anos de mudez, pois acreditam que se
trate apenas de timidez normal até que as manifestações clínicas se
tornam mais visíveis.
O tratamento com terapia cognitivo-comportamental apresentam bons
resultados. Também podem ser utilizados fármacos para transtorno de
ansiedade e depressão para aliviar os sintomas.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mutismo_seletivo
http://www.leticiadeoliveira.com.br/duvidas-pdf/Mutismo%20Seletivo.pdf
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=298
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