quarta-feira, 15 de julho de 2015

Cuide da Autoestima do seu filho

É importante reconhecer o valor que se tem!

O poeta Vinicius de Moraes dizia que beleza é fundamental, mas podemos complementar que sem uma boa autoestima qualquer atributo e competência perdem importância. Os talentos naturais ou construídos são desperdiçados porque não são percebidos por quem os possui.
A “lente” com que nos olhamos pode nos diminuir, se não foi “bem ajustada”, ou seja, se não construímos ao longo da nossa história um bom conceito a nosso respeito que nos fortaleça a autoconfiança.
Como explica a psicóloga Maria Teresa Ramos de Souza, a construção do autoconceito começa cedo, na infância.
“O bebê vive experiências emocionais desde o nascimento. Já nos primeiros dias a mãe começa a construir um relacionamento com o filho e é então quando inicia sua influência na formação da autoestima dele, isto é, na forma como essa criança irá confiar e acreditar em si mesma“.
A influência positiva e reforçadora das pessoas na qual a criança confia vai ajudá-la a crescer acreditando no seu próprio potencial e possibilidades. Maria Teresa exemplifica com a experiência de um paciente de sete anos que atendeu em seu consultório: “ele apresentava baixa autoestima, mas seu grande conflito era querer muito fazer as coisas certas, porque seus pais cobravam demais o certo“.
“Esses pais eram exigentes em excesso, mas se esqueciam de ensinar à criança como fazer corretamente. O discurso era só de cobranças. Um dia ele me disse que não sabia fazer as coisas “certas” porque ninguém lhe ensinava o que era o certo“.
Com certeza todos os pais desejam preparar seus filhos para os desafios da vida e para que tenham sucesso em suas investidas. Há inúmeras atitudes, no entanto, que devem ser evitadas na orientação e educação, como críticas em excesso e qualificações negativas. Afinal, quando se quer corrigir um comportamento é desnecessário e até improdutivo “desqualificar” a pessoa. O importante é que ela entenda o que está errado e o porquê.
“Os pais devem buscar o equilíbrio na forma de lidar com os filhos. é preciso não ser nem muito condescendente nem muito rígido”, diz a psicóloga e ressalta que o elogio é fundamental: não dá para só apontar erros e falhas. Maria Teresa reforça que na formação da autoestima a comunicação entre pais e filhos deve ser transparente. “O aprender/ensinar devem ser assertivos“.
Também é preciso uma compreensão especial dos pais quando a criança apresenta muitos comportamentos inadequados, que trazem prejuízos principalmente para ela. É comum isso acontecer a partir dos 5 ou 6 anos quando as regras de disciplina e organização da escola ficam mais rigorosas – às vezes até mais do que as de casa.
Nesta fase, a contribuição dos pais para a formação da autoestima é fundamental. “A criança deve ser elogiada e reforçada sempre que faça algo certo, para ajudá-la a compreender e a perceber o que é certo e o que é errado“, acrescenta Maria Teresa.
Na escola, a criança também começa a lidar com frustrações, com perdas e também com rejeições, quando não é reconhecida ou aceita por alguém ou por um grupo. O equilíbrio e carinho da família são importantes para ajudar a criança a reelaborar tais situações e superá-las.
“Afinal, os problemas, as dificuldades, os desafios sempre existirão, seja o nascimento de um irmão, seja o segundo lugar num campeonato, seja um período maior de desemprego, mas o que vale é o quanto se sente amado e preparado para enfrentar os problemas, acreditando no seu valor. As pessoas com a autoestima mais reforçada sofrem com as perdas e derrotas, mas se erguem mais facilmente“, finaliza a especialista.

* Entrevista concedida em 03/10/2007 para os sites IBM e Ig Educa.

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