Desde pequenos, nem sempre com conotação maldosa,
as crianças tendem a se tratar de acordo com suas características
físicas e comportamentais. Para uma criança pequena, dizer que o
coleguinha é gordinho,
baixinho, birolho, aquela que bate, aquela que morde, ou outras
características, servem apenas como forma de dar referência a um colega a
partir de uma característica que eles perceberam ser peculiar a ele.
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Cabe aos pais e professores, com igual
responsabilidade, substituir as expressões que provocam constrangimento
por outras quando possível, e conversar
com a criança ou até com o grupo sobre determinadas características
quando necessário. Não se deve esperar respeito das crianças umas com as
outras, se as mesmas vivem em ambientes hostis, do tipo que maldizem os
vizinhos e até familiares. A maior parte dos termos chulos que chegam
em forma de ofensa nas salas de aula vieram dos pais, referendando
pessoas com características semelhantes a que as crianças convivem.
Porém,
mesmo com boa educação, não estamos livres de desentendimentos na
escola ou até entre grupos de crianças e adolescentes, pois a ofensa
moral faz parte das armas que o ser humano se utiliza para atacar e
defender seus pontos de vista, mesmo com pessoas que aparentemente
mantém bom relacionamento. Esse comportamento aparece naturalmente com a
fala, e explica inclusive porque crianças pequenas mordem e batem nos
seus colegas como forma de mostrar superioridade, poder e até para
descarregar seus aborrecimentos. Ao adquirirem a linguagem, elas
percebem que a ofensa verbal machuca tanto quanto a física.
Como
pais, professores ou adultos responsáveis por um grupo de jovens ou
crianças, pare agora e reflita: quantas vezes você interferiu em brigas
dos seus filhos ou outras crianças, e dessas vezes quantas eram pequenas
ofensas? Os adultos costumam castigar apenas quando as crianças se
batem, mordem ou empurram, e normalmente aceitam as discussões que
ouvem, mesmo com ofensas e palavrões.
As
marcas de uma agressão física são externas e rapidamente percebidas,
diferente da agressão moral, que nem sempre mostra suas conseqüências
rapidamente. As pessoas que sofrem silenciosamente esse tipo de agressão
são as mais propensas a desencadear as características do bullying,
por isso é muito importante a criança e o adolescente sentirem-se à
vontade e obterem atenção necessária para relatar suas vivências do
dia-a-dia. São através desses relatos que os pais e professores podem
perceber, ajudar e interferir se possível na mudança de comportamento não só do agressor, mas principalmente do agredido, que jamais deve silenciar qualquer ofensa recebida.
Fonte: Vilamulher
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