domingo, 2 de setembro de 2018

A Ação Pedagógica do Professor e suas contribuições para o processo de alfabetização

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A alfabetização é uma das etapas mais relevantes e desafiadoras da jornada escolar.
É um processo contínuo e gradativo que contribui para a evolução intelectual do aluno.
Não basta apenas codificar e decodificar, é preciso que o aluno desenvolva sua capacidade de interpretar, compreender e assimilar o conteúdo escrito.
Nessa perspectiva, a efetividade da alfabetização acontece quando o aluno torna-se apto a exercer e interpretar as práticas sociais da leitura e da escrita.
E durante esse processo, o aluno se apropria do ensino e da aprendizagem.
Baseado no Pilar da Educação “Aprender a Conhecer”, citado na matéria da semana passada, vemos que a escola é um dos principais espaços para a busca do conhecimento, e que a intervenção pedagógica do professor como um mediador do conhecimento promove aprendizagens significativas para os alunos.
Para tanto, é necessário que, durante o decorrer do ano letivo, o professor indague-se, reflita, e adeque suas práticas de modo a atender os desafios da alfabetização na grande diversidade da sala de aula. Isso significa “ensinar” a ler e escrever de modos diversos para alunos diferentes.
Ao refletir sobre as ações pedagógicas no espaço da alfabetização, o professor percebe que medidas se articulam e se entrelaçam às dimensões sociais, culturais e individuais, dado que o conhecimento evolui e se transforma de acordo com o movimento histórico de cada sociedade.
Assim, a alfabetização e o letramento se desenvolvem de acordo com a dinâmica das relações existentes dentro e fora da sala de aula, vinculados à vida dos alunos.
fc_materia5_alfabetoOs jogos são ótimos recursos para auxiliarem as crianças em suas aprendizagens.
Hoje, vamos sugerir uma atividade para que as crianças compartilharem suas produções com as dos colegas, ampliando seus conhecimentos sobre o sistema alfabético.
Vale ressaltar que, cada professor deve sempre adequar as propostas de acordo com sua didática e conhecimento individual dos alunos e do grupo. Use sempre a criatividade e autonomia para que cada sugestão apresentada seja como um guia que aponta aspectos importantes do trabalho, mas sem se preocupar em seguir receitas, afinal, a ideia é facilitar a tarefa, e não aprisioná-la e nem paralisá-la em seu próprio jeito de pensar ou produzir.
Essa atividade consiste em criar fichas para um divertido jogo da memória.
Os alunos serão convidados a refletir sobre duas grafias distintas de uma mesma palavra, escritas em momentos diferentes, para elaborar a versão final de escrita e encontrar a estabilidade para escrever.
Aqui trabalharemos com crianças que estão passando da fase de hipótese silábica para a silábica alfabética. É a fase em que os alunos começam a acrescentar as consoantes em sua escrita e não mais apenas as vogais.
O professor, ciente de que a introdução das consoantes desorganiza o sistema anterior já estabelecido nos alunos, vai propor atividades para que eles reorganizem e construam novos sistemas de organização para ajudá-los a progredir nas hipóteses de escrita. Lembrando que este é um dos diversos caminhos disponíveis.
Junto com o grupo, o professor seleciona o(s) tema(s) do jogo. Para fazer essa escolha, pode-se fazer um sorteio, votação, dentre outras propostas que também trabalhem com questões sociais e de grupo. Escolhido o tema, os alunos são convidados a redigirem palavras relacionadas ao assunto abordado, baseadas em seu conhecimento prévio (sem intervenção do professor), em fichas distribuídas pelo professor.
A ficha de par correspondente deve ser reservada para a próxima etapa da atividade. Quando o grupo terminar a escrita, o professor os convida para uma leitura coletiva e guarda as fichas. Em um segundo momento, que pode ser no dia seguinte ou quando o professor considerar mais apropriado para dar continuidade à tarefa, cada criança recebe as fichas que fazem par com as que já escreveram para que escrevam novamente a(s) palavra(s) correspondente(s), sem consultar a(s) anterior (es).
Aqui, as intervenções do professor podem focar o incentivo pela busca de informações sobre o sistema de escrita em fontes com as quais o grupo tem familiaridade, como, por exemplo, a lista de nomes da turma, objetos de sala, livros, e registros diversos, além da troca de ideias com os colegas. É esperado que a maioria dos pares de palavras estejam grafadas de modo total ou parcialmente diferente. Nessa etapa, o educador convida o grupo a comparar as grafias a fim de interpretá-las e confrontar seus conhecimentos, auxiliando-os a fazer as alterações necessárias.
A problemática proposta nessa atividade é que os alunos sabem que não é possível registrar de modo variado o que se pronuncia de uma maneira. Assim, ao se depararem com duas grafias para a mesma palavra, eles irão refletir e reorganizar suas ideias e raciocínio, de modo a encontrar a solução mais apropriada.
Lembre-se de que, ao promover uma discussão coletiva, é indicado manter o nome dos autores das escritas em sigilo para evitar causar constrangimento e permitir a participação de todos sem expor, principalmente, aqueles que se sentem menos à vontade. Mais uma vez aqui, ressaltamos a importância de o professor adequar a proposta ao seu grupo e aos seus alunos individualmente.
O educador pode promover uma “mesa de debates” e inclusive convidar outras turmas para contribuir com a análise das fichas. A ideia dessa revisão coletiva não é que as crianças simplesmente escolham uma das versões.
Nas intervenções feitas o professor deve incentivar que os alunos reflitam e discutam sobre as razões que levaram o autor a escrever daquela maneira, impulsionando os a pensar sobre as escolhas que fizeram e reavaliá-las.
Um modo construtivo de fazer essas intervenções é apresentando questionamentos.
A escrita convencional das fichas não necessariamente será alcançada, e não há problema nisso. O importante é que os alunos tenham progressos.
E você, como usa a criatividade para apresentar atividades divertidas que incentivem a reflexão dos seus alunos?

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