domingo, 31 de maio de 2015

MUTISMO SELETIVO

Foto de Sou Psicólogo Com Muito Orgulho.

O QUE É
No Manual de Estatística e Diagnose de Desordens Mentais, o Mutismo Seletivo é descrito como uma desordem psicológica pouco frequente nas crianças. Crianças (e adultos) com este tipo de problema são completamente capazes de falar e compreender a linguagem, mas não o fazem em determinadas situações sociais, quando é o que se espera deles.
Funcionam normalmente em outras áreas do comportamento e aprendizado, embora se privam severamente de participar em atividades de grupo. É como uma forma extrema de timidez, mas a intensidade e duração a distingue. Como por exemplo, uma criança pode passar todo o tempo completamente calado na escola, por anos, mas falar livremente ou excessivamente em casa. Outras características são, além da timidez extrema, o retraimento social, a dependência e o perfeccionismo.
Esta desordem NÃO é considerada uma desordem da comunicação, pois a maioria das crianças se comunica através de expressões faciais, gestos, etc. Ao realizar o diagnóstico, pode ser confundido facilmente como um tipo seletivo de Autismo ou Síndrome de Asperger, especialmente se a criança atua de modo retraído na presença do psicólogo. Isto pode levar a um tratamento incorreto.
COMO É A IDENTIFICAÇÃO
Entre os aspectos negativos estão:
• Os portadores do Mutismo Seletivo encontram dificuldade em manter contato visual.
• Com frequência não sorriem em público ou em expressões vazias (sempre em público).
• Se movem de forma rígida e torpe.
• Não podem manejar situações onde se espera que falem normalmente, como uma saudação, uma despedida ou um agradecimento.
• Tendem a preocupar-se mais com as coisas de que o restante das pessoas.
• Podem ser muito sensíveis ao ruído e ao excesso de gente.
• Encontram dificuldade em falar sobre si mesmo ou expressar seus sentimentos.
Entre os aspectos positivos estão:
• Inteligência e percepção superior aos demais, são curiosos.
• São sensíveis aos pensamentos e emoções alheias (empatia).
• Tem um grande poder de concentração.
• Com frequência tem um bom sentido do que é correto, incorreto e de justiça.
CAUSA
O mutismo seletivo tem causa obscura e, até o momento, parece ter origem multifatorial. Acredita-se que a influência dos fatores ambientais e situações interpessoais sejam de grande peso para o desenvolvimento do mutismo seletivo. Ele pode ser deflagrado por uma experiência negativa pela qual a criança passou - uma violência física ou verbal, ou uma grande decepção.
A genética também tem um peso importante: estatísticas mostram que muitas crianças afetadas pelo transtorno têm um parente próximo com histórico de transtornos emocionais e a patologia é mais encontrada nos filhos de pais tímidos ou distantes.
A influência do comportamento dos pais nos relacionamentos com outras pessoas, bem como suas alterações de humor podem dar à criança impressões problemáticas sobre o relacionamento humano, gerando certa ansiedade fóbica social.
A própria personalidade da criança pode favorecer aparecimento do transtorno. Em alguns casos o mutismo seletivo ocorre após algum trauma, como morte, início escolar, sequestro, violência.
Todos de alguma maneira relacionados à separação do cuidador da criança, sendo considerado um tipo de transtorno fóbico.
TRATAMENTO
Não existem muitas referências e orientações para o tratamento do mutismo seletivo. Talvez pelo fato da criança com mutismo seletivo não perturbar ninguém e passar por quietinha, ao contrário da criança hiperativa, cujo comportamento agitado chama a atenção de todo mundo, seu tratamento tem sido protelado e sua importância tem sido minimizada.
As modificações comportamentais são as medidas mais promissoras. A psicoterapia e terapia da fala também são importantes, já a psicofarmacologia é bastante restrita nesses casos, muitas vezes atuando somente em outros estados emocionais associados, sejam como comorbidades, sejam consequências da discriminação, da autoestima, etc.

Por:  Letícia de Oliveira - Psicóloga

Nenhum comentário:

Postar um comentário