quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Lá vem o Ano Novo

Era 31 de dezembro e o Ano Novo não chegava.

Alguma coisa muito estranha estava acontecendo.É que lá na casa do Tempo havia um grande problema.
Quando chegou a hora de Dona Meia-Noite passar pela Terra, ela resolveu fazer greve:
__Não vou, não vou e pronto!
__ Mas não vai por quê? – perguntou o Tempo, que é o chefão lá deles.
__Não vou porque estou cansada de tanta fita. Olhe só lá para a Terra.
E Dona Meia-Noite continuou:
__Ah, eu estou cansada dessa fita. Todo o ano é a mesma coisa. Prometem ficar bonzinhos, mas amanhã estão todos fazendo as mesmíssimas coisas.
Um Segundinho passou reclamando:
__Dona Meia-Noite, passa logo, eu não estou acostumado a trabalhar tanto.
O Tempo já estava aflito:
__Eu não posso parar, Dona Meia-Noite, anda logo!
Dona Semana também tentou convencer a teimosa.
__Se a senhora não passar, não vai haver Ano Novo, coitadinho dele!
__E o Ano Velho, coitado, vai ter que trabalhar o resto da vida, ele, que já está tão velhinho!
__Não sei de nada. Desde que eu me entendo por gente, é a mesma coisa. Já estou cansada.
Nesta altura apareceu a mulher do Tempo, que é Dona Temporada e que já estava preocupada de ver tanta confusão:
__Escute, Dona Meia-Noite, é verdade que todos os anos as pessoas dizem que vão melhorar e no fim não melhoram nada! Mas quem sabe se este não vai ser realmente um Ano Novo, vai ser de verdade, um Ano Bom? Olhe só para o Ano Novo: como é bonitinho, tão novinho, uma graça! Quem sabe, Dona Meia-Noite, quem sabe?
Dona Meia-Noite pegou o Ano Novo no colo. Ele sorriu.
Ela também sorriu, Dona Temporada falou:
__Quem sabe este aninho, tão pequenino ainda, não vai fazer o milagre? O milagre de todos ficarem amigos e ninguém pensar em fazer mal aos outros?
Todos aplaudiram:
__ É isso mesmo! Coragem, Dona Meia-Noite, vamos!
Dona Meia-Noite olhou o Ano Novo, que continuava sorrindo.
__Sabe de uma coisa? Então eu vou! Sai da frente, pessoal, lá vou eu!
 Ruth Rocha Faz muito tempo Editora Record. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário