Dizer que todo surdo é mudo é um mito que, mesmo com o passar dos anos, permanece na sociedade.
Você já deve ter ouvido ou mesmo usado a expressão “surdo-mudo” para designar uma pessoa que não ouve. Pois saiba que essa nomenclatura é errada. Conheça um pouco mais sobre a cultura surda.
O indivíduo surdo não é mudo
A expressão “surdo-mudo” é amplamente usada por leigos e até mesmo nos meios de comunicação. Primeiro, é preciso perceber que o termo trata duas deficiências
como sendo uma só, como se a surdez estivesse, invariavelmente,
conectada com o fato de o indivíduo ser mudo. Isso é uma inverdade.
Para chegar à conclusão de que associar o termo “mudo”
ao indivíduo surdo era errado, médicos e pesquisadores realizaram
inúmeros estudos ao longo dos anos. A conclusão foi que o aparelho
fonador do surdo é exatamente igual ao dos ouvintes.
Em geral, com raras exceções, a pessoa que não ouve também não fala porque é impossível reproduzir sons que ela não conhece.
Porém, existem os surdos oralizados (ou surdos
oralistas). Desde a tenra idade, eles fazem tratamento com
fonoaudiólogos para aprender a utilizar as flexões das cordas vocais,
mesmo que não conheçam o som que elas produzem.
Quando um surdo é mudo?
Embora a expressão “surdo-mudo” seja errada, pode haver casos em que a pessoa que não ouve também não fale por alguma alteração psicológica, ou mesmo por ausência de cordas vocais.
A psicose, por exemplo, é uma doença que, entre os
sintomas, pode fazer com que o indivíduo fique mudo. Ele simplesmente
para de falar. Já outra situação na qual a mudez é bastante recorrente é
no caso de tumores que afetam a laringe e obrigam o paciente a retirar as cordas vocais.
Essas pessoas, caso queiram, podem realizar tratamentos para voltarem a falar por meio do que a medicina chama de voz esofágica (pelo esôfago), por exemplo. Porém, em nenhum desses casos isso tem a ver com o fato de a pessoa ser surda.
O que é correto?
É comum dizermos que todo surdo é deficiente auditivo, porém nem todo deficiente auditivo é surdo.
Para a medicina, é chamado surdo aquele que é diagnosticado com uma surdez profunda. Já o deficiente auditivo é a pessoa que, pela ciência, possui surdez leve ou moderada, muitas vezes podendo ser corrigida por aparelhos.
Na cultura surda, utiliza-se a linguagem de sinais
para que as pessoas possam interagir entre si. Porém, há indivíduos que
não a conhecem, dependendo unicamente da leitura labial ou da escrita.
Conhecer as deficiências e saber como denominar as pessoas que as têm é o primeiro passo para abolir a discriminação e integrá-las à sociedade de maneira digna e com qualidade.
Fonte: Vivo mais saudável
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