segunda-feira, 5 de outubro de 2015

DÉFICIT DE ATENÇÃO


Esse tipo de comportamento pode ser de difícil identificação, portanto é importante saber que nem toda criança desatenta tem o Transtorno de Déficit de Atenção.

A criança que tem Déficit de atenção não é menos inteligente que as outras crianças, porém não consegue desenvolver integralmente seu potencial, visto que a fixação da atenção é prejudicada.

A desatenção é um efeito que muitas vezes enganam na hora do diagnóstico porque estas pessoas na verdade não têm um déficit de atenção para tudo. Muitas vezes conseguem prestar muita atenção em algumas coisas, principalmente quando são bonitas, novas, estimulantes, interessantes ou assustadoras. Isto pode ser uma inconsciente busca do cérebro por um estímulo que ative o córtex pré-frontal. Em termos práticos, uma pessoa não consegue fazer qualquer coisa, sem que sua cabeça fique voando entre seus pensamentos, frequentemente distraindo-se com qualquer coisa que lhe chame mais atenção, voltando novamente a se distrair com um outro movimento e assim por diante, cometendo erros freqüentes por não prestar atenção aos detalhes. Este efeito é muito comum nas atividades escolares.

Entre os principais sintomas de desatenção estão a dificuldade em prestar atenção nos detalhes; errar por descuido nas atividades escolares pela dificuldade em manter a atenção; não seguir instruções; não terminar as tarefas; as vezes parece não escutar ou se faz de surdo; dificuldade em organizar tarefas e atividades; distrai-se facilmente com estímulos externos; evitar ou relutar em “realizar” esforço mental; perder coisas necessárias para as tarefas e ser facilmente distraído por qualquer estímulo externo.

Muitas vezes a falta de atenção pode vir acompanhada do sintoma de impulsividade, e pode até ter um aspecto positivo quando este comportamento leva a uma ação. Entretanto no portador de TDAH o problema é que este comportamento se torna patológico, há uma falta de planejamento em função da busca intensa e constante da gratificação imediata e das novidades. A impulsividade é um dos sintomas muito persistentes, impulsivamente interrompe o que está fazendo para iniciar outra atividade e vai acumulando várias tarefas sem finalizá-las.

De acordo com Mattos (2004) as crianças portadoras de TDAH são muito impacientes e muito ansiosas; frequentemente estão expostas a riscos; podem provocar confusão; discussão; viver em conflito consigo mesma ou com outras pessoas. Novamente tudo isso é uma forma inconsciente de estimulação do córtex pré-frontal, que anseia por mais atividade. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa o indivíduo com TDAH não faz as coisas propositalmente, pois não as percebe e pode acabar se viciando no tal efeito.

O vício acontece porque o cérebro tem produz uma substância química sempre que a pessoa apresentar quando tem o comportamento e isto vai produzir uma gravação neurológica cada vez mais forte contribuindo para que a pessoa se vicie nesta produção química.

Segundo Goldstein (2004), existe o TDAH do tipo não específico; a pessoa apresenta algumas características, mas um número insuficiente de sintomas para chegar a um diagnóstico completo. Esses sintomas, no entanto, desequilibram a vida diária desta pessoa. Esses sintomas também podem ser explicados por outros transtornos, por isso é preciso uma investigação minuciosa, a fim de descartar outras possibilidades de diagnóstico.

Segundo Benczik (2002) é comum nestas crianças, quando não conseguem fazer as tarefas se fecharem e não se sentirem estimuladas a tentarem fazê-las novamente, temendo um novo fracasso. Estas crianças tendem geralmente a produzir menos do que são capazes. Neste caso os elogios e encorajamento podem ajudar muito para que seu processo de aprendizagem seja mais eficiente.

Autor: Magna de Oliveira Melo
Neuroeducadora e Psicopedagoga

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