segunda-feira, 27 de julho de 2015

O Papel da Família na Educação Especial: A Criança Surda


O bebê surdo não traz visivelmente o sinal de sua surdez
O bebê surdo não traz visivelmente o sinal de sua surdez
Cada criança traz consigo o potencial para aquilo que ela pode vir a ser, o que nem sempre coincide com o que os pais desejam que ela seja. Quando existe conflito entre o que a criança é e as expectativas dos pais, é provável que haja também dificuldades no desenvolvimento emocional, social e intelectual. A criança desde pequena se orienta pelo “sentir” e capta vivamente sua aceitação ou não.
O bebê surdo não traz visivelmente o sinal de sua surdez. Os pais o recebem e se relacionam com ele como se o mesmo fosse ouvinte, ou seja, como uma criança normal, sadia e perfeita.

Falam e brincam com a criança o tempo todo em que ela está acordada, falam-lhe da situação que juntos vivenciam e sempre há espaço para as cantigas de ninar. Este é o procedimento que deverá ser mantido e intensificado para com a criança surda.

Com a descoberta da surdez, os pais geralmente ficam chocados e deprimidos, fechando-se então para o mundo e para a criança, pois veem nela o sonho desfeito, a fonte de suas frustrações. A criança que sofre uma mudança brusca no relacionamento com os pais pode ficar afetada emocionalmente, trazendo repercussões no futuro.

As crianças rejeitadas nos primeiros anos revelam no futuro seu sofrimento do presente, que poderá ser em forma de agressividade, dificuldades de aprendizagem, etc., pois no íntimo carregam o pesado sentimento de que não são dignas de amor.

As crianças que não tiveram ou não têm uma boa relação com as figuras parentais poderão ter dificuldades na socialização, pois o contato primário com o mundo das pessoas não lhes deixou marcas agradáveis, portanto necessitar de outras agora poderá ser fonte de novos sofrimentos.

Por outro lado, a criança surda que tem diante de si, desde o início da vida, um rosto alegre, expressivo, cheio de luz e de vida, que lhe fala constantemente, vai se sentindo gratificada nestes contatos e positivamente aceita pelas pessoas.

Estas crianças, neste ambiente de calor, desenvolvem um autoconceito positivo, confiança em si própria e a certeza de ser amada. Tal criança cresce confiante em si mesma e vai ao encontro do futuro com espírito de aventura.

O desenvolvimento sócio emocional está na dependência direta do relacionamento dos pais entre si, e destes com a criança, principalmente durante o primeiro ano de vida.

Neste período, torna-se o rosto humano o foco da atenção da criança. Não ouvir a voz materna é a primeira e mais importante perda sofrida pela criança que nasce surda ou perde a audição nos primeiros meses de vida. Para o bebê surdo, o conjunto de sinais visuais, como a expressão dos olhos, da testa, da face, o sorriso, etc., equivale à voz humana, sendo possível, então, a substituição do estímulo natural. 

 Artigo por Colunista Portal - Educação

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