Apesar do muito que já se tem dito sobre crianças com TDAH (Transtorno
do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade) esse termo permanece
gerando dúvidas em pais e professores. Afinal, como saber se a criança é apenas agitada, com poucos limites ou se é portadora desse transtorno?
No caso do TDAH, a criança
apresenta primordialmente uma dificuldade generalizada para manter a
atenção voluntária, ou seja, para dirigir e concentrar sua atenção
naquilo que lhe é solicitado observar ou executar. Pode haver também uma atividade motora inútil,
ou seja, a criança se movimenta sem objetivo claro: balança os pés, as
mãos, o corpo, passa a maior parte do tempo se deslocando quando
deveria estar quieta, pois não consegue se controlar. Pode ainda apresentar um grau acentuado de impulsividade,
que a prejudica tanto no trato social como escolar, pois assim como
responde antes do professor acabar de perguntar, e até agir
agressivamente acabando por ter problemas sérios de relacionamento
social.
São crianças e jovens que se deixam levar facilmente por suas emoções, desejos ou necessidades.
Têm dificuldade para parar e pensar, antes de agir. Percebe-se ao
longo do tempo, que essas crianças não conseguem deixar o modo
impulsivo de adaptar-se ao meio, próprio dos primeiros seis anos de vida
por um modo mais reflexivo que deve começar a surgir nessa idade, com a
mediação dos processos atencionais.
A real dificuldade de selecionar
estímulos, de manter a atenção sobre eles e as mudanças freqüentes do
foco atencional, justificam a razão pela qual crianças portadoras de
TDAH precisam de ajuda profissional para adquirir hábitos e estratégias
cognitivas, que lhes permitam um desempenho escolar à altura de sua
capacidade.
Como têm enorme dificuldade de encontrar
uma motivação intrínseca por tarefas que não apresentem uma recompensa
imediata ou que não sejam atraentes, os pais e professores
freqüentemente ficam admirados com o diagnóstico, pois lhes parece
estranho a criança só conseguir prestar atenção àquilo de que gosta...
Quando a questão da desatenção e
da agitação excessiva pode ser controlada pelo indivíduo ou pelo meio,
de modo eficaz, ao longo de várias horas e em diferentes situações,
dificilmente se trata de uma criança ou um jovem com TDAH.
É importante saber ainda que, embora a
hipercinesia tenda a diminuir com a idade, sabe-se que adolescentes com
TDAH são mais adeptos a esportes radicais, a enfrentar aventuras e
perigos do que seus iguais e, quando adultos, essa hiperatividade e
impulsividade torna-se mais subjetiva, ou seja, conseguem ter uma
atividade física menos exuberante, mas dedicam-se via de regra a estar
sempre fazendo alguma coisa ou várias coisas ao mesmo tempo.
Por: Maria Irene Maluf
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