Ao longo do desenvolvimento das ciências, os profissionais da área da saúde buscaram e buscam alternativas para auxiliar no tratamento de diferentes doenças e limitações. Tendo em vista o tratamento de transtornos genéticos ou traumáticos como síndrome de down, paralisia infantil e entre outros. E a fim de auxiliar no tratamento descobriu-se como recurso terapêutico a equoterapia.
O cavalo está presente na vida do homem há milhões de anos, por várias gerações, com diversas finalidades e também para curar algumas enfermidades. Desde 458-370 a.C. já existiam estudos e/ou publicações que traziam a utilização do cavalo como método terapêutico. Assim sendo, também a prática de atividades eqüestres como reeducação psicomotora, não é um assunto recente (JESUS, 2014).
A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de Saúde, Educação e Equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou de necessidades especiais (ANDE, 1999, apud EQUOTERAPIA, 2008).
De acordo com Jesus (2014) a pratica despertou interesses após o episodio de Liz Hartel, que foi a acometida por poliomielite que a impossibilitada de se movimentar. A mesma praticava equitação e mesmo tendo sido desaconselhada pelos médicos deu continuidade a esta prática, e nos Jogos Olímpicos de Helsínque em 1952 representou a Dinamarca recebendo a medalha de prata.
Há mais de quinze anos a prática da Equoterapia foi implantada como estratégia terapêutica obedecendo à legislação brasileira das áreas de Saúde. É um método técnico e científico com excelentes benefícios para a saúde. (ANDE, 1999, apud EQUOTERAPIA, 2008).
Deutsches Kuratorium (1986) foi o primeiro a criar os programas básicos da equoterapia, sendo que a equipe interdisciplinar de equoterapia ao desenvolver o programa apropriado à necessidade do praticante deve trabalhar sempre em conjunto dando ênfase a área profissional que se pretende trabalhar. A equipe interdisciplinar de equoterapia pode ser formada por profissionais das áreas da saúde, educação e da equitação. Existe também a necessidade de se ter um médico responsável dando respaldo à equipe indicando ou contra-indicando o tratamento.
De acordo com Ande (1999) o inicio da equoterapia deu-se em 10 de maio de 1989, que é uma sociedade civil caráter filantrópico, terapêutico, educativo, cultural, desportivo e assistencial sem fins lucrativos, com atuação em todo o território brasileiro, tendo sede em Brasília – Distrito Federal. A instituição apresenta como normas: contribuir para a reabilitação e educação de pessoas com deficiência e/ou necessidades especiais; colocar ou colaborar com entidades e órgãos não governamentais; captar recursos e estimular a implantação da Equoterapia;
Por tanto a técnica que utiliza os cavalos veem sendo utilizada há 15 anos, a fim de auxiliar em diversos aspectos do desenvolvimento de portadores de necessidades especiais. Vale ressaltar que a técnica é utilizada mediante avaliação médica, psicológica e fisioterapêutica e é desenvolvida por equipe multidisciplinar. No decorrer do tratamento o acompanhamento do paciente é individual, devendo ser sempre registrado por cada profissional.
Nessa modalidade de tratamento o cavalo é usado como cinesioterapêutico, pedagógico, promovedor de inserção social, sendo que para essa prática, o ideal é que não haja barulho no local de realização das atividades terapêuticas. O objetivo é ampliar o repertório comportamental do paciente e proporcionar ajustamento emocional, reduzindo assim a ansiedade (SILVA & AGUIAR, 2008).
Logo neste processo o cavalo possui diferentes funções que abrangem áreas diferenciadas de aspectos de melhoria na qualidade de vida dos pacientes que possuem limitações e necessidades especiais, no âmbito fisioterapêutico auxilia em:
Também trabalha lateralidade, percepção, coordenação e orientação espacial e temporal. Ela permite retornar às origens do ser humano com relação às pessoas e ambientes, almejando com isso interferir em varias situações onde seu efeito já foi comprovado (ANDE, 1999 apud EQUOTERAPIA, 2008).
De acordo com Mendes (2008) no âmbito pedagógico os aspectos destacados na técnica é que a mesma requer do paciente a atenção concentrada durante o tempo em que a sessão se desenvolve. Este é um fator bastante importante para o bom desempenho do aluno na escola, pois a atenção, segundo estudiosos, é à base do aprendizado. Atenta, a pessoa seleciona o que quer aprender e guardar em sua memória para utilizar posteriormente, auxiliando então na atenção e memoria seletiva dos praticantes.
Leva-se em consideração que em decorrência das limitações psicológicas que acompanham estes transtornos, faze-se necessário o desenvolvimento destes aspectos nos praticantes de equoterapia, aprimorar aspectos psicológicos como interação social, auto confiança, autonomia e entre outros. E que através do relacionamento monitorado com o animal torna-se propicio a inserção destes aspectos.
Inicialmente, o cavalo representa um problema novo com o qual o praticante terá que lidar, aprendendo a maneira correta de montar ou descobrindo meios para fazer com que o animal aceite seus comandos (como, por exemplo, levá-lo aos lugares em que deseja ir). Essa relação, por si só, já contribui para o desenvolvimento da sua autoconfiança e afetividade, além de trabalhar limites, uma vez que nessa interação existem regras que não poderão ser infringidas (MENDES, 2008).
Uma vez que a técnica é aplicada corretamente e monitorada por uma equipe multiciplicar percebe-se melhorias no desenvolvimento da memória, atenção, análise e síntese, organização do pensamento, orientação e organização espacial e temporal, figura-fundo, percepção visual, relação espacial, coordenação viso-motora e ritmo. Por tanto enfatiza-se a importância desta pratica visando o bem estar e a qualidade de vida de portadores de necessidades especiais. O vinculo que o praticamente cria com o animal é de suma importância e os benefícios desta relação para ambos, são perceptíveis e vitais no decorrer deste processo.
Logo vale aos pais e cuidadores incentivarem a pratica, familiarizarem-se com ela e propor aos médicos que acompanham o paciente esta opção, pois os resultados serão perceptíveis e todos temos por objetivo proporcionar aos portadores uma vida plena dentro de suas possibilidades.
REFERÊNCIAS
EQUOTERAPIA: ANDE (1999) O que é? Disponível em: http://www.equoterapia.com.br/o_que_e-definicao.php>. Acesso em: 26 agosto. 2016.
DEUTSCHES KURATORIUM für Therapeutisches Reiten e. v. Therapeutic riding in Germany. Insued by DK ThR, September, 1998.
JESUS, I.M.S. A EQUOTERAPIA COMO RECURSO NA TERAPIA PSICOMOTORA PARA A AQUISIÇÃO/DESENVOLVIMENTO DO EQUILÍBRIO CORPORAL.2014.
MENDES, Águeda Marques. Os benefícios da Equoterapia para crianças com necessidades educativas especiais. Disponível em: . Acesso em: 26 agosto. 2016.
SILVA, J.P. AGUIAR, O. X. EQUOTERAPIA EM CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS. Ano VI – Número 11 – Novembro de 2008 – Periódicos Semestral. REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE PSICOLOGIA – ISSN: 1806-0625.
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