Um sentido para a aprendizagem
Como na história do Pequeno Príncipe a Raposa precisou lutar com todas
as suas armas para cativar o pequeno menino, que andava perdido e sem
algo que desse sentido para sua vida. A Raposa, então, muito esperta
percebeu que precisaria envolvê-lo, encantá-lo e mostrar o quanto eles
poderiam ser importantes um para o outro. Assim são as crianças,
precisam ser cativadas, maravilhadas, motivadas pela aprendizagem.
Ultimamente recebemos inúmeras crianças nos consultórios de terapia
infantil com a queixa dos pais que dizem: - “Esse menino não gosta de
estudar”, -“Ele é tão preguiçoso”, - “Não presta atenção em nada na
escola, mas na hora de brincar, sabe tudo!”
Será que há algo errado com as crianças, ou ainda não sabemos como cativá-las para a aprendizagem?
A aprendizagem é um processo interno e pessoal e para que ela ocorra
são necessários alguns fatores, no entanto o desejo pelo objeto de
conhecimento, é o maior gerador de possibilidades para o aprender.
Segundo Piaget, a afetividade desempenha um papel essencial no
desenvolvimento de novas aquisições cognitivas, para isso a criança
precisa ter afinidade com o que aprende.
Vivemos um momento, onde
crianças são inundadas de informações e vivem a base do “Checklist”,
precisam ter uma lista de informações para adquirir e outra de
obrigações a cumprir. Não lhes é mais dado tempo de ser criança, de
cativar e ser cativado pelas informações que os rodeiam.
Aprender
vai muito além de conteúdos disciplinares, programas curriculares e/ou
propostas pedagógicas. O alimento para a aprendizagem é o envolvimento,
então, de nada adianta embutir conhecimentos na rotina das crianças, se
não tiver sentido aprender.
Não dá para fazer um bolo sem ler a
receita, separar os materiais, quebrar os ovos, misturar a farinha,
colocar no forno e esperar o tempo de ficar pronto. A criança precisa
fazer parte integral das aprendizagens e elas acontecem aos pouquinhos,
sem pular etapas!
Por isso, proporcione momentos lúdicos, criativos
e que envolvam situações do dia-a-dia. Motive-as a pesquisar,
vivenciar, explorar, torne o momento de aprender um lugar de grandes
descobertas. É só dar um mapa nas mãos delas e o instinto caçador de
tesouros será despertado. Seja o orientador dessa grande descoberta que é
APRENDER!
Texto para a revista Educar
Por Michelle Costa Soares
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