Os primeiros sinais da hiperatividade aparecem durante a vida escolar das crianças. Saiba identificar essas sinais
Texto: André Bernardo/ Ilustração: Airon/ Adaptação: Letícia Maciel
Texto: André Bernardo/ Ilustração: Airon/ Adaptação: Letícia Maciel
Você já perdeu a conta de quantas vezes foi chamada no colégio do seu
filho. A reclamação dos professores é sempre a mesma: FILHO, 16, não
parava quieto um só minuto. Quando não estava puxando assunto com o
colega de trás, estava cutucando o da frente. Pior, vivia perdendo o
material escolar e interrompendo os colegas para falar. Bagunceiro? Nem
tanto. Mal-educado? De modo algum. Meu filho é portador de Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) — distúrbio neurobiológico
que, segundo cálculos dos especialistas, atinge de 3% a 5% da população
entre 6 e 13 anos. Segundo a psicóloga Iane Kestelman, diretora da
Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), crianças que
apresentam problemas no convívio social ou dificuldades no rendimento
escolar podem ser submetidas ao diagnóstico de TDAH a partir dos seis
anos. Antes disso, ressalta, todas, sem exceção, são desatentas e
irrequietas por natureza. Iane ressalta, porém, que a já famosa
hiperatividade, ao contrário do que muitos pensam, não é um diagnóstico
e, sim, um sintoma. Além dele, podem aparecer, também, outros sinais,
como impulsividade e desatenção.
Diagnóstico preciso
Mas não é toda criança agitada, impulsiva ou desatenta que sofre deTDAH. É preciso que tais sintomas ocorram com frequência bem maior do que nos outros colegas. E mais: que tragam prejuízos à sua vida pessoal, escolar e emocional. “O profissional que se dispõe a fazer o diagnóstico de TDAH precisa fazê-lo corretamente. Uma criança pode apresentar um sintoma pontual de hiperatividade e não ser portadora de TDAH. Em alguns casos, ela pode estar enfrentando um conflito familiar ou atravessando uma dificuldade emocional”, salienta Iane.
Herança familiar
Segundo especialistas, a taxa dessa predisposição genética é de 75%. Fatores ambientais, como o consumo de álcool e cigarro durante a gravidez, respondem a pelos outros 25%. O TDAH pode até não ter cura, mas, para alívio dos pais, já tem controle. O tratamento é baseado em sessões de psicoterapia aliadas a doses de metilfenidato. Mais conhecido pelos nomes comerciais de Ritalina (Novartis) e Concerta (Janssen-Cilag) , é o único disponível no Brasil. Só nos últimos oito anos, a venda da substância aumentou impressionantes 1.616%. Parece muito, mas os números do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (IDUM) ainda estão aquém dos divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a agência, o número de caixas vendidas entre 2004 e 2008 cresceu 71%. Para o farmacêutico Antônio Barbosa da Silva, presidente do IDUM, o objetivo é alertar a comunidade médica para a massificação do diagnóstico de TDAH e provocar uma reflexão sobre os riscos da prescrição exagerada. “É um absurdo a pressão que os laboratórios farmacêuticos fazem sobre os médicos por meio dos propagandistas. Além disso, nem todos os usuários do metilfenidato têm TDAH. Dopar uma criança para ela se concentrar nos estudos não é a melhor opção de tratamento. Há outras, muito mais eficazes”, assegura.
Na sala de aula
Na maioria das vezes, o problema se torna mais evidente na escola porque é onde a criança precisa se concentrar. A psicopedagoga Maria Irene Maluf, da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), argumenta que, na maioria das vezes, os professores não se sentem seguros ou habilitados o suficiente para encaminhar os casos suspeitos para avaliação médica, seja por receio de serem mal interpretados ou de parecerem alarmistas. Por outro lado, algumas escolas preferem que os pais tomem essa iniciativa. “É uma pena que seja assim. Sabemos da importância do diagnóstico precoce. Ao receber atendimento médico desde cedo, a criança não desenvolve problemas de autoestima e a sua escolaridade não fica prejudicada”, analisa.
Postado por revistavivasaude.uol.com.br
Diagnóstico preciso
Mas não é toda criança agitada, impulsiva ou desatenta que sofre deTDAH. É preciso que tais sintomas ocorram com frequência bem maior do que nos outros colegas. E mais: que tragam prejuízos à sua vida pessoal, escolar e emocional. “O profissional que se dispõe a fazer o diagnóstico de TDAH precisa fazê-lo corretamente. Uma criança pode apresentar um sintoma pontual de hiperatividade e não ser portadora de TDAH. Em alguns casos, ela pode estar enfrentando um conflito familiar ou atravessando uma dificuldade emocional”, salienta Iane.
Herança familiar
Segundo especialistas, a taxa dessa predisposição genética é de 75%. Fatores ambientais, como o consumo de álcool e cigarro durante a gravidez, respondem a pelos outros 25%. O TDAH pode até não ter cura, mas, para alívio dos pais, já tem controle. O tratamento é baseado em sessões de psicoterapia aliadas a doses de metilfenidato. Mais conhecido pelos nomes comerciais de Ritalina (Novartis) e Concerta (Janssen-Cilag) , é o único disponível no Brasil. Só nos últimos oito anos, a venda da substância aumentou impressionantes 1.616%. Parece muito, mas os números do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (IDUM) ainda estão aquém dos divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a agência, o número de caixas vendidas entre 2004 e 2008 cresceu 71%. Para o farmacêutico Antônio Barbosa da Silva, presidente do IDUM, o objetivo é alertar a comunidade médica para a massificação do diagnóstico de TDAH e provocar uma reflexão sobre os riscos da prescrição exagerada. “É um absurdo a pressão que os laboratórios farmacêuticos fazem sobre os médicos por meio dos propagandistas. Além disso, nem todos os usuários do metilfenidato têm TDAH. Dopar uma criança para ela se concentrar nos estudos não é a melhor opção de tratamento. Há outras, muito mais eficazes”, assegura.
Na sala de aula
Na maioria das vezes, o problema se torna mais evidente na escola porque é onde a criança precisa se concentrar. A psicopedagoga Maria Irene Maluf, da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), argumenta que, na maioria das vezes, os professores não se sentem seguros ou habilitados o suficiente para encaminhar os casos suspeitos para avaliação médica, seja por receio de serem mal interpretados ou de parecerem alarmistas. Por outro lado, algumas escolas preferem que os pais tomem essa iniciativa. “É uma pena que seja assim. Sabemos da importância do diagnóstico precoce. Ao receber atendimento médico desde cedo, a criança não desenvolve problemas de autoestima e a sua escolaridade não fica prejudicada”, analisa.
Postado por revistavivasaude.uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário