A ansiedade é um estado emocional que faz parte da vida.
Encontrar a pessoa por quem se está apaixonado causa ansiedade assim
como a entrevista para um novo emprego. Antes de uma prova, por exemplo,
esse estado de ânimo é produtivo, fazendo com que o estudante esteja
alerta e preparado para o desafio.
Mas
quando a ansiedade passa a afetar negativamente o dia-a-dia há um
problema. Se alguém não consegue mais seguir sua rotina, seja no
trabalho, na escola ou na vida social, pode estar sofrendo de um
transtorno de ansiedade. A síndrome do pânico faz parte destes
transtornos.
Muitas pessoas podem ter síndrome do pânico e não saberem por não reconhecerem os sintomas
“Muitas pessoas podem ter síndrome do pânico e não saberem por não
reconhecerem os sintomas”, alerta Ana Luiza Lourenço Simões Camargo,
psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
Primeiros sintomas
A síndrome é caracterizada pela sucessão repentina de crises de
pânico. A sensação horrível trazida por esses episódios faz com que a
pessoa altere sua rotina, com medo de que o processo possa se repetir.
“Na prática, isso significa que alguém que teve uma crise enquanto
dirigia, deixa de dirigir; se a crise foi crise no metrô, deixa de
utilizar esse meio de transporte”, explica a psiquiatra.
As crises impedem que se leve uma vida normal. Há casos em que a
pessoa deixa de sair de casa ou não sai mais sozinha. A lógica é a
seguinte: passa-se a viver na expectativa de novas crises e busca-se
estar em uma situação em que seja possível encontrar ajuda.“Quem sofre
da síndrome do pânico tem a preocupação persistente de ter novos
ataques”, diz a dra. Ana Luiza.
Durante a crise, que tem seu ápice em 10 minutos, pelo menos quatro dos seguintes sintomas se manifestam:
- Palpitação
- Taquicardia
- Suor em excesso
- Tremor
- Náusea
- Tontura
- Sensação de não conseguir respirar
- Medo de perder o controle
- Medo de morrer
Mulheres x Homens
A síndrome se desenvolve principalmente em adultos jovens, por volta
dos 25 anos; mas pessoas de qualquer idade podem apresentar o problema.
As maiores vítimas são as mulheres, que recebem de duas a três vezes
mais diagnósticos da síndrome do pânico que os homens.
Segundo a dra. Ana Luiza, ainda não há uma confirmação científica que
relacione a maior incidência às mulheres. “Alguns casos no sexo
masculino podem ser subdiagnosticados pelos homens buscarem menos
auxílio”, analisa a psiquiatra.
Um estudo do National Comorbidity Survey (NCS), dos EUA, aponta que
71% das pessoas com síndrome do pânico são mulheres e apenas 29%,
homens.
De onde vem?
Não há uma causa específica para a síndrome de pânico. Existem apenas
algumas hipóteses. Uma delas trata dos fatores genéticos, uma vez que
35% dos familiares de primeiro grau de pacientes com transtorno de
pânico também desenvolvem o problema.
Outra hipótese levantada é de que os portadores têm uma disfunção
neurológica do sistema de alerta. “Quando passamos por alguma situação
que causa medo, nosso sistema de alerta é acionado pelo cérebro. Quem
sofre da síndrome pode ter uma disfunção nesse sistema e desencadear uma
crise sem uma causa determinante”, pontua a psiquiatra.
Como cuidar
O tratamento para a síndrome do pânico inclui cuidar da doença em si e
dos problemas que podem estar associados a ela como, por exemplo, a
depressão. Os medicamentos mais utilizados são os antidepressivos e
ansiolíticos, associados à psicoterapia. Essa junção costuma obter bons
resultados.
“No tratamento, procuramos mostrar ao paciente que, por mais
desconfortável que pareçam os ataques, ele não vai morrer por causa
deles”, diz a dra. Ana Luiza. Com o tempo, os sintomas podem cessar
completamente ou serem controlados, tornando-se mais leve. “Isso
dependerá de cada paciente”, conclui.
Fonte: Sociedade Beneficiente Israelita Brasileira
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