Para
compreendermos a agressividade infantil e adolescente precisamos
inicialmente aprender a distinguir a agressividade “normal” que é
inerente a determinada faixa etária ou sexo e a agressividade que
ultrapassou os limites, ou seja, que está fora dos padrões esperados
para cada indivíduo. Destaco algumas etapas do desenvolvimento cognitivo da teoria piagentiana que considero fundamentais para a compreensão dos estágios de todo o processo evolutivo do indivíduo.: Sensório-motora (0 – 2 anos): é uma fase em que a criança conhece o mundo através dos sentidos e reage ao mundo através de reflexos, levando tudo à boca (fase oral) Pré-operatória (2 – 7 anos): a criança começa a assimilar noções de tempo e a seu modo não há conserto para suas ações e o raciocínio lógico ainda não está desenvolvido. É bastante comum a criança até os dois anos de idade morder um coleguinha, ou seja, é esperado para sua fase e não deve ser considerado como uma ação agressiva. A criança nesta fase é egocêntrica, ou seja, imagina que o mundo gira em torno dela. Ela ainda não aprendeu a expressar em palavras os seus sentimentos e vontades e por isso usa o corpo empurrando, gritando, chorando ou mordendo como uma forma mais eficiente e rápida de conseguir o que quer . |
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Alguns comportamentos comuns:
Aos 3 anos aproximadamente as crianças descobrem a satisfação de se comunicar e brincar com o outro, iniciando sua socialização, pois já sabem se comunicar bem melhor em função de uma linguagem muito mais rica. Neste período a criança já tem uma intenção nas reações de agressividade, mas não evoluem. É necessário o início da imposição de limites básicos com pequenas punições sem atitudes violentas, já que atos violentos geram mais violência. Entre 4, 5 e 6 anos surgem os grupos ou panelinhas onde alguns comportamentos agressivos podem surgir em função das diferenças individuais: conflitos, brigas, provocações e desvalorização do outro, podem nomear-se por apelidos pejorativos e humilhantes. Já na fase de 7 a 10 anos trata-se de uma faixa etária perigosa em que a criança já tem noção do que pode ou não fazer. |
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Os comportamentos agressivos podem ter
início no ambiente escolar. A escola é um meio de convívio social onde a
criança necessita adaptar-se ao grupo, conquistar amigos, ou seja,
precisa aprender a relacionar-se com pessoas diferentes, fato que
significa sair de um mundo mais “protegido” que é o meio familiar e
migrar muitas vezes para um mundo de mais difícil convivência. Pais e professores devem estar atentos à intensidade e freqüência das atitudes agressivas das crianças e, caso necessário buscar um apoio psicológico para extinção de tais comportamentos a fim de que eles não se instalem definitivamente e ocasionem um problema de conduta mais sério no futuro bem como traumas , complexos, bloqueios emocionais, e outros. Existem acontecimentos na vida da criança como: a chegada de um irmãozinho, uma doença ou a perda de alguém querido, ou ainda a mudança de ambiente como a casa ou escola, que podem suscitar na criança reações passageiras de agressividade. São situações consideradas comuns, porém, é preciso prestar a devida atenção para que tal comportamento não evolua para um transtorno de conduta na adolescência e posteriormente na vida adulta podendo gerar pessoas com transtornos psicológicos ou de personalidade como: suicidas, bandidos, assassinos, depressivos, e, ainda possíveis vítimas ou agentes de bullyng etc. |
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Outro fator fundamental que pode
influenciar ou incentivar o comportamento agressivo é o ambiente em que a
criança vive e interage no dia a dia: a relação familiar. O comportamento agressivo pode surgir como o resultado de uma relação familiar deficiente em vários aspectos desde a infância. As reações agressivas que tem origem na infância podem apresentar diversas formas. Inicialmente podem ser demonstradas através de estados emocionais descontrolados e com o passar do tempo e a maturidade podem tornar-se ações mais elaboradas e premeditadas quando adulto. Devem ser considerados também: aspectos individuais, inatos, como sexo e hereditariedade. Alguns estudos mostram que as meninas se socializam mais facilmente em relação aos meninos que geralmente tendem a demonstrar mais problemas na adaptação social, distinguimos assim uma tendência maior do aspecto da agressividade em relação ao sexo masculino. É importante acrescentar que a agressividade infantil pode se manifestar em diferentes locais e intensidades e também pode se direcionar diretamente a quem causou a raiva ou a outra pessoa ou objeto . Outro fator importante é que a agressividade só pode ser considerada como um desvio de conduta quando manifestada por um longo período de tempo e quando não existem acontecimentos importantes que estejam trazendo instabilidade emocional para a criança. |
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Pontos importantes a serem observados:
Negligência ou omissões causam danos psicológicos, cognitivos e físicos a crianças. Elas precisam ter conhecimento sobre os acontecimentos do meio familiar, sentir-se participativa e integrante do âmbito familiar. |
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Como a Psicoterapia Pode Ajudar:As crianças e adolescentes tem muita dificuldade em expressar seus sentimentos, pois estão em fases ainda imaturas e em desenvolvimento, onde muitos sentimentos são confusos e complicados de compreender e lidar com estes.A psicoterapia utiliza-se de técnicas muito eficazes que facilitam a comunicação do paciente em relação a seus sentimentos, pois utilizam uma linguagem muito mais acessível. O psicólogo irá investigar o histórico do paciente a fim de compreender qual ou quais são os fatores que estão suscitando impulsos agressivos na criança ou adolescente, em que momento e situação isto ocorreu, além de trabalhar com esses possíveis traumas e bloqueios psicológicos de forma a extinguir tais comportamentos ajudando-lhe a ser um adulto mais feliz. Este é um trabalho que deverá ser realizado em conjunto com a família (principalmente com os pais), escola e demais relações importantes da criança, pois além da psicoterapia da criança, os pais também serão orientados no sentido de ajudar a criança neste processo. Autora: Psicologa Regina. |
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Agressividade Infantil e Adolescente, o que fazer?
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Post original em http://www.psicologaregina.com.br/agressividade-infantil-e-adolescente/
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