Sistemas de Classificação são
estruturas complexas e ainda muito pouco exploradas pelos ouvintes
intérpretes porque dependem de elementos próprios da cultura surda, os
quais não são meramente aprendidos a partir da imitação, como acontece
com a maioria dos sinais. Por isso os ouvintes têm mais dificuldade em
reproduzi-los do que os surdos que o fazem naturalmente ancorados pela
sua base cultural natural.
Enfatizando
essa idéia de complexidade, reitero ser este estudo uma mera base
estrutural que nos ajudará a compreender um pouco deste vasto campo de
estudo composto pelos Sistemas de Classificação. Para isto, é válido
lembrar que existem algumas regras que permeiam esta ferramenta
valiosíssima da Língua de Sinais. Por exemplo, as (C.M.) utilizadas para
cada objeto ou ação representada.
“D” para pessoa
“5” para animal
“C” para objetos cilíndricos
“1” para formas geométricas
“B” para superfícies planas
“Y” para objetos multiformes e irregulares
“G” para objetos finos e longos
Sistemas de Classificação
são conjuntos de elementos visuais, entre os quais se podem encontrar
ou definir relações para a visualização da imagem mental. Essa
comunicação não-verbal, a icônica, não fala apenas no plano consciente,
mas, consegue chegar às profundezas do inconsciente.
Baseando-se
em sistemas de classificação, os surdos visualizam uma imagem mental
configurando com as mãos, e retratam a imagem para manter uma
comunicação com mais clareza de detalhes. Os traços essenciais desses
sistemas com movimentos e ritmos de imagens, articulados num ícone
apresentam relações análogas para a comunicação, que é formada a partir
de cortes, descrição de um objeto, pedaço de uma cena ou ação, e as
relações de umas com as outras, formando um painel de mosaicos com
fluência e ritmo.
Não
há forma sem significado, nem significado sem forma. Essa semântica,
esse significado peculiar é que retrata tanto a ação como a descrição em
estruturas funcionais. Porém o significado de uma forma depende do
repertório, e este é o significado real da linguagem. Mas, esse
repertório varia de pessoa para pessoa, dependendo da vivência e da
cultura de cada um, e a cultura depende da faixa sócio-econômica em que
se situa a pessoa, pois a formação e a informação dependem de muitos
outros fatores.
Os
Sistemas de Classificação nos permite explicar com clareza, frases,
palavras, coisas e situações que não possuem sinal próprio.
A
divisão que apresentamos a seguir é meramente didática, pois os
sistemas se interligam e se intra-relacionam intrinsecamente. Essa
tomada de imagens segue certa sequência que não se pode traduzir palavra
por palavra, pois a estrutura da Língua Portuguesa é diferente da
Língua de Sinais.
a) Sistema Descritivo:
Toda e qualquer descrição, poderá valer-se do uso de figuras
geométricas. Esta descrição deverá expor minuciosamente os elementos
visuais (forma, tamanho, textura e se precisar, a cor) e traçar a figura
geométrica do desenho do objeto.
b) Sistema Específico:
Este sistema deve retratar características especiais, com explicações
minuciosas, esmiuçar as particularidades das partes do corpo dos seres
animais. Ex: forma e tamanho dos pelos(comprido, curto arrepiado).
c) Sistema Funcional:
Deverá reproduzir a imagem da ação, a maneira como um corpo ou parte do
corpo age e atua. Esse movimento, configurado com as mãos, deverá
retratar o comportamento e/ou funcionamento de qualquer corpo. Ex:
mordida de animais, movimento dos olhos, trejeitos.
d) Sistema de Locação:
Deverá reproduzir a imagem de como um corpo se relaciona num
determinado lugar, definindo posições, localizações e expressões dessa
correspondência. Ex: sobre a mesa, no ar, no céu, etc.
e) Sistema Instrumental:
Deverá reproduzir a imagem de como se serve, se utiliza alguma coisa.
Ex: vassoura varrendo, gaveta abrindo, abrindo tampa de garrafa ou
vidros, ferramentas.
f) Sistema de Pluralização:
Esse sistema classifica números determinados ou indeterminados de
alguma coisa, pessoa ou animal. Ex: pessoa(s) ou animal(is) indo e
vindo.
g) Sistema de Elementos da Natureza: Reproduz a imagem de elementos que não são sólidos. Ex: o ar, a fumaça, a água líquida, a chuva, o fogo, a luz etc.
Referências Bibliográficas: A Imagem do Pensamento - Editora Escala INES
Referências Bibliográficas: A Imagem do Pensamento - Editora Escala INES
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