terça-feira, 3 de março de 2015

Desenvolvimento da Linguagem de Crianças em 0 e 2 Anos


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A linguagem é um produto do processo de socialização, pois a criança primeiro cria sua 
própria linguagem e depois a língua materna na interação com seu ambiente social. Sendo assim, quando a criança aprende linguagem, ela está adquirindo noção da realidade interna e externa, aprendendo várias coisas através da linguagem.

A construção desta linguagem se dá pela troca de significados em contextos interpessoais, permitindo os falantes preverem aspectos essenciais e compreender um ao outro.
O desenvolvimento da linguagem verbal não se dá de forma isolada, vai acontecendo juntamente com outras transformações no comportamento da criança pequena que estão relacionadas com sua forma de interagir e compreender o mundo.
Desta maneira, o desenvolvimento normal da criança depende de algumas habilidades importantes como: percepção visual e auditiva, cognição, locomoção, preensão e alimentação.
No primeiro ano de vida a criança desenvolve a comunicação e a linguagem, atenção compartilhada e contato social, cooperação em crescimento, dá início às sinalizações vocais para regulação de comportamento, interação e obtenção de atenção e compreende palavras rotineiras.
No segundo ano de vida, há um aumento na persistência e intenção das sinalizações verbais, inicia aquisição do simbolismo a respeito do contexto e de suas ações e maior antecipação.
Ao analisar o desenvolvimento da criança é preciso considerar os aspectos intrínsecos e orgânicos, as interações e os fatores ambientais: físico, emocional e sociocultural que a criança está inserida.
Para a criança aprender a falar ela interage com a sociedade. Inicialmente emitindo uma palavra, sendo capaz de responder às iniciativas dos outros através do olhar, do sorriso, vocalizações e conforme ela cresce, pode-se envolver em jogos sociais, fazer pedidos, responder questões e iniciar as interações independentemente.
Porém a interação afetiva não envolve somente as questões linguísticas, mas também as de conduta, convenções conversacionais entre os interlocutores, que envolvem as expectativas do falante e do ouvinte, respeito de turno e tópicos de interesse.
O desenvolvimento da linguagem no tempo certo está diretamente ligado à estimulação que o ambiente trouxe. Para isso, as crianças não devem ficar sozinhas ou presas em berços, pois por falta de atenção ou pouca estimulação a criança pode ter um atraso na aquisição de linguagem. Por outro lado, a criança pode ser superprotegida convivendo com pessoas que falam por ela, impedindo-a de praticar a linguagem.
Crianças com privação linguística seja por falta de estímulo ou por superproteção são normais no aspecto afetivo, intelectual, neurológico e auditivo, e falam em menos quantidade e qualidade, causando imaturidade.
Por isso, é importante que haja estimulação, que os pais ou cuidadores tenham um tempo com a criança para brincar, mostrar objetos e figuras, fazer jogos, ou seja, exercitar a linguagem, pois é assim que haverá o aprendizado e o desenvolvimento do que está inato na criança.
A criança pequena não tem condições de centralizar sua atenção de forma involuntária, portanto a atenção é comandada por estímulos do meio. Com o passar do tempo, mais especificamente através do processo de aquisição de linguagem, os adultos mostram para a criança o que é significativo e merece sua atenção.
Quando a fala da mãe direciona a atenção da criança, o outro afeta e direciona o psiquismo da criança, no caso a atenção, que precisa da intervenção do adulto para no futuro servir ao intelecto do indivíduo de forma mediada.
A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde os primeiros dias de vida da criança. O que é importante é que a aprendizagem direciona e impulsiona o desenvolvimento. A aprendizagem está associada ao lugar social que a criança ocupa, às expectativas que o adulto cria a seu respeito.

Por Tatiana Almeida/ Fonoaudióloga/ CRFª 6 – 7276

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